Ver o estado que Violeta ficou, tirou a paz de João Vicente, Sua vontade era destruir tudo e todos que ousaram machucá-la. Mas infelizmente não poderia partir para a agressão física sem parar na cadeia. Se passaram alguns dias até que ela voltasse a sorrir um pouco e não sabia mais o que fazer para que voltasse a alegria de sempre, por isso decidiu tirar o resto da semana para os dois.
- Violeta, sei que não foi fácil o que passou e não entendo nem metade do que está sentindo, mas não pode ficar assim e desistir de tudo!
Ela suspirou.
- Não consigo sabe? Essa foi a gota que faltava para transbordar o copo. Não precisa se preocupar, daqui uns dias vou sair da sua casa, não vou ter condições de arcar com as despesas morando nesse bairro chique...
O desespero o tomou.
- O que pensa que está dizendo? Acha que estou te expulsando de casa? Você não pode ir embora! Tudo o que quero é que fique bem! Me mata te ver desse jeito...
Violeta estranhou, há tempos ninguém demonstrava vontade de vê-la bem, ao menos não depois da morte de seu pai e lágrimas brotaram de seus olhos.
- O que posso fazer? Sem família, desempregada e morando de favor na casa de um ricaço... Se melhorar estraga, se eu sair um dia e tropeçar numa vala e morrer... Vou ser enterrada como uma indigente, nem dá pra doar os órgãos...
João não pode evitar revirar os olhos.
- Tá! Vejo que acordou melhor, já está falando essas bobagens... Quero te propor algo.
- O quê?
- Que tal tirarmos o resto da semana de folga? Ir pra um lugar legal e melhorar esse humor hein? Até o Pastor anda te evitando.
-Ainda é terça...
- E daí? Eu tenho dinheiro e confio em quem trabalha pra mim... Tirar uns dias não vai me matar e nem eles.
- Não tenho roupa...
- A gente compra...
- Não tenho dinheiro...
- Quer parar de arrumar desculpa? EU estou te convidando e assumindo todas as despesas, inclusive pode ir se trocando que vamos agora ao shopping comprar tudo o que precisamos!
Ele pegou suas mãos e a puxou para que se levantasse e foi a empurrando até sua porta, para que fosse trocar de roupa.
- Te espero no carro.
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- Não vou comprar nada nesse lugar! Nem parece que alguém compra aqui! Tá vazio João!
- Não é pra tanto, é dia de semana... Vem, tem uma loja que é perfeita para você...
A pegou pelo braço, a levando pelos corredores do lugar. Violeta nunca pensou em entrar em um lugar tão chique. Assim que chegaram a loja que João Vicente falou, ficou encantada com as roupas de lá. Nunca tinha visto roupas tão bem feitas para pessoas do tamanho dela e para melhorar as vendedoras também tinha o corpo parecido com o seu. E mais encantada ainda ficou com o cuidado que João Vicente teve ao levá-la em uma loja que atendesse suas necessidades.
- Boa tarde, em que posso ajudá-los?
- Boa tarde! Ambos responderam e João tomou a frente. - Tudo que ela escolher iremos levar...
A vendedora abriu um sorriso de todo tamanho.
- É claro queiram me acompanhar.
Nesse momento João Vicente não quis interferir em nada, queria que Violeta se sentisse a vontade, sem pressão e tendo o melhor atendimento que merecia. Mesmo sentado confortavelmente em uma poltrona, seu olhar acompanhava cada movimento dela e a cada vez tinha mais certeza de que estava mais do que simplesmente apaixonado, estava amando. Sua satisfação em vê-la leve e distraída deixava seu coração leve e feliz.
Ao fim das compras as vendedoras estavam estavam apaixonadas com o cuidado com que Violeta era tratada, era nítido os sentimentos dele por ela.
- Seu namorado é bem atencioso... Uma delas disse.
Violeta riu e começou a dizer. - Ah, não ele não é...
E antes mesmo que pudesse terminar a frase e pudesse ser escutada pela vendedora, João Vicente a interrompeu. - Agradeço o cuidado que tiveram com Violeta, tenham um bom dia, obrigado!
E assim passaram boa parte do dia, comprando e se divertindo ao final da maratona estavam exaustos sentados na praça de alimentação do lugar comendo um lanche qualquer.
- Sabe de uma coisa? Esse está sendo um dos melhores dias da minha vida! Gastar dinheiro alheio faz bem pra alma!
João riu.
- É um prazer servi-la cara dama!
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No dia seguinte já estavam prontos para partir, acordaram cedo e arrumaram suas malas, Pastor já estava em um hotel para cães e puderam sair tranquilos.
- Afinal de contas, aonde vamos?
- Não sei, vamos seguir nossa intuição... Qualquer lugar que pareça legal, a gente para... passeia um pouco... depois outro lugar e outro, outro...
E assim foi a viagem deles, assim que saíram da capital foram parando em pequenos lugares e vilarejos, se hospedavam em pousadas que pareciam pertencer a algum tipo de conto de fadas e a cada sorriso e toque trocado por eles, foi firmando cada vez mais os sentimentos que ambos sentiam. Violeta ainda se negava, pois em sua mente, não havia possibilidade de João querer algo com ela, não quando estava cercado de mulheres, que na cabeça dela combinavam muito mais com ele.
Ao contrário de João que não fazia questão alguma de esconder seus sentimentos. Parecendo um adolescente que mal podia esperar o momento de se declarar para seu primeiro amor. O que chegava bem perto da verdade.
Já era sábado à noite e estavam hospedados em um hotel fazenda e estava tendo uma espécie de luau. A noite estava perfeita, a tempos não viam um céu tão bonito e cheio de estrelas, o que ficou em segundo plano, já que não conseguiam tirar os olhos um do outro. Uma música lenta tocava ao fundo, ambos mal percebendo suas mãos juntas.
- Quer dançar? Ele perguntou e ela apenas acenou com seu coração disparado.
Eles se posicionaram e se aproximaram mais, João abaixou sua cabeça para que pudesse sentir melhor o perfume doce de Violeta que ficava ainda melhor misturado ao cheiro natural de sua pele.
- Está linda...
- Obrigada... Ela disse um pouco sem graça. Você está lindo também.
- Formamos o par perfeito então...
Ela travou seus movimentos e encarou o rosto de João Vicente. Seu olhar era tão tranquilo e a sensação que estava tendo com ele a olhando dessa forma aquecia seu coração de uma forma de não conseguia explicar ao certo. A mão dele que estava em suas costas foram para seu rosto, onde fez uma carícia em sua bochecha e sentindo o carinho fechou os olhos.
Mas os abriu rapidamente quando sentiu que João tinha trocado suas mãos por seus lábios, a pele formigando imediatamente e o caminho que ele estava fazendo com a boca estava levando diretamente a sua e quando se deu conta já estavam se beijando. Primeiro um leve encontro que foi se transformando em algo a mais, a urgência os tomando, bebendo da necessidade de estarem cada vez mais perto, só parando quando o ar ficou escasso.
- Você não tem ideia do quanto eu esperei por esse beijo.
João disse e logo em seguida voltando a beijar Violeta como se no mundo só existissem os dois.
SEM REVISÃO.
