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Larissa Mota

Me sentei ao lado de Bruna, estou exausta! Eu e ela só acabamos agora de dar uma geral na casa.

Bruna é uma pessoa maravilhosa!

A Bruna pegou o colchão da sua própria cama e me deu, mesmo eu dizendo que não precisava e que tentaria dar um jeito no colchão mofado que estava dentro da casa, Bruna fez muito por mim em poucas horas que nos conhecemos.

Ela é doidinha da cabeça, enquanto a gente fazia faxina na casa, ela me atualizou de todas as fofocas daqui da vila Kennedy.

A Bruna tem vinte e dois anos, e mora na Kennedy a cinco anos, antes ela morava no Rio grande do sul com os seus pais. Mas, ela veio morar com a sua avó para que pudesse cuidar dela.

O moço que a Bruna chamou para mexer nos fios, saiu daqui a uns 10 minutos atrás, e agora eu tenho luz e água quente.

No total tudo que ele precisou mais a mão de obra deu centro e vinte reais.

Bruna: Lari, vamos ao baile comigo hoje? - com o pé, ela virou o ventilador pra gente. - tenho certeza que você irá amar.

Eu: Tô exausta, Bruna.

Me deitei no chão frio, ela se virou para mim.

Bruna: Você ainda tem tempo de sobra pra descansar, amore. - a encarei - você precisa se divertir um pouco, passou por muitas coisas. - respirei fundo - além do mais, a gente tem que comemorar as coisas boas que vem acontecendo.

Contei toda a minha história para a Bruna, por mais que eu queira sair para comemorar a minha nova conquista, ao mesmo tempo estou exausta e só desejando um banho e dormir.

Eu: Outro dia, Bruninha. - faço um biquinho.

Bruna: Iremos hoje, e no outro dia também. - riu - venho vamos pra minha casa comer algo, beber bebida alcoólica com nada na barriga e pedir para passar vexame.

Rir enquanto em minha mente se passar um leve feedback de todos os micos que a bebida me fez passar, humilhação atrás de um humilhação.

Bruna: Cadê seu celular? Para que eu possa colocar as senhas do wi-fi dos vizinhos.

Bruna ficou de pé e estendeu os braços para que os segurasse e me levantasse, desligamos a luz e saímos de dentro de casa para irmos para dela.

Eu: Não tenho celular.

Bruna: Sim, você tem. - entramos em sua casa, ela sumiu no corredor pequeno e logo voltou com duas caixas na mão - escolhe um, e o meu presente pra você.

Eu: Bru, eu não posso e nem vou aceitar.

Bruna: Pode, como vai! Eu não uso eles, Este é o iPhone 7 plus - levantou uma das caixas -  é esse aqui o iPhone 8 plus.

Eu: Bruna, você é uma pessoa mais do que incrível, mas eu não posso aceitar um celular, obrigada de qualquer forma pela intenção, e tudo que vem fazendo por mim.

Bruna: Uhum.. Então, eu vou te vender.

Eu: Não tenho dinheiro, Bruna, eu não me importo de ter um celular.

TODA MINHA [ M ] Onde histórias criam vida. Descubra agora