Verso 42

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A paz que procuro, não encontro.
É uma inquietude vitalícia.
Me acorda de dentro pra fora
E se rompe como uma barragem de lama.

Minha alma é um oceano
E estou me afogando nela
Sem direito à salvação.
O medo cria muros
Que impedem que os outros vejam
Que estou falecendo

Eu estendo meus braços
Mas nunca alcanço nada
É imbecilidade ter esperança
Quando há esse espaço enorme
Entre o que quero
E o que posso ter.
A paz
É como o horizonte de eventos
De uma buraco negro,
Eu posso até vê-la
Mas não posso alcança-la.

Meu corpo padece
Mas é o que menos sofre
Enquanto a alma agoniza
E a mente enlouquece.
Pois a loucura
Nada mais é
Do que o ápice
Dos pensamentos profundos.

E a existência
É sempre tão vazia
Tão certeira e perigosa
Como um decreto real.
E a realidade
É uma supermassiva
Explodindo
Em um espaço
De um milímetro

A destruição
É o meu desjejum
Ela me alimenta todos os dias
Como uma hóstia sagrada

E a paz
Continua tão distante
Como a dobra do universo
Em que a realidade paralela
Coexiste


Verso De Cada DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora