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A luz do dia raiava no céu, os feixes de sol atravessavam as janelas emolduradas por cortinas de linho, invadindo o ambiente em que Lux estava.

A garota, ainda sonolenta, acordou num pulo assustada com o forte puxão das cortinas ao se abrirem revelando a claridade do sol. Ela abriu os olhos estranhando completamente o cômodo, e viu a silhueta traseira de uma mulher admirando a vista. Observou ao redor percebendo não saber onde estava, parou seu olhar sobre a silhueta à sua frente que agora a fitava impacientemente com braços cruzados.

— Tia Tianna? — perguntou confusa, piscando os olhos — Isso é um sonho. — sussurrou baixinho, balançando a cabeça.

— Você está atrasada, Luxanna. Vamos, levante-se e se vista. Estarei esperando lá embaixo. — disse ríspida ao sair do quarto batendo a porta de mogno.

Lux reconheceu a mulher alta de meia-idade, cabelos loiro claros e postura arrogante como sua tia, Tianna Crownguard. Elas não tinham o costume de serem tão próximas, mas não ousou questionar sua ordem autoritária. A garota manteve diversas perguntas martelando em sua cabeça: "Onde diabos estava?", "Por que Tianna estava ali?", "O que acontecera com seus pais?". Deixou os lençóis macios e se pôs diante ao espelho, arregalou os olhos vendo a roupa que usava. Se virou analisando mais uma vez o lugar, de uma coisa tinha certeza, estava muito longe de casa.

Escutou leves batidas na porta, seguida de uma voz:

— Srta. Luxanna? Posso entrar?

— Sim? — respondeu com certa dúvida — Pode entrar! — afirmou se recompondo.

Uma camareira surgiu, ajudando a garota a se vestir colocando um simples vestido lilás que estava separado para ela. Ajeitou seus fios loiros deixando-os meio soltos. Em poucos minutos Lux, descia as escadas para o café da manhã.

A mesa estava repleta das mais variadas comidas — indo de chás e bolinhos até aos alimentos que Lux jamais imaginou serem servidos em um café da manhã —, sua tia e seu irmão Garen a aguardavam. A garota percorreu a mesa se sentando ao lado do rapaz de cabelos escuros que lia um jornal. Ele sorriu ao vê-la e Lux retribuiu o sorriso gentilmente. Ela reparou nas roupas que Garen estava usando, definitivamente não era algo que ele usaria, e constatou que não podia ser algo do século XXI. Ignorou seus pensamentos se distraindo com um pedaço de pão, se serviu com um pouco de chá dando um gole na porcelana. Seus olhos acompanharam o jornal por cima da borda da xícara, que seu irmão acabara de colocar acima da mesa, focando no ano descrito 1816. Ela tossiu se engasgando com a bebida.

— Está tudo bem? — Garen perguntou.

— Sim, eu apenas queimei a língua. — disfarçou a tensão, encarando outra vez a data. Queria ter certeza de que não havia visto errado — Este jornal é de hoje? — indagou, sabia que era uma pergunta idiota mas precisava ouvir de alguém aquilo.

— Ora Luxanna, mas é claro. Por que a pergunta?

— Achei essa coluna interessante. — pigarreou mentindo.

Tianna cortou o assunto chamando a atenção dos dois.

— Terei de me ausentar ao acompanhá-los, preciso resolver algumas pendências com o rei.

— Aonde nós vamos? — Lux perguntou com curiosidade.

— À casa dos Buvelle. — Garen contou.

Soulmates | Lightcannon AUOnde histórias criam vida. Descubra agora