Dazai não entrou em contato comigo para combinar nada.
Simplesmente porque ele havia sumido.
Fazia cinco dias que eu não tinha notícias dele, mesmo tentando entrar em contato.
O pânico tomou conta de mim.
Aquela era uma nova experiência em minha vida e eu não estava preparada para enfrenta-la. Sentir o desespero bater toda vez que ele não dava sinal de vida era muito desagradável.
Na última vez que nos vimos ele parecia motivado a lidar com a situação de frente, mas toda aquela motivação não me parecia muito mais que algo frágil naquele momento.
Não era ele o psicólogo que deveria evitar que sentimento ruins aflorassem em mim?
Não tinha sido ele que havia ido atrás de mim e insistido em lidar com tudo aquilo?
Eu não havia feito nada além de aceitar.
E aquilo era um sinal de fraqueza.
Me martirizei muitas vezes por ter saído de um relacionamento que havia me machucado e ter ido para algo que iria me destruir.
Que estava me destruindo.
Trabalhar nunca tinha sido um tormento tão grande quanto estava sendo para mim.
Viver nunca havia sido tão difícil.
Respirar me custava um esforço muito grande e doía muitas vezes na madrugada quando eu despertava para esgotar minha cota de choro de preocupação diário.
Então decidi acabar com aquilo.
Nada havia mudado na casa dele.
Parecia exatamente igual a ultima vez que eu havia estado ali.
Bati.
Toquei a campainha.
Nada de Dazai ou qualquer sinal de vida.
Havia apenas o medo em meu corpo.
Me afastei um pouco olhando ao redor e procurando alguma forma de entrar ali. A janela no andar de cima era uma boa opção caso eu não me desequilibrasse, caísse e morresse.
Tomei folego e dei um jeito de subir no muro que me deu acesso a um cano lateral. Nunca agradeci tanto por ter sido uma criança que subia em tudo que via pela frente.
Escalei até ter acesso com a janela.
No momento que empurrei eu me desequilibrei e quase caí.
Meu coração agredia meu peito de uma forma ridícula e eu nem me preocupei em saber o porquê.
Mas a janela estava fechada.
Comecei a entrar em desespero e graças a isso, a quebrei com a primeira coisa que achei.
Uma pedra qualquer que havia achado jogada no chão era a responsável pelo estrago.
Usei todas as minhas forças para pular e no processo acabei me cortando. Vi o sangue começar a escorrer lentamente pelo corte ao mesmo tempo que a porta do quarto se abriu violentamente.
Dazai estava ali, surpreso como nunca antes.
Também parecia cansado como nunca antes.
Não que eu estivesse muito melhor que ele:
-O q... - ele fez uma pausa com a mão ainda na maçaneta e olhando para a janela- O que está fazendo?
Me senti patética com a forma na qual a pergunta veio para mim:
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Reverse Psychology- Imagine Dazai Osamu
ChickLitMei Nakamura enfrentava uma fase ruim após um término de namoro conturbado. Decidindo procurar por ajuda profissional, ela conhece o misterioso Dazai Osamu. Mas apesar dele ser seu psicólogo ela vai descobrindo aos poucos um lado dele que jamais ima...