Não sei se um dia eu fora tão cheio.
Quiçá já fui profundo como
céus noturnos, estrelados e desnudos de luz
Vi muitas noites,
contemplei as primeiras, pouco lembro das seguintes
aí me rendi ao hábito
Vivo uma sucessão do mesmo nada.
Não sei qual dia
Perdi-me a curiosidade de criança
se foi no crepúsculo da infância
ou pagando as contas
que me compram a vida
Daquele universo fecundo
Fiz o inverso e perdi o brilho no olhar
trago dois globos de vidros
na face um horizonte soturno...
Eu, que nada sabia
aos vinte e tão poucos
me formei Rei Midas
toquei no absurdo da vida
transformei-a em explicação
E disto tenho certeza
que perdi a razão!
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Antítese
PoetryRio de mim, ora, poeta... Serão meus versos uma mentira minha ou eu uma mentira de meus versos?