Capítulo 11

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♦️NATHAN ♦️

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♦️NATHAN ♦️

Com o travesseiro tento a todo custo cobrir um dos ouvidos, ignorando o som da campainha que a essa altura já tomou conta de cada centímetro do meu apartamento. Tomo algum tempo deitado olhando para a luminária no meio do teto que ainda está acesa - aliás ela sempre fica acesa - , uma brisa ultrapassando as finas cortinas da janela atingindo o meu rosto e revelando alguns flashes do sol que cintilam o parapeito, a vista única da catedral que fica do outro lado da praça.

- Já é manhã... - Suspiro olhando, ainda que por segundos o tecido da cortina parecendo dançar no ritmo calmo da brisa.

Alguém seja lá quem for toca a campainha de novo

- Estou indo...

Afasto o travesseiro para o outro lado e, colocando força nos braços consigo levantar até sentar. Com a mão fico tateando pelo lençol buscando o meu celular.

- 10:00h da manhã - suspiro olhando para a tela de bloqueio - acho que já posso adivinhar quem é.

Pego um roupão azul que está cobrindo o espelho redondo acoplado em um suporte no chão que o deixa pouco inclinado para trás e, antes de me vestir tento olhar as minhas costas, está roxo perto da escápula esquerda e parece que rasparam as pontas de um garfo nos arranhões. Vou ter que dar um jeito de aplicar pomada nisso mais tarde.

Descalço no porcelanato frio fecho a porta atrás de mim, e vejo o meu reflexo no chão enquanto vou passando pela sala entre as caixas com a minha mudança. As caixas estão deste jeito desde que vim para cá, o que significa pouco menos de um mês. Com o acidente e o acabamento de uma reforma que precisou fazer na varanda eu achei melhor organizar esse lugar quando não tivesse mais ninguém circulando de um lado para o outro.

Abro a porta e uma figura muito conhecida vestindo um kimono de cetim preto e pequenas flores de cereja por cima de sua calça jeans aparece. O rosto redondo parecendo uma bolacha e o cabelo negro como um manto caindo de um lado de seus ombros.

- Ah, eu sabia que era a senhora. - Falo com desânimo, deixando a porta escancarada até o canto.

Vou para uma poltrona cinza que ainda está no plástico que veio da loja e, solto um gemido de dor quando por um momento encosto de uma vez esquecendo que estou machucado. A sensação aguda do impacto junto com a ardência reverbera em meu corpo inteiro exigindo que eu tente respirar o mais fundo que der até passar.

Isso de esquecer que estou assim acontece quase que o tempo todo, mas é mais frequente quando acordo igual agora, ou estou dormindo e acabo mudando de posição.

- Isso é jeito de receber a sua mãe? - Minha mãe diz isso, mas sei que ela está brincando, afinal sabe muito bem que tenho noção do motivo de sua visita.

Ela vai para a cozinha atrás da parede americana, colocando as sacolas de compras e outra com algumas cebolinhas aparecendo em cima da mesa. Depois abrindo os armários vermelhos com acabamento em inox acima da pia e por último a geladeira.

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