Capítulo 7 - Torneio Teste

58 9 232
                                    

Com o amanhecer, Kayllene acorda rapidamente, seu coração batendo forte de ansiedade, animação e um pouco de medo. Seus olhos percorrem o quarto até encontrarem seu arco pendurado na parede. Ela caminha até lá e verifica o temporizador na parede, que mostra que faltam apenas duas horas para o início do torneio teste. A garota rapidamente se arruma e come no refeitório. Minutos depois, se encontra com Michael. 

— Descansou bastante né? Chegou faltando uma hora apenas. — Disse Michael com um sorriso irônico marcado por uma leve curva nos lábios, acompanhado de um olhar perspicaz e um tom de voz sutilmente zombeteiro.

— Acho que posso dizer que tive um ótimo descanso.

— Uma tarde romântica?

— O quê? Não! Fica na sua.

As bochechas de Kayllene ficam vermelhas. Michael solta uma gargalhada.

— Beleza, vamos lá para a sala de equipamentos.

Michael e Kayllene seguem por um corredor iluminado por uma série de lâmpadas penduradas no teto, existem muitas portas, cada uma delas numerada e indicando o número de cada pessoa. O som do barulho das pessoas é ensurdecedor, com muitos competidores ansiosos, caminhando de um lado para o outro, alguns falando em voz alta e outros sussurrando. Kayllene observa que alguns deles estão pálidos, com mãos trêmulas e suadas, mostrando sinais óbvios de nervosismo, enquanto outros mantêm uma expressão séria, imperturbável e inexpressiva, como se estivessem prontos para qualquer coisa que pudesse acontecer.

Eles finalmente chegam a porta número cinquenta e dois. Kayllene empurra a porta do quarto com um pouco de apreensão, esperando encontrar um ambiente estéril e impessoal. Mas ao entrar, ela é surpreendida com uma sensação de familiaridade. O quarto é pequeno, com paredes brancas e uma janela aberta para o ar fresco entrar. Há uma cama hospitalar no centro, com um edredom branco e travesseiros empilhados. Ao lado da cama, uma mesa de cabeceira com uma caixa com o símbolo da Stars, uma xícara de chá e uma flor em um vaso pequeno. À primeira vista, o quarto parece vazio, mas em um canto há uma máquina de batimento cardíaco desligada, pronta para ser usada.

A garota olha atentamente para cada local do quarto, mas a caixa chama muito sua atenção, as pontas brilham e parecem hipnotiza-la.

— Vamos lá. Deita olhando pra cima aí.

— Já vamos iniciar?

— É bom já deixar tudo pronto.

Com cuidado, Kayllene se deita na cama enquanto Michael se aproxima com o oxímetro em mãos. Ele desliza o aparelho no dedo da garota e um pequeno apito indica que a leitura está sendo feita. Logo em seguida, o monitor de frequência cardíaca é ligado automaticamente e o som de seus batimentos ecoa pelo quarto. Kayllene sente a respiração acelerada e o coração batendo forte em seu peito, evidenciando o nervosismo que toma conta de seu corpo.

Eu não tenho ideia do que pode acontecer daqui pra frente.

Michael respira fundo e coloca a mão em cima da caixa. Um leve zumbido é ouvido, indicando que o dispositivo está sendo destravado. Com cuidado, ele retira um capacete e o mostra a Kayllene, ela percebe o nome "Starsense" na área da testa. Feito de um metal azul escuro, o capacete parece ter sido projetado com extrema precisão. Os detalhes são impressionantes: cada linha e curva parecem ter sido cuidadosamente pensadas. Próximo à parte direita, há três luzes pequenas, cada uma de uma cor diferente. Já na parte dos olhos, há um visor verde transparente que se ajusta automaticamente ao tamanho da cabeça de quem o utiliza.

Ao olhar mais de perto, Kayllene percebe que o capacete é extremamente tecnológico. Há diversos botões e controles na parte de trás, e um fio ligado a ele se conecta a uma caixa que parece ser um computador.

Black StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora