Quem não gosta de gêmeos?

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°Narrador On°



Cinco de setembro - o dia mundial dos irmãos.

Esse dia era muito especial para os gêmeos Yugi. Bom, ele era especial para Tsukasa mas o garoto sempre ficou tão animado com esse dia que Amane acabou entrando na onda.



• Ding-Dong •



- Já vai!! - gritou "doritos" da sala, indo em direção a porta e a abrindo.



- Amane, Amane!!! - exclamou o moreno mais novo em tom de felicidade assim que seu irmão abriu a porta, pulando em cima do mesmo para lhe dar um abraço - Estava com tantas saudades!!



- Oi oi, Tsukasa!! Também senti sua falta! - fala Amane, correspondendo o abraço - Mas será que você podia parar de pular? É difícil te abraçar assim.



- Deixe ele pular, Amane-kun. - disse uma voz feminina vindo de trás do mais velho - Ele deve estar bem empolgado em te ver, já faz um tempo desde a última vez que se encontraram.



- Isso mesmo!! - concorda Tsukasa pulando ainda mais - Estou empolgado, me deixe pular!! Olá, Nene-Chan!! - ele diz e recebe um 'Olá' de volta.



- Eii!! Eu sou seu namorado, você deveria me apoiar e não o Tsukasa!! - fala o moreno.



- Eu não me lembro de ter lido isso no "contrato de trezentas regras para namorar Yugi Amane" - responde a rabanete ironicamente e recebendo alguns resmungos como resposta, mas preferiu ignorar.



A garota não iria ficar pois, além do dia ser somente dos gêmeos, Mei a tinha convidado para a sua casa.



- Tchau, Tsukasa-kun! - ela se despede com um aceno e se aproxima do outro, selando os seus lábios rapidamente e logo saindo do apartamento - Tchau, querido!



- Que fofo, você está corado, Amane!! - diz Tsukasa - Quando eu ganho sobrinhos??



- Eu vou te por na adoção.



Pronto, os dois estavam sozinhos então começariam a aproveitar a data. Resolveram iniciar as coisas batendo um papo para que se informassem da vida um do outro, isso era de extrema importância para a relação de gêmeos.



Conversa vai, conversa vêm, e depois de mais ou menos meia hora conversando, ambos percebem o vazio que tinham no estômago e o caos começa aí.



A solução óbvia para dois marmanjos de vinte anos que não sabem fritar um ovo (é piada, eles sabem fazer miojo) seria pedir um delivery mas decidiram, ou melhor, Amane decidiu que seria melhor tentarem fazer alguma coisa para que fizessem alguma atividade saúdavel em conjunto e, sim, essa é uma desculpa para não gastar dinheiro. Mesmo sabendo que seu irmão estava mentindo, Tsukasa resolve aceitar a ideia.



O planejamento era uma coisa teoricamente simples: macarrão com molho branco e uma coca.



Porém Amane havia esquecido que Nene tinha levado a bebida para a casa da amiga, então optaram por uma outra opção, que era um suco de laranja que seria responsabilidade de Tsukasa, que o faria enquanto seu irmão fervia a água e separava os ingredientes. Tudo estava indo bem, até que o mais novo foi ver se a doçura do suco estava boa mas se esquece de desligar a máquina ao o fazer e o resultado do acidente é: Amane brigando feio com ele enquanto o mesmo ri da sua "cara de mal" e de uma mancha que parecia um Sherek laranja no teto.



Enquanto limpavam a bagunça que o garoto havia feito, ambos sentiram um cheiro estranho.



- Amane, você está sentindo esse cheiro? - pergunta Tsukasa.



- Sim, mas deve ser o vizinho. - responde seu irmão - Aquele cara sempre dá um jeito de fazer alguma besteira.



- Sei não, parece que está vindo... - o moreno se vira na direção do odor - Amane.



- Hm.



- Em uma escala de zero à dez, o quanto a Nene-Chan ficaria pistola se nós queimassemos duas panelas novas?



- É o que? - ele se vira - PUTA MERDA, PEGA A ÁGUA TSUKASA!!



E é por isso que os gêmeos Yugi estavam no sofá comendo Burguer King e vendo Bob Esponja.



- Você não respondeu a minha pergunta sobre escalas.



- Sete, hoje eu não durmo no sofá. Hoje não.



•Quebra no tempo - duas horas depois•



- Tsukasa, um, dois, três!! - grita o moreno, batendo na parede.



- Onde você acha tanto lugar para se esconder sendo que esse apartamento é pequeno e essa é a segunda vez que você vem aqui? - pergunta seu irmão vindo do banheiro.



Essa era a quinta partida que eles brincavam de pique-esconde e era a quinta vez que Tsukasa ganhava. Os dois fizeram outras coisas antes disso, como adedonha, manicure, (eles pintam as unhas sim, vai fazer o que?) fofocar sobre a vida alheia e limpar a cozinha. Depois de todas essas atividades e algumas outras, os gêmeos resolvem se sentar no sofá para jogar videogames por uma hora e meia, que era o tempo que eles teriam até 16h30min pois iriam no cinema ver Lightyear nesse horário.



Foi um momento muito agradável para os irmãos, mesmo que a definição de 'agradável' que eles estavam acostumados a utilizar era muita revolta, briga e - de vez em quando - alguns abraços. Você pode achar isso estranho, mas para eles aquilo era a melhor coisa que poderiam ter: um ao outro. Amane e Tsukasa Yugi amavam o cinco de setembro. Amane e Tsukasa Yugi amavam um ao outro.



- Amane. - chama Tsukasa sem tirar os olhos da tela - Você realmente me ama?



- Que tipo de pergunta é essa, Tsukasa? - questiona Amane que também não tirou os olhos da televisão - Claro que amo.



- E você pode provar?



- O que você quer que eu faça, Tsu?



- Quero que você prove que me ama.



- Tudo bem. - ele pausa o jogo e larga o controle para abraçar o seu irmão, que rapidamente corresponde o abraço - Eu sei que eu não sou muito de falar isso para você mas, sabe, eu não te amo só porquê você é meu irmão mais novo por, sei lá, três minutos. Eu te amo porquê você é o Tsukasa. Você é o Tsukasa bobo, brincalhão, meigo, gentil, carinhoso e de vez em quando idiota. Você é o Tsukasa que eu amo. Você é muito, muito mais do que meu irmãozinho.



- Que fofo, Amane!! - ele diz enquanto faz cafuné no irmão que agora estava em seu colo, abraçado em sua cintura - Eu posso falar por quê eu te amo?



- Vai em frente.



- Você sempre foi como o meu ídolo. Sempre foi melhor em muitas coisas do que eu. E, ao invés de invejar, eu sempre amei isso. Sempre amei como você sorria. Sempre amei quando você brigava comigo. Sempre amei quando você se arrependia. Sempre amei quando você agia como meu irmão mais velho por três minutos. Sempre amei quando você agia como Amane Yugi. E nada disso mudou de lá pra cá. Você continua sendo o Amante Yugi, e eu amo isso.

Nossa vida após minha morte Onde histórias criam vida. Descubra agora