Mente 'Pra Mim, Foge de Mim

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A maneira em que as luzes despojavam acima de suas cabeças era quase hipnótica. Uma droga psicodélica corroendo toda base neurótica apenas com sua ondulação frenética e contagiante.

Apesar do forte cheiro de álcool e fumaça, aquela colônia marcante ainda podia atravessar o bar por milhas. Era um almíscar inquietante, sândalo brilhando em âmbar - era quente, mas era doce. E se não bastasse aquele sorriso de canto, brilhante e alargado, despojado nos lábios tão repleto de jovialidade, havia aquele olhar... esverdeado e transparente.

Diziam que no mar, águas verdes são mais rasas do que as azuis - mas aquele verde possuía uma profundidade pertubável.

O álcool em sua cabeça era frenético e alucinógeno, o fumê escuro do cigarro pairava sob seus olhos azuis feito névoa; mas ali ele estava, olhando-o como se não acreditasse que aqueles olhos verdes estavam olhando para ele. Ele colocou o cigarro entre os lábios novamente, o gosto quente e embaçado da fumaça moendo as engrenagens de seu cérebro.

O Margolin no acessório do sobretudo roçando seu tronco enquanto ele se inclinava no balcão - sem saber se deveria usar a arma ou não. Normalmente, Castiel não era tão complacente a homens estranhos olhando tão descaradamente para ele - mas o russo estava tão bêbado, e seus olhos estavam vidrados naqueles olhos maravilhosos e rosto bonito.

Não haviam homens como esse na Rússia - bem, em nenhum outro lugar senão apenas esse.

- Você devia parar, sabia? - Por cima do som alto da música indecifrável, aquela voz áspera e maliciosa caiu sob Castiel. O moreno inclinou a cabeça, puxando o cigarro entre os dedos enquanto o olhava de cima a baixo; desde o jeans até a jaqueta encardida que contrastava com aquela camisa justa no peito. - Não devia me olhar assim.

- Não entendo o que diz, 'krasivyy'. - Castiel poderia culpar o álcool por seu deslize mental ao chamar o completo estranho de 'lindo', nem percebendo que usara seu idioma materno. O estranho franze as sobrancelhas, mas parece tão bêbado quanto ele.

- Estrangeiro? - Se inclina por causa da música alta. Castiel encolhe os ombros, acenando com a cabeça. - Claro que é, bonito assim, não pode ser daqui.

O russo vinca as sobrancelhas, olhando-o atentamente; o Margolin ainda fricciona contra seu corpo, e ele ainda tem que se livrar da Tríade Chinesa, mas aquele homem loiro de olhos encantadoramente verdes está o deixando extremamente curioso e sensível.

- Você está flertando comigo? - Soprou, curvando em sua direção.

O outro se arqueou mais acima dele, um sorriso sedutor nos lábios enquanto os lambia em antecipação. Ele suspirou. - Você gostaria que fosse um flerte?

- Não gosto de flertes. - Murmurou, baforando o tabaco. - Mas concerteza aprecio a coloração EYCL1 ocular.

- Tradução, por favor. - Ele sorriu curioso, vendo Castiel encará-lo como se o que ele tivesse dito antes fosse a coisa mais simples já dita.

- Gosto de olhos verdes.

- Então essa é sua forma de flertar? - O estranho gargalhou, abaixando-se ao seu lado. - Sexy, professor Xavier.

- O que você quer? - Castiel suspirou, olhando para ele através de cílios pesados.

- Se você permitisse, - O de olhos verdes sentou-se no banco ao lado. - eu gostaria de observá-lo por algum tempo, só 'pra ter certeza se você é real.

- Eu sou real. - Franziu a testa. - Você está apenas bêbado, mas não está alucinando. Ou eu estou alucinando?

- Você está tão chapado quanto eu, não é? - Ele riu. - Estou dizendo que você é tão gostoso que eu estou quase de joelhos.

Pilantra (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora