ultimo dia em Americo (parte 1)

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03:30 da manhã.

Já fazia umas duas horas que estamos já área de sinuca de meu pai. Com os computadores ligados, tentando escrever. Ou pelo menos eu estava já que Pedro estava fazendo trabalho da faculdade.

-Seu pai gravou a gente correndo. -Ele ria enquanto via o vídeo. Puxei seu queixo com formato de bundinha e beijei os seus lábios.

-Sim o seu sogro gravou.-Falei assim que voltei para o meu lugar. O que demorou por eu ser viciado nesses lábios. -Pedro eu escrevi isso, tu pode ler?

Sou viciado em tudo no meu namorado.

-Posso.-Pedro afastou o seu computador e pegou o meu.

"Essa eu fiz pra nós dois bêbados
Dançando numa festa de gente rica e sem graça
Essa eu fiz pra toda letra do Cazuza".

Ele leu com uma voz meio cantada.

-Isso é para mim.-Não foi um tom de pergunta e sim uma afirmação. -Posso te pedir uma coisa?

-Claro.-Falei e me aproximei dele.

-Não me exponha em nada, por favor. Nem meu nome em músicas ou coisas assim, você sabe como eu prezo pelo minha privacidade.-Pedro me pediu, quase me implorou.

-Tudo bem, meu amor. -Falei.

-Vou te ajudar nisso. -Pedro falou e eu beijei ele

-Obrigado, Obrigado.-Falei.

Não finalizamos a música, mas a transformamos em um diálogo.

"Essa eu fiz pra toda letra do Cazuza
Que eu decorei porque cê disse que gostava" Pedro escreveu essa parte, já deixando a música com mais jeito nosso

"Essa eu fiz pra sua mãe só porque ela é tão linda
E sempre sabe o que dizer" E continuou a escrever, talvez falando da noite do café da madrugada.

Ficamos aqui, até umas cinco e meia. Ele decidiu subir primeiro, enquanto eu fiquei para guardar as coisas, mas no momento em que estava me aproximando do quarto, ouvi

05:30

-Dá para você parar de me mandar mensagem?-Escutei ele resmungar sozinho no quarto, seus cabelos estão presos em um coque curto.

-Pedro? Está tudo bem? Tem alguém te incomodando?-Perguntei.

-Não amor, está tudo certo.-Ele falou, mas sei que ele está incomodado. Eu conheço o Pedro perfeitamente para saber isso, só não sei o por que dele está assim

-Sabe que estou aqui para o que você precisa né.-Falei, meio tentando ajuda-lo.

Me deitei ao lado dele, colocando minha cabeça em seu peito, ouvindo seu coração bater acelerado.

-Somos uma boa dupla juntos, meu amor.-Pedro falou e desligou o seu celular e colocou em cima da cama. -Te ter ao meu lado é o meu melhor presente.-Ele falou.

-Te ter também é o meu melhor presente.-Falei e subi um pouco minha cabeça para beijar o seus lábios e o beijo depois levei a minha boca para o seu pescoço.

-J-Jão.-Ele gemeu e fixava mais meus lábios em seu pescoço.

Suas unhas arravam minhas costas. Quando eu percebo que o clima estava mais quente, aproveitei esse momento.

Foi uma transa boa e quase silenciosa, já que tentávamos fazer o mínimo de barulho para não acordarmos meus pais, não demorou muito para chegarmos ao nosso ápice e ele deitar sobre meu peito.

Fiz carinho em seu cabelo e ele acabou dormindo. Eu também ia fazer isso, até escutar barulho de mensagem chegar, e como meu celular estava descarregado era o dele.

Então me estiquei até a cabeceira e peguei o celular para silenciar, e nesse momento vi que era um cara (pela pequena foto de seu WhatsApp) as mensagens não eram boas, pareciam ameaças. "Se você não se afastar ela pode morrer" ou "Eu posso estragar sua vida e você sabe que eu não falo brincando".

Assim que eu li deixei o celular onde estava, mas algo ficou em minha cabeça, por que ele não me conta o que está acontecendo?

Domingo, 11:30 da manhã.

Foi esse hora que levantei da cama, estava sozinho e sem roupa-me fazendo recordar da noite anterior.-

Pela primeira vez naqueles dias, decidi colocar uma blusa para descer, com a finalidade de esconder as unhadas de Pedro em minhas costas.

Desci as escadas, e vi o meu pai sentado no sofá.

-Bom dia pai.-Falei e me joguei no sofá.

-Boa tarde né filhote.-Papai me disse. Ele estava sentado ao lado da minha mãe.

-Fomos dormir tarde fazendo trabalho para a faculdade. -Pedro falou e me abraçou

-Falando em faculdade, hoje é a nossa última noite aqui.-Falei, saindo do abraço e me sentando ao lado da minha mãe.

-JÀ?-Minha mãe falou assustada.-Vou sentir falta de vocês aqui. Da ajuda do Pedro a cozinha.-Minha mãe estendeu a mão para ele que rapidamente a apertou.-E da suas bagunças aqui.

-E do meu parceiro de sinuca. -Papai falou. -Meus parceiros de sinuca. -Papai corrigiu e sorriu.

-Amor você não tem nada da tia Cat. Até o sorriso é igual ao do seu pai.-Pedro falou. -Eu também vou sentir sua falta, tia Cat.

-Então vamos fazer algo legal hoje.-Mamãe falou e viu em seu celular. -Eita, já são quase 12 horas

-Eu e o João podemos fazer o almoço. -Pedro me disse. -Posso tentar fazer uma comida típica mineira.

-Se fazer o meu filhote aprender a cozinhar já vai ser um milagre. -Papai falou e todos riram.

-Vai ficar mais fácil, já que compramos algumas coisas para você se sentir em casa.-Minha mãe falou.

-Não precisava, minha sogra. Eu já gosto de você.-Pedro falou abraçou a minha mãe.

Logo eles se soltaram e fomos juntos para a cozinha.

Queria perguntar quem era aquele da mensagem.

-Está tudo bem?-Perguntei. -Você tem ficado tenso quando recebe mensagens

-Ah é só um cara da faculdade que está me mandando mensagem. -Pedro mentiu na minha cara.

Eu sei quando você mente, Tófani. Por que mentiu para mim? Quem era aquele que te fazia ameaças? Por que você não confia em mim?

Fiquei ali, tentando lhe ajudar a cozinhar, mas minha cabeça está as mensagens.

-Você quer ir que horas?-Pedro me perguntou.

-O mais cedo, por que precisamos ir para a faculdade. -Disse.-Antes das seis está bom, está bom para você?

-Está. Deixa que eu vá dirigindo, você veio dirigindo na vinda. -Pedro falou.

-Podemos fazer um jantar lá em casa, o que acha?-Perguntei.

-Para mim, tanto faz Jão.-Pedro falou nem um pouco se importando.

Você está cansando? Me diz, porra. Por favor não fique com isso só para você.

Eu estou aqui, para você, por você e com você.

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