𝐝𝐨𝐢𝐬

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𝐼 𝑠𝑖𝑡 𝑎𝑛𝑑 𝑤𝑎𝑡𝑐ℎ 𝑦𝑜𝑢𝐼 𝑛𝑜𝑡𝑖𝑐𝑒 𝑒𝑣𝑒𝑟𝑦𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔 𝑦𝑜𝑢 𝑑𝑜 𝑜𝑟 𝑑𝑜𝑛'𝑡 𝑑𝑜•- Richarlison

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𝐼 𝑠𝑖𝑡 𝑎𝑛𝑑 𝑤𝑎𝑡𝑐ℎ 𝑦𝑜𝑢
𝐼 𝑛𝑜𝑡𝑖𝑐𝑒 𝑒𝑣𝑒𝑟𝑦𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔 𝑦𝑜𝑢 𝑑𝑜 𝑜𝑟 𝑑𝑜𝑛'𝑡 𝑑𝑜

- Richarlison

Fico parado frente a frente com a garota que mais amei na vida. Frente a frente com a garota que mais me machucou na vida. Aquela que tomou o meu coração apenas para quebrá-lo, deixando-o aprisionado no Brasil, junto dela.

Aquele par de olhos castanhos me encaram com as sobrancelhas erguidas, como se ela não soubesse o que dizer. Como se não soubesse se deveria dizer algo, afinal.

— Oi. — Ela diz e eu percebo que não sabia que era possível sentir tanta falta assim de uma voz. — Quanto tempo.

Forço uma risada, me esforçando ao máximo para não soar rude ou infantil, embora parecesse impossível no momento. Levo uma das mãos até a nuca, coçando o cabelo recém raspado.

— Quanto tempo, Maria Vitória. — Respondo, olhando-a nos olhos. Percebo seu corpo estremecer. — Gabriele. — Digo como um simples cumprimento.

— Oi. — A mais velha diz, abrindo um sorrisinho sem graça. — Nós...

Antes que ela pudesse completar, o som estridente de um telefone se faz presente. A garota retira o aparelho do bolso da calça, colocando-o na orelha enquanto faz um gesto com a mão, avisando que voltaria logo, seguindo para o final do corredor.

Desvio o olhar rapidamente para Maria Vitória, que estava em minha frente com a cabeça baixa, brincando com os anéis em seus dedos. Deduzo que estava nervosa, por conhecê-la o suficiente para isso, embora não quisesse conhecer.

— Sei que te devo desculpas. — Sua voz sai baixa, como se não quisesse assumir aquilo em voz alta. — E eu entendo caso você não queira aceitá-las. Não ter ido me despedir foi uma escolha muito baixa da minha parte, não espero que você entenda. — Ela ergue a cabeça, me encarando. Sinto como se seus olhos pudessem me sugar. — Mas espero que saiba que foi a melhor coisa a se fazer.

Fico alguns segundos em silêncio, sem saber exatamente como responder a aquelas palavras. Meu estômago se embrulha com a mais remota possibilidade de voltar a aquele dia, quando chorei durante a viagem de 11 horas sem parar.

— Você tem razão. — Digo com a voz firme. — Eu não entendo. Na verdade, acho que nunca vou, mesmo que eu me esforce.

Ela apenas concorda com a cabeça, encolhendo os ombros enquanto forçava um sorriso em minha direção.

— Não posso te oferecer mais do que esse pedido de desculpas. — Ela diz. — Sinto muito.

— Você é inacreditável. — Corto sua fala no meio, balançando a cabeça. — E espero que saiba disso.

  𝐀𝐓𝐄́ 𝐎 𝐅𝐈𝐌 𝐃𝐎 𝐌𝐔𝐍𝐃𝐎 • 𝙍𝙞𝙘𝙝𝙖𝙧𝙡𝙞𝙨𝙤𝙣Onde histórias criam vida. Descubra agora