O pasteleiro - Pedro Pascal

Capítulo 3

As semanas se passaram e Sophia fazia o de sempre, acompanhava Bruna até o estacionamento da faculdade para se despedir da amiga e em seguida se dirigia ate a barraca na entrada do prédio, continuava comendo pastel todas as noites somente para tentar uma aproximação com Pedro. Ela variava entre todos os sabores daquele maldito menu torcendo para não enjoar rápido, não é que ela não gostasse de de pastel, mas com tanta frequência não há quem aguente.

Se tornando a cliente mais assídua, não podia passar despercebida do pasteleiro que agora já sabia seu nome.

– Sophia, que milagre em vê-la por aqui. – Sorriu Pedro brincando.

Eles agora tinham certo nível de intimidade, Sophia fazia piadas para fazê-lo rir e ele retribuía na mesma moeda enquanto seus colegas de trabalho apenas observavam.

“Talvez esteja na hora de um passo maior, só vai." ela pensava enquanto degustava seu pastel de camarão.

– Ei, Pedro, se liga. – Ela chamou sua atenção. – Meu aniversário tá chegando, seria legal se você desse uma passada por lá, o que acha?

Ela só disparou sem pensar muito nas consequências ou na sua possível resposta.

– Não sei, preciso analisar minha agenda. Você sabe bem que sou um homem ocupado. – Ele brincou.

– Relaxa que vai ter gente da sua idade pra você socializar e não somente jovens. – Ela sorriu maliciosa.

– Poxa, Sophia, assim você me ofende. Só porque tenho idade para ser seu pai não significa que não podemos ser amigos. – Pedro retrucou.

"Amigos. Ok." Ela tentava não demonstrar seu surto interno.

– Engraçado, meu pai deve ser mais novo que você.

Eles viviam se cutucando de brincadeira, desde os primeiros dias ele já demonstrava ser essa pessoa bem humorada, isso a encantava.

– É sério, se quiser me avisa outro dia. Te passo as informações. – Agora mais séria, Sophia voltou ao assunto.

– Você sabe que eu vou, não sei porque fazer suspense. – Ele sorriu mostrando sua covinha na bochecha direita fazendo ela derreter na hora.

– Tudo bem então, vai ser na casa da minha amiga Bruna, não sei se você a conhece. Uma baixinha de cabelos pretos e compridos que anda comigo.

– Ah, eu sei, aquela que tem os olhos de jabuticaba?

Pedro prestava mesmo atenção nos detalhes, Sophia ficou surpresa por ele já saber quem era sua amiga sem uma apresentação direta.

– Sim. – Ela riu meio alto demais. – Olhos de jabuticaba... É uma boa descrição.

– Pega meu número, assim você pode me mandar o endereço e combinar melhor. – Pedro ofereceu e ela imediatamente pegou o celular para anotar enquanto seu coração acelerava.

Depois de mais algumas piadinhas, Sophia se despediu e foi para casa satisfeita por ter feito um pedido mais íntimo e ele ter correspondido como ela gostaria. Talvez as coisas estivessem se encaminhando do jeito que ela desejava.

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No dia seguinte Sophia chegou cedo na faculdade como de costume, mas para sua surpresa Pedro não estava na barraca, apenas seus dois amigos que ela nem se interessou em saber os nomes. Ela estranhou pois em quase um mês ele não havia se ausentado em nenhum dia. Pensou em mandar uma mensagem agora que ela tinha seu número, mas achou ousado demais.

A garota passou o resto de sua noite refletindo se contava ou não sobre Pedro para Bruna. Ela era sua melhor amiga mas ainda tinha suas inseguranças sobre compartilhar demais ou contar novidades para os outros e não sabia de onde isso vinha.

No final da noite ela foi embora sozinha no metrô, dessa vez mais cedo pois não tinha ninguém para puxar o saco hoje. Em seu fone tocava Under Pressure - Queen.

Em casa, Sophia se deitou na cama pensando no que poderia ter acontecido para Pedro não aparecer hoje. Ela pegava e largava o celular várias vezes seguidas tentando não mandar uma mensagem perguntando se estava tudo bem.

– Foda-se. – Ela falou pegando o celular novamente, dessa vez decidida.

"Oi, não sei se você lembra de mim, é a menina do pastel. Todo o campus sentiu sua falta hoje." Ela digitou e enviou, já bloqueando a tela sem coragem de ver se a mensagem foi ou não recebida.

Esse foi o jeito que ela encontrou de dizer que sentiu saudade sem dizer isso diretamente e esperava que ele entendesse o recado.