Chapter 5

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Fazia duas semanas que eu não entrava em contato com Dazai. De certa forma, eu esperava que o meu silêncio dissesse muito para ele.

Mas esse período vinha sendo uma verdadeira tortura para mim, pois eu basicamente havia deixado um homem suicida para trás sem notícias minhas. Dessa forma, o silencio dele podia indicar muito também: ou ele não tinha interesse o suficiente para me procurar, ou ele havia entendido oque eu quis dizer ou ele estava morto. E a última opção estava acabando comigo. Assim como saber de tudo aquilo.

Mas era um pouco mais complicado dele me achar, pois eu estava saindo mais cedo do trabalho para evitar encontrá-lo, não freqüentava os mesmos locais que ele costumava ir e mudei todas as rotas que consegui.

Eu não queria encontrá-lo.

Eu não precisava daquilo.

Se o visse eu iria fraquejar.

Eu precisava me retirar daquilo antes que eu me apegasse demais e o pior acontecesse. Pensei nisso me sentindo hipócrita por já estar apegada demais.

Será que ele sentia o mesmo? Que eu seria um gatilho para ele se machucar?

Aquilo estava me matando. Então entrei em contato com a clínica que ele atendia buscando saber quais horários ele teria disponível. Mas aquela ligação só me fez congelar enquanto eu ouvia a resposta da recepcionista:

-Ele está de férias. Posso agendar para assim que ele voltar?

O telefone caiu de minhas mãos.

E se ele não voltasse?

No dia seguinte eu decidi que o espionaria em sua casa assim que saísse do trabalho, pelo menos para em certificar que estava bem.

Mas não precisei prosseguir, pois ele estava encostado no balcão de onde eu trabalhava falando algo com a recepcionista. Uma onda de alívio me atingiu e eu tive que me apoiar na parede para não cair.

Ele estava vivo.

Dazai me viu e imediatamente seu semblante se tornou radiante e em seguida culpado. E aquilo doeu muito.

Eu não sabia oque fazer, apesar de estar feliz por estar vivo eu ainda não estava preparada para trocar palavras com ele. Continuei o meu caminho para a porta de saída com o coração martelando em meu peito. Mas ele me seguiu:

-Mei.

Eu me sentia um monstro todas as vezes que ele me chamava e eu o ignorava. Parei na calçada me virando para ele:

-Podemos conversar?

-Já fizemos isso.

-Não. E te contei o motivo das bandagens, não falamos sobre como lidar com isso.

-Eu não quero lidar com isso- a resposta saiu rápido demais e sua expressão me fez sentir culpada.

Ele ficou se silencio por um momento, olhando para mim e eu desejei nunca ter sido vítima daquele olhar intenso:

-Eu não tinha como te contar de uma forma mais agradável.

-Eu sei. Esqueça isso.

Me virei pronta para sair dali mas ele segurou meu pulso e seu toque reviveu coisas demais em mim:

-Por favor, Mei. Me dê apenas uma chance e se mesmo depois de me ouvir seu desejo ainda for o mesmo eu juro que te deixarei em paz.

Por algum motivo eu não gostei das palavras dele. Elas não me traziam conforto de maneira nenhuma. Acho que saber que o cara no qual você está caidinha é suicida te faz pensar demais em tudo oque ele diz.

Reverse Psychology- Imagine Dazai OsamuOnde histórias criam vida. Descubra agora