waiting on a brand new day

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— O que você gostaria de saber? — Jamie perguntou enquanto se sentava em uma das cadeiras do lado de fora do Laughing Man, uma cafeteria na Duane Street, em Nova York. Com uma xícara de café sem nem uma colher de açúcar, ela bebeu um pouco do líquido perfeitamente quente e colocou a xícara sobre a mesa, antes de sorrir educadamente para Josephine Higham, uma jornalista que escrevia para o Times e fazia eventuais matérias para a Vulture.

Lizzie havia agendado aquela reunião para um segmento do Vulture, levando ao lançamento de Normal People no próximo ano. Ainda faltavam alguns meses, mas Jamie tinha uma agenda tão ocupada que, se não fizesse isso agora, provavelmente teria que dobrar seu tempo e acabar hospedando aquela conversa via Zoom, e Josephine - que morava em Nova York - havia dito que gostaria de conversar e ver Jamie pessoalmente, pois sentia que depois, na hora de montar sua história, se sentiria mais preparada.

A garota então apelidou aquilo de uma manhã agradável de negociação com a atriz, musicista furtiva e musa de Taylor Swift, Jamie Harington. Negociação porque Josephine ouviu de alguns bons colegas, que já haviam entrevistado Jamie, sobre como ela tinha a capacidade de responder educadamente a uma pergunta, embora não revelasse absolutamente nada sobre si mesma, às vezes até retrocedendo no meio da resposta para negar um detalhe benigno, ou mesmo invertendo o troca de perguntas e respostas. Um exemplo claro foi quando Jamie deu uma longa entrevista a um jornalista de Porter UK, com ele perguntando se ela achava legal que sua namorada escrevesse tanto sobre o relacionamento delas, ao que ela respondeu "Sim. Acho divertido, o que fazer você pensaria se alguém escrevesse sobre você?".

— Temos duas horas — disse Josephine, e viu Jamie assentir suavemente em concordância. Elas realmente teriam duas horas para passar por todos os tópicos que parecessem importantes — Quando você acha que figuras públicas como você devem falar sobre política?

— Isso não é algo que as pessoas costumam me perguntar — Jamie admitiu.

— E você não acha que elas deveriam?

— Talvez — Jamie deu de ombros — Eu mesma não me importo de falar. Então acho que as pessoas não deveriam se importar também, pelo contrário, é importante.

— O que você acha da terapia de conversão? — Josephine continuou — Sabe, é uma prática sem máscara que ainda é legal para menores em 35 estados aqui nos Estados Unidos. Mais perto de sua casa, o governo do Reino Unido acabou de voltar atrás em sua promessa de proibir completamente a prática, então acho que é atual falar disso.

— Acho uma loucura, é horrível — disse Jamie — É absolutamente desprezível. Tudo isso precisa ser banido, obviamente.

— Acho surpreendente que você não seja frequentemente questionado sobre suas opiniões políticas.

— Você acha?

— Totalmente. Mas por causa da sua namorada, você é um assunto de fascínio na cultura pop, então faz sentido que as pessoas estejam interessadas em outras coisas além disso.

— Sim, bem... — Jamie pegou sua xícara de café e tomou outro gole antes de devolvê-la à mesa. — Como namorada de Taylor, tenho minha parcela de artigos clickbait e toda aquela ficção de mídia social seguindo cada movimento do que eu faço.

— Você se sente bem com isso?

— Com o quê exatamente?

— Com isso... Ser conhecida como 'namorada de Taylor Swift' — explicou Josephine.

— Eu não me sinto mal, definitivamente não — Jamie respondeu, mas foi tudo o que ela disse, e Josephine sorriu, começando a entender o que ela tanto ouvia falar. Manter isso, ou mesmo aceitar mais do que Jamie parecia disposta a responder, seria muito difícil.

SALT AND THE SEA | TAYLOR SWIFT X OC | BOOK IIOnde histórias criam vida. Descubra agora