Capítulo 2 - Matheus

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Notas do Autor

Pretendia postar amanhã.... mas não resisti u.u
o próximo capítulo terá a primeira discussão deles, e quem sabe algo "a mais" uahsua

boa leitura e até o próximo

 Se me falassem que o diabo é um homem que está no palanque, eu riria e então iria dizer "O diabo trabalha para mim, tem coxas grossas, bunda grande, e uma incapacidade enorme de acatar minhas ordens."

   A maldita Srta. Lindsay não se contentava em apenas ser uma funcionária da empresa, ela gostava de ser a melhor funcionária. Era querida e adorada por todos, até mesmo minha família, o que todos não via era o seu lado irritante. Acho que minha implicância começou quando vim de Chicago para cá. Meu pai havia me colocado para trabalhar na matriz, e eu teria uma secretária de sua escolha.
 
   Obviamente recebi uma foto dela um mês antes de vir. Linda, cabelos longos, perfeitos para serem puxados, os peitos saltando para fora no decote V do vestido vermelho, coxas grossas, e pelo reflexo da porta pude constar que tinha uma bunda perfeita para uns tapas. Ela fugia dos padrões que eu sempre saia, malhadas, magras e loiras.
 
   Fiquei até animado quando finalmente cheguei na empresa, mal sabia que a detestaria no instante que a visse.
 
   Entrei no meu andar e ouvi uma voz firme e sedutora. Seria difícil me concentrar no serviço se fosse ouvir aquela voz o tempo todo.
 
   - E então ele tentou me levar para a casa dela, acredita?
 
   Estaquei, ela estava ao telefone, contando sobre um encontro? Em pleno serviço!
 
   - Sim, eu sei, mas acontece que eu não iria transar com o cara no primeiro encontro né.
 
   Apareci na recepção, não iria permitir este tipo de conversa por telefone da minha funcionária.
 
   Acho que assim como eu, ela também viu uma foto minha, pois assim que reparou em mim suas bochechas ganharam um pouco de rubor.
 
   - Amanda, eu preciso desligar - ela colocou o telefone no gancho e se levantou descendo a saia, não pude deixar de reparar no pequeno pedaço da cinta liga que apareceu. - Sr. Campbell - ela tentou sorrir. A forma como pronunciou meu nome fez meu interior se revirar, e meu pau se agitar na calça. A detestei naquele momento.
 
   - Não quero este tipo de conversa no local de trabalho, qualquer coisa que se diz respeito a sua vidinha pessoal pode ser tratada na rua - a fulminei com o olhar, pela mudança de sua postura pude perceber que ela estava se sentindo culpada. - Atualize minha agenda, quero ela pronta até sexta-feira em dez minutos na minha mesa.
 
   Entrei na minha sala e me encostei na porta fechada, pude ouvir ela reclamando e revirei os olhos, obrigado pai.
 
   Bati a porta do carro com essa lembrança, entrei em casa e fui direto para o banheiro, tirando minha roupa e entrando na água gelada do chuveiro. Não pude deixar de ignorar a roupa que ela vestia hoje. Aquela saia preta, e a camisa branca de botões eram uma combinação e tanto. Confesso que tive vontade de fodê-la ali mesmo, ainda mais depois de me responder. 
 
   Saí do banheiro completamente nu, minhas malas já estavam prontas, então me preocupei em ser detetive, busquei por Ayla Lindsay no Facebook e encontrei como quinta opção, era ela, linda e sorridente. Abri a página e já fui recebido com uma foto de causar impacto. Srta. Lindsay sabia bem usar seu corpo a seu favor. Ela está de biquíni, sentada numa cadeira de tomar sol, as pernas levemente aberta, seu braço direito apoiado na perna enquanto sua mão esquerda mexia no cabelo. A boca levemente aberta e o óculos escuto refletia a enorme piscina de algum hotel. Precisei de cinco minutos antes de conseguir minimizar essa foto. Seu status é de solteira, e fico imaginando se alguém algum dia iria suportar ela por tanto tempo.
 
   Consegui ter acesso em sua conta bancária, para uma secretária sua conta bancária é bem gorda. Talvez ela seja rica afinal, até porque nunca vi ou ouvi falar de nenhum familiar seu.
 
   Acabei descobrindo seu endereço também, e antes que desse por mim eu já estava vestido, dentro do carro saindo da minha garagem.
 
   O que estou fazendo? Indo atrás da secretária para o que? Brigar? Eu iria passar cinco dias com ela me tirando fora do sério! Pra que prolongar esse tempo?
 
   Parei bem em frente ao seu prédio, era grande. E eu sabia qual andar era o seu, e sabia também qual era seu apartamento. Acontece que encontrei seu endereço exato.
 
