A verdade é que aquele beijo não passou de um roçar de lábios que, durou alguns poucos segundos, mas era nítido como esse simples gesto era o bastante para provocar batidas intensas no coração da japonesa como nunca acontecera antes em toda a sua vida.
Ao passo em que se afastou da menor, Sana contemplou o rosto surpreso de Dahyun.
— Tenho vontade de fazer esse tipo de coisa quando tô com você... E, talvez, eu tenha dito aquilo porque meu coração bate muito forte na sua presença. Eu nunca tinha me sentido assim com ninguém antes, é estranho.
Silêncio. Só o que Dahyun conseguiu fazer diante daquilo foi intercalar olhares com Sana, agora era ela quem estava sem palavras. Não sabia muito bem como processar ou o que dizer ou o que sentir diante daquela situação inédita. E quando o silêncio constrangedor foi demais para elas, ambas voltaram a andar lado a lado até o quarteirão onde se separavam.
— E agora...? — Sana murmurou, sem ao menos perceber que dizia aquilo em voz alta. Estava mais vermelha do que antes. — O que eu faço?
— Não pergunte pra mim. — Dahyun respondeu, perdida nos próprios pensamentos. Notou que estavam próximas do ponto onde se separavam e apertou o passo. — Então... Tchau.
§
No dia seguinte, Dahyun estava sentada na sala onde os candidatos à presidência do Conselho Estudantil, seus assessores e vices se encontravam para discutirem assuntos pertinentes em reunião. Falariam sobre a eleição, propostas e coisas do gênero.
— Tem muita gente envolvida nas eleições, né. — Momo apareceu atrás de Dahyun, segurando seus ombros amigavelmente. — Tudo bem?
— Momo! — Ela abriu um sorriso, tocando as mãos da outra em sinal de carinho. — O que faz aqui?
— Vim te ajudar, o que eu puder fazer pra diminuir um pouco seu fardo tô aceitando.
— Obrigada!
— Sana, você tá atrasada. — Jihyo alertou, quando viu a amiga aparecer às pressas ali.
— Me desculpem pela demora! — Ela se pôs na frente de todos na sala, ao lado de Jihyo. — Obrigada a todos por virem, hoje faremos uma reunião um pouco mais curta.
A medida que Sana falava, os olhares dela e de Dahyun se cruzaram, fazendo com que a mais nova fechasse a cara inconscientemente. Ainda estava pensando no que acontecera entre elas. E, notando que tinha algo errado, Minatozaki se preocupou.
§
— Certo, então isso é tudo por hoje. — Sana concluiu a reunião, fazendo uma reverência. Depois observou as pessoas se dispersando da sala. Nesse momento, aproveitou a oportunidade para se aproximar de Dahyun. Ela parecia desconfortável, a japonesa precisava consertar as coisas. — Dahyun... Você tem um minuto?
— Uhum.
Elas andaram até a varanda da sala, fechando a porta de vidro para falarem com mais privacidade. Se apoiaram na sacada, a vista dava de frente para o pátio principal.
— Desculpa por... Você sabe.
— Tudo bem, eu não liguei muito.
— Mas... Aquilo foi... Errado. Desculpa, de verdade. Não foi por esse motivo que eu pedi pra você ser minha assessora de campanha.
Dahyun suspirou, olhando para Sana em seguida. Não sabia muito bem como lidar com isso.
— Não foi mesmo?
— Juro que não. Mas, caso se sinta mal de continuar nessa função depois disso... Está livre pra sair.
— Eu não quero. Disse que daria o meu melhor e Jihyo está contando comigo também, não vou deixar vocês.

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Bloom Me - SAIDA
Romance[+18] Onde Sana é a apaixonada que não se importa de ser correspondida e Dahyun é a coração de gelo que se importa até demais, afinal como diabos era possível alguém se declarar para ela com menos de uma semana de convívio? Kim tinha que entender o...