Chapter 3

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Eu caminhava cansada pela calçada estreita após sair do trabalho. Aquele havia sido um daqueles dias que suga de você até sua última gota de boa vontade e animação. Graças a um colega com mania de grandeza eu me preparava para chegar em casa e tomar uma merecido banho quente e talvez pedir uma pizza, não estando nada disposta para cozinhar.

Precisava relaxar demoradamente, então apenas colocaria o celular no silencioso e ignoraria a existência alheia. Aqueles eram meus planos. E eu já começava a me animar com eles quando ouvi uma buzina ao meu lado. Encarei o carro cinza já conhecido e gelei.

O que Dazai queria comigo? Eu teria esquecido algo em seu carro?

Mil e uma perguntas passaram a surgir em minha cabeça até que ele baixou o vidro:

-Olá- seu sorriso doce se fez presente.

-Oi- fiquei sem jeito- Algo errado?

-Errado?- ele pareceu confuso.

-Sim.

Seus olhos olharam para a estrada a sua frente e ele pareceu pensativo:

-Acha que eu só estaria aqui se algo estivesse errado?

-N-não, mas...

Ah, as perguntas diretas demais. Aquilo sempre me deixava desconcertada e a situação só ficou mais ainda mais curiosa quando ele voltou seus olhos atentos para mim:

-Não precisa ficar sem jeito- seu sorriso surgiu- Venha comigo.

Entrei no carro relutante e coloquei o cinto. Permanecemos em silêncio por um tempo bem longo e quando comecei a me incomodar com aquilo ele o quebrou:

-Tem planos para hoje à noite?

Eu estremeci:

-Na verdade sim.

-Sério? Conte-me.

Então os contei como se ele ainda tivesse alguma obrigação de me ouvir:

-Entendo. Posso ajudar com isso.

-Como?

Dazai me encarou rapidamente me dando seu sorriso sensual e voltou sua atenção para a estrada. Ele não me respondeu, mas deve ter adorado a cor que tomou conta de minhas bochechas.



-Fique a vontade.

Não sei se ele fazia de propósito, mas era difícil ficar tranquila estando sozinha com ele em sua casa e sendo vitima de seu olhar intenso:

-Obrigada.

Ele colocou as chaves no armário e veio até mim pegando meu casaco e roçando levemente os dedos nos meus. Senti arrepios atravessarem meu corpo e como eu odiava reagir a ele. Porque tinha a mais absoluta certeza que ele absorvia todas as minhas reações. Percebia detalhe por detalhe:

-Há algo que queira comer?

Permaneci quieta tentando entender a situação e aquilo chamou a atenção dele, pois quanto mais eu me perdia em meus pensamentos, mais intenso era seu olhar sobre mim:

-Eu queria companhia.

-Hã?

-Te observei tempo o suficiente para saber oque se passa nessa cabecinha- ele foi até a pia- Você está cansada do trabalho e confusa com minhas atitudes.

Viu? Ele sabia de tudo e eu sentia que eu não tinha como erguer barreiras contra ele:

-Estou.

-Bem, vamos unir o útil ao agradável. Você precisa relaxar e eu de uma boa companhia.

Reverse Psychology- Imagine Dazai OsamuOnde histórias criam vida. Descubra agora