Três meses depois
A luz do sol entrava pela janela e ia diretamente ao encontro do rosto da bela ruiva que dormia tranquilamente em sua cama. As cortinas não impediam que a claridade invadisse o quarto, mas isso não a incomodava, ela gostava de sentir o calor confortável dos primeiros raios solares da manhã ao acordar.
Primeiro, moveu lentamente os dedos dos pés, inspirando profundamente e esticando o corpo pequeno e delicado ao passo que ouvia as suaves batidas à porta, certamente, seria Dália, lhe avisando que o café já estava na mesa.
Assim eram seus dias desde que havia deixado para trás o pesadelo que viveu por dois anos. Charlotte Capman vivia sozinha com suas criadas, e melhores amigas, na casa mediana que ficava quase no final da propriedade de sua família. Não via muito suas irmãs, tentava não entrar em conflito com sua mãe, mas seu irmão ia visitá-la quase todos os dias.
— Senhorita, quer dormir um pouco mais? Não precisa se levantar agora — Dália falou, após abrir a porta do quarto e colocar a cabeça para dentro. — Venho trazer seu café aqui.
Dália era uma jovem de 19 anos, criada da família bem como sua mãe, tinha belos cabelos volumosos e castanhos, que emolduravam seu rosto jovem e delicado. Era uma jovem muito gentil e delicada, escolhida por Marcel juntamente com as outras três para fazer companhia a sua irmã, afinal, ela havia se tornado extremamente reclusa depois de tudo o que havia acontecido.
A coorte ainda não havia esquecido do escândalo que fora sua separação. Apesar de tentarem ser discretos, logo a fofoca se espalhou como fogo em palha e todos da cidade estavam sabendo que a filha mais velha dos Capman havia sido devolvida por não gerar filhos. Mas ela estava lidando bem com isso, conseguia sustentar a vergonha, principalmente por não pisar os pés na cidade desde que passou a morar naquela casa.
Sua mãe também se recusava a vê-la e falar com ela, ainda insistia que Charlotte havia destruído a vida das irmãs e Brista começava a acreditar nisso, afinal, não recebia presentes ou cartas há um bom tempo, seus admiradores e possíveis pretendentes haviam sumido como fumaça no vento.
— Não é necessário, Dália, vou me juntar a vocês — respondeu a jovem ruiva, se sentando na cama macia e olhando pela janela, percebendo ao longe escuras nuvens de chuva.
Não via aquele que outrora foi seu marido desde que havia saído daquela casa, suas criadas haviam dito que uma pobre moça foi oferecida a ele em casamento, filha de um homem que estava à beira da falência. Charlotte se entristeceu por ela, mas torcia para que Willian não a fizesse passar por tudo o que ela passou, para que a moça desse um filho a ele e, desse modo, pudesse viver em paz.
— Senhorita, sabe que não é...
— Não é de bom tom a senhora da casa comer com os empregados — Charlotte completou a frase, rindo levemente. — Já tivemos essa conversa antes, Dália.
— Está bem, se é o que quer — Dália respondeu, a contragosto. — Mas levante-se, coloque um lindo vestido e vá dar uma volta ao sol, logo mais vai chover.
Dito isto, a jovem saiu do quarto, mas não sem antes deixar uma bacia de água fresca no móvel de cabeceira para sua senhora se lavar e arrumar-se. Dália se compadecia muito com Charlotte , por isso, dava sempre o seu melhor para que ela se sentisse sempre bem. Cozinhava suas melhores refeições, fazia doces e sempre mantinha a cara iluminada e cheia de flores, para evitar quaisquer lembranças do tempo sombrio que ela vivera.
Charlotte se ergueu por fim, tirando a camisola, lavando o rosto e tirando o suor do corpo com o tecido úmido e a água fresca, então vestiu-se com um belo vestido, a saia era baixa, não havia enchimento quase nenhum, o corpete deixava sua cintura fina bem marcada e as mangas escondiam seus braços de forma elegante. Era de um belíssimo tom de verde que contrastava perfeitamente com sua pele clara e seus cabelos, mas combinava perfeitamente com seus belos olhos.
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O Duque que me amava
ChickLitCharlotte , uma jovem belíssima, filha de um dos fazendeiros mais importantes do reino, não era nobre, mas todos sabiam seu nome e sabiam que ela decidiu casar-se por amor. Enquanto tudo o que ela desejava era viver seu conto de fadas, seu marido a...