➸ 07

12.2K 762 161
                                    

➦ Larissa Mota

Odeio ser imperativa! Não consegui ficar mais de cinco minutos sem fazer nada, a Renata está demorando muito pra voltar.

Não estou mais aguentando ficar nessa imundice, estou até agora tentando entender como alguém consegue viver nesse estado.

Desde que a Renata saiu, eu perdi as contas de quantos surtos tive por ver um rato ou uma barata.

Será que a Renata é depressiva ou uma acumuladora? Por isso, ela deixou que a casa chegasse nessa situação trágica.

Decidir ir adiantando algumas coisas, já que teremos que arrumar de qualquer forma. Estou exausta! Arrumei a cozinha e lavei cinco vezes o chão, pois estava grudento e com comida mofada pelo chão e geladeira.

Estou utilizando uma luva de limpeza que achei na área de serviço juntamente com vários produtos de limpeza.

Recolhi toda as roupas do chão que está pela casa todinha, a casa é linda! Mas, está muito desvalorizada e imunda.

Sem as roupas no chão agora andamos no chão, e não sobre as roupas. Ajeitei a minha postura sentindo as minhas costas arderem pelo cansaço.

Olhei ao redor e suspirei vendo o quanto sou trouxa, a Renata não voltará e muito menos tinha a intenção de arrumar a casa.

Caminho em direção a lavanderia, Renata terá que pagar pelo serviço que estou prestando.

Observo o perigo passar pelo portão, ele me analisou.

Perigo: O que está fazendo aqui?

Eu: Sendo trouxa. Não está vendo?

Perigo: Cadê a desgraçada da sua prima?

Eu: Ela disse que iria ao mercado e depois comprar uma pizza, mas ainda não voltou.

Observo a água preta saindo da máquina de lavar, e a terceira vez que ponho a mesma roupa pra lavar. Na primeira vez que vi o estado da água, parei a máquina correndo achando que eu tinha misturado a roupa colorida com a branca.

Perigo: Está aqui desde que hora?

Eu: Sair de casa às onze e quinze da noite.

Abro a última porta que faltava pra arejar vento e aliviar o cheiro de morfo que melhorou muito.

A casa está praticamente toda arrumada, estou pensando em passar um outro pano para retirar o restante da sujeira que possa ter sobrado. Eu achava que a minha casa estava uma nojeira antes de eu e a Bruna limpar até conhecer a casa da Renata.

Perigo: Você é tão esperta pra umas coisa e tão besta e inocente pra outras.. - me virei pra ele - São quase quatro horas da amanhã, Larissa. Enquanto a sua prima está no bar bebendo com a amiga e você aí lavando as calcinhas imundas dela.

Arregalei levemente os olhos por conta do susto ao saber do horário, eu estava pensando que tinha se passado no máximo duas horas. Fecho os olhos e respiro fundo sentindo a raiva tomando domínio de cada parte do meu corpo, a minha vontade e de me bater.

Eu: Bom, eu vou embora.

Perigo: Vamos, eu te deixarei em casa.

Renata: Larissa tem duas pernas, perigo - passou pelo portão - ela pode muito bem voltar sozinha.

TODA MINHA [ M ] Onde histórias criam vida. Descubra agora