   Olhei para cima ainda dentro do carro diretamente para a varanda de seu quarto, a porta estava aberta e a cortina se mexia alegremente acompanhando o vento fraco. Eu estou realmente ficando louco. Cocei a barba e liguei o carro, eu não iria ficar vendo minha secretária assim, eu não gostava dela. 
 
   Ousei dar uma última olhada, e lá estava ela, apenas com um hobby de seda pelo corpo, o cabelo num coque totalmente bagunçado, a lua deixava sua pele brilhante, e eu já estava ficando completamente duro.
 
   Acelerei o carro e fui para casa, talvez essa viagem fosse mais uma tortura do que eu estava imaginando.
 
   ~
 
   Entrei no prédio da empresa pisando duro. Minha noite de sono foi péssima, as malas já estavam no carro, minha intenção era subir até a sala de meu pai, e então encontrar Srta. Lindsay.
 
   O elevador estava lotado, e pelo menos cinco mulheres me encarava na cara dura, não podia negar, elas são lindas, mas não a ponto de desviar minha atenção. Saí do elevador no andar do meu pai, caminhei a passos largos ignorando todo mundo ao meu redor. Encontrei sua secretária, a Amansa, que se endireitou rapidamente na mesa, mas não lhe dei muita atenção também. Abri a porta da sala e me deparei com a seguinte cena: Srta, Lindsay estava inclinada sobre a mesa arrumando alguns papéis, enquanto meu pai estava de costas para ela, falando ao telefone virado para a janela.
 
   A perfeita bunda da secretária estava dentro de um vestido azul, ia até um pouco abaixo dos joelhos e seu salto alto preto era definitivamente proibido num local de trabalho.
 
   - Certo Edward, Matheus estará aí em algumas horas, passar bem. - Meu pai desligou e se virou para Srta. Lindsay e em consequência acabou me vendo. - Pontual como sempre filho. 
 
   Ayla se ajeitou rapidamente quando ouviu meu pai dizer isso. Eu sei que ela pode sentir quando a estou observando, e eu gosto desse tipo de poder.
 
   - O voo sai daqui alguns minutos, vim buscar a Srta Lindsay para irmos juntos. - falei finalmente encarando meu pai.
 
   Ayla me encarou diretamente, seus olhos se demorando alguns segundos nos meus ombros, eu ficava bem em meus ternos, aliás eram todos feitos por uma amiga da mamãe. Então eu me sentia bastante confiante com a impressão que passava para as pessoas: sério, inabalável e mandão. Mas se as pessoas me vissem como eu estava ontem a noite, discordariam disso tudo.
 
   - Eu poderia ter ido com meu carro, Sr. Campbell. Aliás ele está no estacionamento do prédio com minhas malas dentro - sua voz penetrante ecoou por todo meu cérebro. Bastou isto para querer ela o mais longe possível.
 
   - Matheus está certo Ayla - meu pai se sentou em sua cadeira. - Indo num carro só será mais rápido, e menos perigoso. Não se esqueça de preencher toda a planilha que lhe pedi enquanto está em viagem. Pode me mandar no e-mail pessoal depois.
 
   - Como quiser Sr. - ela não parecia nada contente e suspeitei que fosse por causa do carro.
 
   - Matheus, Edward estará te esperando no aeroporto, infelizmente você terá uma reunião assim que chegar lá - concordei com a cabeça, Srta. Lindsay se despediu de meu pai com um aceno de mão e quando eu ia sair ele me chamou de novo. - Trate-a bem, eu saberei se fizer o contrário.
 
   Me permiti rolar os olhos. Para uma pessoa com um salto de quinze centímetros, até que Srta. Lindsay andava bem rápido. Consegui lhe alcançar já no elevador, descemos até a garagem para buscar suas malas e então saímos pra colocar no meu carro. A viagem até o aeroporto foi silenciosamente constrangedora, a imagem dela na varanda vinha a minha mente o tempo todo, e seu doce perfume invadia minha narina me fazendo perder o juízo. Me mantive sempre perto, chamávamos bastante atenção pelo lugar, homens a rodeavam o tempo todo, e mulheres me seguiam com o olhar como se fosse de outro mundo.
 
   Quando entramos no avião, Ayla se virou para a janela e não me olhou uma única vez.
 
   - Sabe que terá que falar comigo uma hora ou outra, não sabe? - perguntei, sem encará-la.
 
   Ela também não me encarou quando respondeu:
 
   - Eu sei, mas quanto mais tarde melhor.
 
   Ri pelo nariz e ela se levantou.
 
   - Com licença senhor, mas preciso ir ao banheiro.
 
   Ela passou por mim e instintivamente minha mão passou de leve por sua coxa, Ayla estacou por alguns segundos e me encarou, seu olhar me desafiava ir além. Tirei a mão me fazendo de desentendido. Na verdade eu não entendo o porque fiz isso, mas agora quero mais que tudo aceitar este desafio.

Chefe Irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora