A tortura do papel em branco

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Diante da imensidão

Me calo.

Nenhuma palavra vagará longe

Surda em si.

Impotente, prende-se na garganta

E amarga.

Amarga paulatinamente contorcendo minha goela

Regurgito silêncio .


Diante da imensidão

Me calo.

Feito sombra, que atuante

No chão

Mostra-se, mas não rouba a cena

Encena


Diante do papel

Calo-me, raso

Taciturno, fito-o, rabisco versos

Apago.

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