Cap. 34 - Dia Difícil

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Chegamos ao último!!!!!
Ficamos, agora, apenas pelo Epílogo.
Estão prontos?
Então, vamos!

Lauren

A semana passada foi devastadora.
Mas ontem de manhã, foi pior ainda.

Eu deveria receber o resultado do exame de DNA às nove horas, mas o laboratório atrasou.

Camila estava comigo para me dar apoio no momento em que eu recebesse o resultado, mas tinha uma reunião na hora do almoço com um representante e não podia deixar de ir.

O que foi melhor, porque chorei como criança quando eles ligaram por volta do meio-dia e confirmaram que minha garotinha... não era minha.

Quando Camila voltou, no fim da tarde, eu estava atordoada... e bêbada. Apaguei por volta das nove da noite e talvez por isso, agora estivesse acordada desde as três da manhã, olhando para o teto.

Como olhar nos olhos de Charlie sabendo que ela não era minha filha? Mentir para ela me faria sentir uma fraude. Ela só tinha seis anos e sempre fui honesta com ela.

Queria que Charlie confiasse em mim, como sempre confiei em meu pai. E agora tudo isso estava arruinado.

Eu não parava de pensar em uma conversa que tivemos meses atrás. Ela me disse que não tinha quebrado o puxador da porta de um armário da cozinha, o mesmo que muitas vezes a vi usar como apoio para alcançar a bancada.

Pelo jeito como o puxador quebrou, eu sabia que ela estava mentindo para mim. Por isso expliquei que, por pior que fosse uma situação, mentir era sempre pior que aquilo que se tentava esconder.

Naquela noite, ela me contou a verdade e disse que estava com dor de estômago. Tive certeza de que a dor era resultado da contração muscular provocada pela culpa. Eu acabaria com uma úlcera por essa mentira que iria sustentar.

Por volta das seis da manhã, o sol começou a entrar pela janela do quarto. Um raio de luz iluminou o belo rosto de Camila e eu me virei de lado para observá-la dormir.

Ela parecia tranquila, o que me deu algum conforto, porque sabia que as últimas semanas tinham sido tão estressantes para ela quanto foram para mim.

Não conseguia imaginar o que ela sentiu no momento em que montou esse quebra-cabeças maluco. Devia ter sido bem parecido com o que sinto agora, como se o chão tivesse se aberto embaixo de mim e eu não tivesse mais onde pisar.

Como se notasse minha atenção, ela abriu os olhos, devagar.

— O que está fazendo? — perguntou, sonolenta.

— Apreciando a paisagem. Pode voltar a dormir.

Ela sorriu.

— Há quanto tempo está acordada?

— Não muito.

— Algumas horas?

Dei risada.

O problema dessa coisa de alma gêmea é que,
quando você tem uma ligação diferente de todas as outras que já criou com outras pessoas, é fácil notar quando você tenta esconder a tristeza.

Afastei o cabelo do rosto dela.

— Não sei o que teria feito sem você nessa semana.

— Sem mim, você não teria vivido a pior semana de sua vida.

— Um dia isso teria vindo à tona. A gente até pode fugir das mentiras, mas nunca da verdade.

— Tem razão.

CAMREN: Convite Inesperado (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora