remember me. || rabia

6. To be continued

Mari's Point Of View.

A sala estava estranhamente cheia de médicas. Era de manhã cedo e todas tinham recebido um chamado para uma reunião urgente.

Eu estava tomando café para afastar a fadiga que estava tomando conta do meu corpo. Na noite anterior, eu tinha "encontrado" Gabi por acaso na sala de plantão e, bem... digamos que falar foi o mínimo que fizemos. Eu sorri, lembrando das noites como aquela em que eu tinha passado com a minha esposa e, de repente, minha mente e meu corpo não estavam tão exaustos.

Eu ainda não podia acreditar na minha sorte e eu ainda achava difícil acreditar que eu merecia tanta alegria e prosperidade. Se há nove anos alguém tivesse me dito que eu poderia alcançar este nível de felicidade, eu teria rido na sua cara. Mas aqui estou eu em um casamento estável e feliz durante oito anos, vencedora do prêmio mais nobre que existe na medicina e mãe orgulhosa e dois filhos lindos e saudáveis.

Minha vida era quase perfeita, a única coisa que me impedia de alcançar a felicidade plena era a morte de Rafaella e o dano irreparável que o acontecimento tinha causado em Bianca, minha amiga, minha irmã... a minha pessoa.

Eu balancei a cabeça e tomei outro gole de café. Agora não era hora de pensar em coisas tristes, agora eu só precisava ser forte por Teteo e Bianca. Eu queria ter a fé para pensar que tudo ficaria bem. Intensifiquei meu aperto na cintura de Gabi inconscientemente, ela se virou com um sorriso, me deu um beijo rápido na bochecha e reorientou sua atenção à conversa que estava tendo com Hunt. Foi um gesto simples, mas a sensação de seus lábios na minha pele foi o suficiente para me fazer sorrir de novo, porque eu senti que enquanto Gabi estivesse ao meu lado, eu teria forças o suficiente para enfrentar qualquer coisa.

A porta se abriu novamente e um pequeno grupo entrou. Bailey parecia tão confusa quanto todos nós. Mas Camila sabia o que estava acontecendo, porque seu rosto estava livre de qualquer expressão, totalmente neutro.

— É verdade? Bruna Marquezine está no hospital? — Bianca Karev perguntou enquanto sentava no sofá à minha frente.

— Mari foi quem a recebeu, mostrou a ela o hospital e lhe entregou sua identificação. — Gabi confirmou, concentrando sua atenção sobre ela e em seguida olhando para mim de modo irritado e divertido. Aparentemente, ela ainda não tinha me perdoado por não ter lhe avisado. Eu levei o café até a boca para evitar franzir o cenho. — E de acordo com Manoela, ela é jovem o suficiente para ser uma filha da Sloan.

Comecei a tossir alto quando o líquido quente rasgou minha garganta. Karev e Hunt começaram a rir, enquanto Gabi fazia todo o esforço possível para esconder o largo sorriso de mim.

— Você vai pagar por isso. — eu sussurrei em seu ouvido e senti quando seu corpo ficou em antecipação, sorri satisfeita coma reação dela às minhas palavras.

— Eu acho que esta noite eu mereço punição. — ela disse, inclinando-se para encostar nossas bocas.

— E quem disse que temos que esperar até hoje à noite? —  nossos lábios se encontraram com a mesma intensidade da primeira vez. Apesar dos anos que se passaram, a paixão que sentíamos só cresceu mais e mais.

— Gente, há crianças na sala. — a voz de Marcela nos tirou da nossa bolha de paixão. Gabi deu uma risada nervosa e eu simplesmente olhei para a minha amiga.

— Quem é a criança? Um feto de três meses? — eu perguntei irritada com a interrupção. Marcela riu e sentou-se ao lado de Karev, que envolveu seus braços ao redor dela no momento.

Incrivelmente, alguns meses depois que Gabi e eu voltamos, Karev e Marcela, depois de um sexo bêbadas, começaram a ter encontros esporádicos na sala de plantão. Logo, o que era o sexo de uma noite se tornou sexo exclusivo, caminhando para uma relação estável e, eventualmente, um casamento muito feliz. Elas estavam casadas há quase cinco anos, tinham uma pequena de dois anos e estavam esperando outro.