Fuja, Cate Blanchett!

EXTRA

As luzes fortes e com tonalidades azuladas, iluminavam o palco e em sua frente estava S/N Winter, sorrindo ao ver pela TV, os vídeos de quando era jovem e via sua sobrinha usando uma escova de cabelo e fingindo ser um microfone imaginário.

A menina usava um vestido rosa claro e possuía intensos olhos verdes, cabelos loiros e lisos, além de brilhantes e um sorriso imenso em seus lábios finos ao cantar para seus ursinhos de pelúcia e para ela, enquanto ambas estavam sentadas no sofá em meio a vegetação da casa de campo que S/N havia comprado quando ainda era uma atriz em busca de reconhecimento na indústria da fama.

Por outro lado, Cate Blanchett caminhava por sua mansão no interior da Inglaterra com os filhos e brincando com sua menina chamada Edith. E mesmo tendo seus 53 anos, a mulher se sentia uma criança ao lado dos quatro. Principalmente da mais nova.

Cate aproveitava cada segundo, minutos, horas e dias da semana com todos, antes de retornar aos holofotes para mais uma sessão de apresentação do filme Tár, pois estava apenas no início das mesmas.

A atriz conseguia esquecer um pouco S/N Winter, enquanto focava suas atenções em seus afazeres domésticos e ser mãe. Mas quando estava em seu escritório sozinha, olhando para a tela do computador em estudos e trabalhos, as lembranças do dia em que simplesmente sumiu com S/N, veem em sua mente, e ela recorda de estar nos braços da mesma e se sentindo bem em ser tocada e levada ao prazer extremo como nunca antes. Nem mesmo quando estava com seu marido Andrew a sós.

- O que você deve estar fazendo, agora? - sussurra Cate, ao se ver pensando em S/N e depositar uma caneta dourada em seus lábios.

Em Berlim, S/N caminhava pelas ruas e lembrava os mesmos momentos que Cate, e nesse momento a mulher de longas madeixas negras e onduladas se viu olhando um outdoor em plena avenida de Berlim, que anunciava a atração no fim de semana, a banda inglesa Florence and the Machine, e assim que viu a vocalista, que era estampada com as mãos levantadas e ao fundo centenas de pessoas a vendo, lembrou da menina na TV e que cantava com uma escova de cabelo e no meio de um bosque com a tia, mas que agora era uma das cantoras mais conhecidas e admiradas por muitas pessoas.

Seus fios loiros, agora eram ruivos e longos. Ela não era mais tão pequena, e sim uma mulher bonita, alta, magra e cobiçada pelo mundo da moda, e S/N sentia maior orgulho e por muito pouco não contou a Catherine quem era ela. E não fez isso por esquecimento, mas porque não podia.

S/N sorriu e continuou caminho até chegar próximo de sua casa, se sentindo a mulher mais realizada de todas. Pois havia reencontrado a mulher que um dia lhe fez a mais feliz do mundo a muitos anos atrás, mas que retornou e em apenas um dia, lhe trouxe a paz que tanto precisava para esquecer a vida que precisou deixar para trás, depois de ser perseguida por um fã alucinado e obcecado por ela.

A mulher olhava as vitrines e tudo que achava a cara de Cate Blanchett, apontava e falava:

- A cara dela - sorriu e continuou.

E pela segunda vez, a mulher viu algo relacionado a sua sobrinha famosa e sorriu, começando a ficar emocionada, pois quando se fez de morta, não foi apenas para Catherine, mas para sua família inteira. E ver a menina crescer, assim como viu Cate Blanchett, a mulher que acelerava seu coração, era emocionante demais para uma pessoa que não poderia se aproximar de nenhuma das pessoas que amava, por medo de as colocar em perigo, sendo Cate uma exceção. Porque ama demais a atriz, e não poderia e não vai, deixar com que ela deixe de saber a verdade, mesmo que para isso ela precise se afastar mais uma vez para achá-la novamente.