Cap. 3 - A Maior Mentira da Noite

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Camila

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Camila

Lauren caminhou em minha direção com o microfone na mão. Seus olhos brilhavam bem-humorados, mas eu temia que os sapatos brilhantes acabassem sujos de vômito.

Acenei em negação e balancei a cabeça, mas isso só a incentivou a continuar.
Ela falou ao microfone enquanto segurava minha mão:

— Parece que Evelyn está um pouco nervosa. Ela é meio tímida. — Lauren me puxou e dei dois passos relutantes para o meio do salão, antes de parar e me recusar a prosseguir.

Lauren riu e levantou o microfone mais uma vez.

— Parece que ela precisa de incentivo. O que acham, senhoras e senhores? Acho que aplausos podem convencer Evelyn a dizer algumas palavras.

Todos começaram a aplaudir. Eu queria que o chão se abrisse e meu corpo tenso caísse em um poço sem fundo. Mas ficava mais claro a cada segundo, que o único jeito de sair dessa era enfrentando a situação. Todo mundo olhava para mim e não tinha como sair ilesa. 

Pensei em correr, mas decidi que era melhor ter só algumas pessoas me perseguindo, não o salão inteiro.
Então, respirei fundo, me encostei na mesa mais próxima e perguntei a um senhor se a bebida dele era alcoólica. Quando ele respondeu que era vodca com gelo, peguei o copo e virei de uma vez. Depois, ajeitei o vestido, endireitei os ombros, levantei o queixo, caminhei na direção de Lauren e, trêmula, peguei o microfone.

Ela sorriu e se inclinou para cochichar em meu ouvido:

— Boa sorte, Evelyn.

O ambiente ficou em silêncio e senti gotas de suor brotando em minha testa e no buço. Um nó do tamanho de uma bola de golfe bloqueava minha garganta e meus dedos dos pés formigavam. Todos os olhares estavam voltados para mim e vasculhei minha mente em busca de uma história, qualquer história. Consegui uma, mas teria que improvisar um pouco. De qualquer maneira, improviso combinava com a noite, certo?
Limpei a garganta.

— Oi...

Eu segurava o microfone com a mão direita. Notei que tremia e usei a mão esquerda para apoiá-la, tentando mantê- la firme. E respirei fundo.

— Oi. Eu me chamo Evelyn. Taylor e eu nos conhecemos no jardim de infância.

Cometi o engano de olhar para a mesa dos noivos. A noiva estava confusa, me encarando e cochichando com o marido.
É melhor eu ser breve...

— Como Lauren mencionou, eu queria contar como Tay e eu nos conhecemos. Eu tinha acabado de me mudar para a cidade, no meio do ano letivo e não tinha muitos amigos. Era tímida. Minha pele branca ficava vermelha sempre que eu estava no centro das atenções, por isso eu evitava a todo custo falar na sala de aula. Um dia, bebi uma garrafa inteira de água no intervalo. Eu precisava muito ir ao banheiro quando voltamos à sala, mas o Sr. Neu, nosso professor, já tinha começado a aula e eu não queria interromper. Ele devia ter um metro e oitenta de altura e era muito assustador, então, pensar em levantar a mão e ver todas as crianças olhando para mim quando ele dissesse meu nome me deixou completamente apavorada. Por isso, resolvi me segurar, mas, caramba, aquele homem falava sem parar.

CAMREN: Convite Inesperado (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora