— Privet, Dean. — O bico frio da arma fez os cabelos de Dean se arrepiarem, sua voz rouca com um leve sotaque russo fez suas pernas tremerem.
— Castiel. — Ele murmura, engolindo em seco. — Você realmente vai me apunhalar pelas costas?
Não há resposta, apenas o som do maquinário da arma, engatilhada. Dean ri, ele esperava pelo menos dar um soco no rosto de Castiel antes de ser baleado por aquele rato russo. Queria ver o olhar em seu rosto, ver se ele se deleitaria ao tirar a vida dele.
— Uou, anjo, pegue leve com nosso visitante. — O sotaque fortemente inglês não é estranho para Dean, aquele tom sarcástico e sofisticado. O caçador americano cerra os punhos. Surpreendentemente, a ponta gelada da arma desaparece do pescoço de Dean e ele dá um suspiro de alívio.
— Vocês estão trabalhando juntos agora? — O Winchester bate as mãos na camisa antes de se virar, mandíbula tensa enquanto vira os calcanhares. — Crowley, Castiel? Eu pensei que o desprezava tanto quanto eu.
Ele mal consegue olhar para o homem de terno preto engomado na porta, seu olhar rapidamente atraído para criatura de olhos azuis sobrenaturais olhando-o como se ele fosse uma erva-daninha em seu jardim de rosas. Dean não consegue evitar lamber os lábios; Castiel está como sempre — olhar assassino brilhante, cabelos negros rebeldes, boca rachada e rosada, cabeça inclinada e sobrancelhas franzindas.
Algo no peito de Dean queima, e é desconfortável para o inferno.
— Nós não estamos trabalhando juntos. — Castiel resmunga, olhos cerrados.
— Você diz isso, russo, mas eu digo o contrário. Somos uma parceria dinâmica como Beyoncé e Jay-Z. — O inglês, Crowley, exprime num sorriso canteiro. Dean franze a testa, não perdurando seu olhar no líder regente da organização Witch Hell da máfia Inglesa.
— Saiu da coleira da mamãe e veio dar um passeio, Crowley? — Retalha sarcasticamente.
— Como sempre um bastardo, não é, Winchester? — Retruca. — Muito corajoso vir até meu território para blasfemar.
— Seu território? Você é realmente um cachorro, não é?
— Não se faça de espertinho, seu imbecil. — O inglês rola os olhos. —Esta beldade de olhos azuis não tem uma arma apontada para você à toa.
— Está trabalhando para ele? — Ele pergunta surrado, os olhos frustrados procurando respostas nos olhos azuis tão lindos e odiosos.
— Não é da sua conta. — Murmura, aquele olhar severo sob Dean.
— Você é um idiota, um maldito idiota. — Ele cuspiu, sem entender por que uma sensação ruim ardia em seu peito. — Se tornou a putinha dele agora?
A raiva de Dean é atenuada pelo soco de Castiel em seu rosto - queima e ele pode sentir o gosto do sangue escorrendo por seus lábios. Ele solta um gemido de dor, o rosto amargo de Castiel perfura sua alma. Atrás dele, Crowley pigarreou.
— 'Ubiraysya' — O russo diz entre-dentes, os olhos nunca deixando a face frustrada de Dean. — Crowley.
— O quê? Eu não vou sair. — Reclama o inglês, pondo as mãos nos bolsos e arqueando a sobrancelha. Castiel não se mexeu, seu olhar ainda fixo em Dean de uma forma que lhe dizia nas entrelinhas que ele colocaria o Winchester sob sua bota.
— Saia agora, Crowley. — Seus dedos engatilharam a Margolin novamente, seu tom ainda mais áspero do que o normal. Dean ouve o inglês engolir em seco.
— Só não derrame sangue no meu carpete. Ele é indiano. — Disse ele, e logo apenas Dean e Castiel foram deixados entre as quatro paredes.
Nenhum dos dois disse sequer alguma palavra, aquela tão conhecida disputa acirrada de olhares, onde o verde mesclava com o azul de maneira quase transcendental. Eles não usavam muito as palavras, Dean sabe disso, mas o silêncio de Castiel o estava deixando fodidamente irritado. O maldito fode sua missão, sua mente, seu rosto, seu tudo — e ainda se mantém ali, olhando-o de cima para baixo como se fosse muito maior do que ele.
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Pilantra (Destiel)
Fanfic"Não é porque eu te odeio, que eu não posso mais beijar tua boca." "Se olhar a gente fica Se ficar a gente briga" "Em volta do teu pescoço Eu mantenho nosso jogo Decidindo se eu te beijo ou vou te matar" Uma short fic Casdean (mafia au) Inspirada e...