Capítulo 8 - Encontro Inesperado

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Kayllene caminha com passos cautelosos por um lugar chamado Velha Várzea, um local ermo e desolado com ruínas de casas abandonadas e cobertas de musgo. Ela examina cada detalhe do cenário, notando os vestígios do que costumava ser, aparentemente, um comunidade próspera, mas que agora foi reduzida a escombros e silêncio. A brisa gelada sopra, levando consigo um ar de melancolia e desolação.

Enquanto sua curiosidade é despertada pela história do lugar, a garota também sente a fome apertar em seu estômago. Seu último alimento foi há horas atrás e suas energias estão se esgotando. Ela busca por abrigo em uma das casas em ruínas, encontrando uma pequena sala escura com paredes cobertas de teias de aranha e poeira. Kayllene se senta em um canto, ouvindo o ronco alto de sua barriga faminta.

Será que esse lugar realmente existiu? Ou será que estou pensando demais?

Kayllene decide que precisa encontrar algo para comer antes de prosseguir com sua jornada. Com sua catana na bainha, ela sai em busca de recursos, explorando as ruínas.

A garota entra em algumas casas que parecem já ter sido exploradas antes e não encontra nada de relevante. Até que em uma das casas, ao passar por uma porta entreaberta, ela é repentinamente puxada para cima, com sua perna presa por uma corda escondida em meio à poeira.

A armadilha é acionada por um mecanismo engenhoso, ativado quando Kayllene pisa em uma placa de pressão disfarçada no chão. A corda, tensionada, se enrosca rapidamente em torno de sua perna, puxando-a para o alto e a deixando suspensa de cabeça para baixo. A surpresa é tão grande que a garota solta um grito de surpresa que a faz deixar sua catana cair no chão.

De cabeça para baixo, ela estica seu braço com dificuldade, tentando alcançar sua catana que estava próxima. Seus ouvidos captam um barulho vindo da porta em sua frente, fazendo-a ficar tensa. Com muito esforço, ela consegue pegar seu arco e mirar na direção do ruído. Seus dedos estão suados, a tensão tomando conta dela. No entanto, antes que pudesse disparar, Kayllene é surpreendida por uma lâmina que vem por trás e para em seu pescoço, rendendo-a.

— Solta o arco! — Exigiu um garoto atrás de Kayllene. A garota nervosa solta instantaneamente fazendo-o cair no chão. — Droga, achei que iria ganhar um abate de graça.

A corda que prendia sua perna é cortada, fazendo a garota cair no chão, aterrissando com um baque abafado. Ela rapidamente se levanta e olha para a pessoa na sua frente e vê um um garoto negro, com uma camiseta azul simples, sem nenhum detalhe chamativo. Ele usa uma calça jeans comum, já um pouco gasta nas áreas de maior atrito. Seus óculos têm armação azul e lentes um pouco grossas. Seu cabelo escapa um pouco do boné marrom que ele usa.

— Kayllene, não é? Olá de novo.

Kayllene sente uma sensação de familiaridade ao olhar para o garoto. Há uma mistura de confusão e desconfiança.

— Eu... Te conheço? — Perguntou a garota com uma expressão de dúvida.

— Ah, nunca conversamos diretamente. Meu nome é Davi, deve ter me visto com a Kate alguns meses atrás.

— Agora que você falou... 

— Precisamos sair daqui.

— Por quê?

— Se você abrir seu mapa, verá que tem um scanner na área revelando nossa localização.

— De novo?! Tá de marcação comigo?!

— É a segunda vez que você tá dentro de um scanner?

— Sim, da última vez tinha um em volta de uma caixa que estava caindo do céu.

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