✨ 15 A Floresta Proibida

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As coisas não poderiam estar piores.

Filch levou-os à sala da Profa. Minerva no primeiro andar, onde eles ficaram sentados esperando, sem trocar uma palavra entre si. Hermione tremia. Desculpas, álibis e justificativas fantásticas substituíam-se umas às outras na cabeça de Harry, cada qual mais capenga do que a anterior. Ele não conseguia ver como iam se livrar desta encrenca. Estavam encurralados. Não havia nenhuma razão no mundo para a Profa. Minerva aceitar que estivessem fora da cama, esgueirando-se pela escola a altas horas da noite, e muito menos que estivessem na alta torre de astronomia, que era proibida aos alunos a não ser durante as aulas. Some isso a Norberto e a capa da invisibilidade e seria melhor começarem a fazer as malas.

Harry achou que as coisas não poderiam ficar piores. Estava enganado. Quando a Profa. Minerva apareceu, vinha trazendo Neville.

– Harry! – exclamou ele, no instante em que viu os outros dois. – Eu estava tentando encontrar vocês para avisar que ouvi Malfoy dizer que ia pegar vocês, disse que vocês tinham um drag...

Harry sacudiu com força a cabeça para fazer Neville calar a boca, mas a Profa. Minerva viu. Parecia mais provável que ela cuspisse fogo pelas narinas do que Norberto, ali a olhar os três de cima para baixo.

– Eu jamais teria acreditado que vocês fossem capazes disso. O Sr. Filch diz que vocês estavam no alto da torre de astronomia. É uma hora da madrugada. Expliquem-se.

Era a primeira vez que Hermione deixava de responder à pergunta de uma professora. Olhava para os sapatos, imóvel como uma estátua.

– Acho que tenho uma boa ideia do que anda acontecendo – disse a Profa. Minerva. – Não é preciso ser gênio para somar dois mais dois. Vocês contaram a Draco Malfoy uma história da carochinha sobre um dragão, tentando tirá-lo da cama e metê-lo em apuros. Eu já o apanhei. Suponho que achem engraçado que o Neville tenha ouvido a história e acreditado nela também.

Harry surpreendeu o olhar de Neville e tentou lhe dizer, sem falar, que aquilo não era verdade, porque Neville tinha uma expressão de espanto e mágoa. Pobre Neville trapalhão – Harry sabia o que deveria ter-lhe custado tentar encontrá-los no escuro para avisar.

– Estou desapontada – disse a Profa. Minerva. – Quatro alunos fora da cama em uma noite! Nunca ouvi falar numa coisa dessas antes! Você, Hermione Granger, achei que tinha mais juízo. Quanto a você, Harry Potter, achei que Grifinória significava mais para você do que parece. Os três vão pegar uma detenção, sim, e você também, Neville Longbottom, não há nada que lhe dê o direito de andar pela escola à noite, principalmente nos dias que correm, é muito perigoso, e vou descontar cinquenta pontos da Grifinória.

– Cinquenta? – Harry ofegou. Perderiam a dianteira, a dianteira que ele conquistara na última partida de quadribol.

– Cinquenta pontos cada um – acrescentou a Profa. Minerva, respirando com esforço pelo nariz longo e pontudo.

– Professora... por favor...

– A senhora não pode...

– Não venha me dizer o que eu posso e o que eu não posso, Harry Potter. Agora voltem para a cama, todos vocês. Nunca senti tanta vergonha de alunos da Grifinória antes.

Cento e cinquenta pontos perdidos. Isto deixava a Grifinória em último lugar. Em uma noite, tinham estragado as chances de Grifinória conquistar a taça das casas. Harry teve a sensação de que o fundo do seu estômago se soltara. Como iriam poder compensar a perda?

Ele não dormiu a noite inteira. Ouviu Neville soluçar com a cara no travesseiro durante o que lhe pareceram horas. Potter não conseguia pensar em nenhuma palavra para consolá-lo. Sabia que o Longbottom, como ele mesmo, estava com medo do amanhecer. O que aconteceria quando o resto de Grifinória descobrisse o que tinham feito?

Harry Potter Snape Riddle e a Pedra FilosofalOnde histórias criam vida. Descubra agora