☆Cap. I☆

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S/n:

Meu nome é S/n, conhecida por algumas pessoas como Baby. Um apelido idiota que ganhei no meu trabalho e uso por razões de segurança. Bem, o objetivo era esse, mas sabem como funciona um bairro cheio de pessoas fofoqueiras e preconceituosas.

A cidade em que moramos é bem dividida entre ricos e pobres, literalmente metade para cada lado. Lado Norte e lado Sul.

E se tem uma coisa que eu aprendi aqui é quanto mais rico eles são, mais pobre é o nosso lado da cidade.

O lado Norte é extremamente lindo. Com canteiros de flores perfeitos, com estátuas de pessoas que nunca nem se quer ouvimos falar, lojas para tudo que é lado, mansões gigantes e extremamente extravagantes, parques para passear com a família perfeitamente lindos. Há também a maior igreja da cidade, cravejado de pedras preciosas por dentro, extremamente linda.

Foi construída por ordens da família mais rica, como agradecimento a Deus por toda sua fortuna. Algo assim, foi isso pelo menos que aprendemos na escola.

Já o outro lado.. É meio que só mato, estradas ruins cheias de buracos, rachaduras, ônibus uma vez na vida e outra na morte, um mercadinho, uma "boate" onde quase só vai homem velho e rico, ou uns filhos de papai, uma lanchonete e acho que é isso. O resto são só casas, quase uma em cima da outra.

Eu trabalho nessa "boate", que fica mais ou menos na divisa, mais para o lado pobre. Com um público... Digamos que bem mente aberta e madura. Quem eu quero enganar? É um puteiro, onde os ricos podem vir escondidos das esposas, ou as esposas escondidas da sociedade julgadora. Um lugar seguro para eles serem livres.

Diferente de algumas meninas que trabalham comigo eu só danço e atendo o bar mesmo, às vezes ajudo na limpeza, nada mais. Por isso do apelido.

O trabalho até que é bom, somos todos amigos, os seguranças cuidam de mim, para não sofrer nenhum assédio, o que é quase impossível.

Paga razoavelmente bem e os clientes são sempre os poderosos da cidade, homens e mulheres, casados, querendo descrição e diversão, sem falar que deixam ótimas gorjetas. Enfim, eu consigo manter a minha casa, meu sobrinho e a problemática da minha irmã.

Nossos pais eram dois alcoólatras, viciados em confusão, que nunca ligaram para nenhuma das duas filhas. Quando a S/i

(sua irmã- pra não ficar igual ao seu)

chegou à adolescência, começou a seguir o mesmo caminho. Acho que tentando de alguma forma chamar a atenção deles.

Meu pai só aparecia para gritar e pegar o nosso dinheiro, ou quando batiam nele. É horrível dizer isso, mas, quando nosso pai sumiu, eu me senti aliviada. Mesmo minha mãe tendo se afundado mais e mais, era como se houvesse um problema a menos na minha vida.

Um ano depois, no aniversário do desaparecimento um policial novato, o Ben, bateu na minha porta dizendo "sinto muito". Explicou que minha mãe avia sido encontrada em uma vala e tudo indicava overdose.

A s/i surtou completamente e simplesmente sumiu por dois meses. Foi a primeira vez que ela fez isso, me deixando completamente sozinha para lidar com tudo.

Em uma manhã, acordei com ela na cozinha, fazendo nosso café da manhã, como se nada tivesse acontecido.

Estava com um sorriso gigante no rosto, um brilho que nunca a vi ter, me apresentando o namorado que segundo suas palavras era "perfeito".

Não me disse onde estava, o que aconteceu e nem se quer me pediu desculpas.

Um mês depois ela descobriu que estava grávida e o príncipe encantado dela sumiu assim que soube. Dando uma desculpa esfarrapada de que não estava pronto, de que não sentia o que imaginava por minha irmã. Disse, na cara dela, que estava apaixonado por outra.

Esposa De MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora