15. XV (quinze)

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 — Eu gosto tanto de você... — A coreana acariciava o rosto da japonesa, enquanto ambas ocupavam a mesma cama deitadas frente a frente. Seus olhos passavam por cada detalhezinho que pudesse achar no rosto da outra, era a garota mais bonita que já viu em toda a sua vida. — Como isso é possível?

— Não sei. — Ela riu, chegando mais perto para selar seus lábios com os da menor. Depois, deu um suspiro satisfeita e fez carinho na cintura da outra garota sem quebrar o contato visual que elas mantinham. Sua respiração vacilava um pouco com tamanha proximidade de seus corpos, era tão bom. Poderiam ficar horas assim. — Mas, também vou com a sua cara.

— Vai com a minha cara? — Chaeyoung repetiu, dando risada.

— Quer dizer, nem sempre... Você é meio irritante, não posso mentir.

— Nossa, Mina! — A baixinha ficou sentada no colchão da Myoui, fingindo-se de ofendida. Ameaçou descer da cama. — Depois dessa eu vou embora!

— Não vai, não. — Mina a puxou de volta, fazendo a coreana cair sobre ela. Engoliu em seco, intercalando olhares da boca para os olhos da Son. Seu coração disparou. — Eu tô brincando, Chae.

— Sei disso...

— Também gosto muito de você.

— Isso é bom. — Ela se ajeitou em cima de Mina, encaixando suas pernas em volta do corpo da bailarina. Apoiou os braços no colchão e se inclinou para beijá-la com certa intensidade, ficando sem ar depois de algum tempo. Chaeyoung então se afastou minimamente, deixando suas testas coladas enquanto recuperava o fôlego. Os dedos da japonesa pressionavam suas costas. — Você já me perdoou?

— Faz tempo.

— Jura?

Shh, só me beija.

— Com prazer.

Mina, chegamos! — Seu irmão bateu na porta. — Ei, empresta um fone aí que o meu quebrou!

— Droga, toda vez isso. — Ela choramingou, vendo Chaeyoung rir de sua cara. Então, as garotas se separaram. — Te disse que ele era um bocó, só aparece nas piores horas. Impressionante.

— Ainda bem que sou filha única...

— Vai se gabar agora?

— Ah, não, não. Longe de mim. — Riu, abanando o ar. — Deve ser incrível ter irmãos, Minari. Te invejo.

— Não exagera.

§

Fazia alguns dias que Dahyun não conseguia parar de pensar em Sana. Não que antes ela não pensasse na japonesa, era só que... Os pensamentos andavam muito mais frequentes e intensos do que antes. Por um lado até que se sentia bem com isso, por outro um oceano de culpa caia sobre ela... Havia prometido a Sana que não mudaria. Não era o momento disso, pelo menos não ainda.

Ela precisava parar com isso, só estava alimentando falsas expectativas. Não era possível mudar tão de repente... Continuava a mesma, romance não era para ela. Nunca seria. Se seu coração disparava ou não era difícil saber, já que só acontecia quando seu corpo estava próximo demais ao da outra a ponto de suas respirações se misturarem. De qualquer forma, não precisava se preocupar tanto... No fim, aquilo não passava de inveja. Inveja do sentimento da Minatozaki e da facilidade dela em demonstrá-lo cheia de certeza, sorrisos e toques. Honestamente, isso tirava a Kim do sério. Não era justo, Sana era a pior.

A PIOR.

— Dahyun? — Tzuyu a chamou na sala de aula, assim que o sinal indicando o intervalo soou. Ela repousou uma pilha de folhas encadernadas sobre sua mesa, a capa não possuía título. Mas, a coreana já tinha entendido do que se tratava. Era o roteiro para o musical do Conselho Estudantil. — Acho que terminei.

Bloom Me - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora