Bloom Me - SAIDA

13. XIII (treze)

— Tofu? — Sana a chamou, toda felizinha. — Você sabe onde a lista do comitê esportivo está?

— Acho que sim, um segundo. — Dahyun remexeu nos papéis em sua frente, achando o documento em pouco tempo. Assim, o passou por cima da mesa para a presidente do Conselho Estudantil. — Aqui.

— Obrigada.

Jihyo espreitou os olhos, olhando de uma para a outra. Era impressão sua ou Sana havia acabado de chamar Dahyun por um apelido? Espera aí... TOFU? Sério?! Quanta intimidade do dia para noite, era um tanto quanto inesperado se a Park tivesse que dizer... E parecia que Dahyun não ligava muito para toda aquela atenção que Sana insistia em dá-la de bandeja – por razões que Jihyo não entendia nem um pouco, pois nunca tinha visto a Minatozaki se aproximar tanto de alguém naqueles quase três anos que tinham de convívio, sempre foram só ela e Momo do seu lado. Sempre. E agora Dahyun estava lá também... Mas, tinha algo de diferente no olhar de Sana. Quase como se elas fossem mais do que amigas, só que isso era impossível.

Não tinha nexo.

Sana rejeitava todo mundo, por que seria diferente com Dahyun? Jihyo estava pensando demais. Aquele ciúmes crescente em seu peito a levava a conclusões que fugiam totalmente da lógica, não tinha como algo assim estar acontecendo. Afinal, o coração de Sana não pertencia a ninguém... Como ela mesma disse a um de seus pretendentes: a vida acadêmica era seu único amor. Talvez, a japonesa só gostasse demais daquele jeito sossegado e inexpressivo de Dahyun. Só isso. Não podia ser outra coisa. Não podia.

Era uma amizade no mínimo incomum, ainda assim fazia-a bem aparentemente. Por isso e só por isso, achava bom Sana ter feito mais uma amiga para a conta. Mas, Jihyo mentiria se dissesse que não se importava em não ser a razão para os sorrisos dela. Incomodava um pouco, talvez muito. Elas eram melhores amigas, e, mesmo que seu amor nunca fosse correspondido, não queria perder aquela posição para uma garota que surgiu do nada na vida de Sana. Não era justo.

A Park só queria ter com quem conversar sobre essas coisas, isso a ajudaria muito. Subitamente, ela se lembrou da dona daquela cafeteria onde esteve com as outras integrantes do Conselho. Será que sua teoria estava certa? Ela e a professora Nayeon pareciam... Mais que amigas. Era muito provável que Jeongyeon nunca admitisse, mas não custava tentar. Talvez, fosse a única chance de Jihyo conversar com alguém que pudesse entendê-la sem julgamentos. Sua amiga mais próxima depois de Sana provavelmente era Momo e jamais envolveria-a naquilo, jamais.

§

— Boa tarde, seja bem-vinda! — Yoo cumprimentou Jihyo, assim que a adolescente sentou-se ao balcão vazio da cafeteria. — Veio sozinha hoje?

— Sim... Um cappuccino, por favor.

— É pra já. — Jeongyeon começou a preparar a bebida. — E então, tudo certo com o andamento do musical?

— O-oi?

— Pelo que entendi, o Conselho Estudantil da sua escola pretende realizar um musical não é isso?

— Ah, s-sim... Tá indo melhor agora que temos a Tzuyu pra escrever o roteiro. Será que eu... Posso te fazer uma pergunta pessoal?

— Hm? — A mulher entregou o cappuccino para a mais nova.

— Mil desculpas se eu tive a impressão errada, mas... — Ela fechou os olhos, receosa em dizer aquilo em voz alta. — Você e a prof. Nayeon namoram?

— Sim. — Jeongyeon afirmou tranquilamente, rindo da feição surpresa de Jihyo que jurava que ela fosse negar. — Mas, não fala pra ela que eu te contei. Tá bom? Senão ela me mata.

— Certo...

— Algum problema?

— Não. Eu só... Não esperava que fosse me responder tão simples assim.