Capítulo 7

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Yellena Zieliński

Entro no grande quarto sentindo o delicioso cheiro dele impregnado em cada centímetro do lugar. O cômodo é espaçoso e bem masculino, as paredes são pintadas em tons escuros de azul e verde, a enorme cama no centro me é bastante convidativa e parece confortável. Na mesinha de cabeceira do lado direito tem um abajur com alguns livros ao lado e na mesinha do lado esquerdo tem três porta-retratos com a foto de um casal que deduzo ser os seus pais, outro com a foto de Dustin, Mackenzie e mais dois rapazes que não sei quem são, mas que se parecem muito com eles e o terceiro é uma foto de Dustin abraçado a uma jovem de aproximadamente 16 anos.

- Você não precisa me agradecer por nada, Yellena. - Diz a voz grave atrás de mim. - Se o Aiden é seu filhote, então ele também é meu filhote! - Me viro para olhá-lo, espantada com a sua afirmação. - Tudo o que é seu, agora também me pertence, Yellena. - Sua postura altiva e confiante indica que ele não está brincando. - Ah, e antes que você me pergunte... - Ele começa a andar com passos rápidos e decididos, diminuindo a distância entre nós. - Este é o nosso quarto! Assim como esta é a nossa casa. Assim como você é e sempre será a minha fêmea!

Recuo alguns passos, impactada com a possessividade impregnada em cada palavra que sai dos seus lábios perfeitos. Como eu irei conseguir proteger o meu coração de uma possível rejeição, se eu nem consigo sequer resistir ao seu magnetismo de macho alfa gostoso?

Meus olhos o cobiçam sem que eu possa controlar e eu lambo os meus lábios repentinamente secos, loucos para beijar os seus. Meu corpo traidor reagindo instintivamente ao ambiente sugestivo e a forte ligação de companheiros que inegavelmente existe entre nós.

Ele olha para mim e para a cama que nos separa, os seus olhos instantaneamente cintilando de desejo ao nos imaginar nela, um sorriso lascivo e cheio de promessas se desenhando em seu rosto másculo e bonito. Olho para os lençóis brancos e macios que parecem me convidar a ter uma tórrida noite de prazer com um certo macho alfa. Nós dois nus, suados e saciados depois de tantos... Coro violentamente com as imagens projetadas pela minha mente pervertida, desviando os olhos e dizendo:

- Isso não é certo, Dustin... - Lembro-me dos motivos que me impedem de acreditar nessa possibilidade. - Isso é impossível... e-eu n-nã-não posso ter um c-companheiro.

Gaguejo, nervosa e confusa demais para sequer conseguir formular uma frase coerente.

- Como não, Yellena? - Questionou ele, começando a andar de um lado para o outro. - Você não só pode, como tem um companheiro. E ele sou eu! - Aponta para si mesmo. - Você tem o meu cheiro... E a sua loba me reconheceu também.

Como eu explicaria aquilo para ele? Como dizer ao seu "suposto" companheiro, que a sua "suposta" companheira é amaldiçoada? Pior! Explicar a ele que a minha maldição é justamente não poder ter um companheiro.

E se for mesmo verdade? E se eu tiver mesmo um companheiro? E se ele me rejeitar?

A rejeição de um companheiro pode levar o lobo ou a loba à loucura, em alguns casos, o lobo ou loba rejeitada pode morrer tamanha é a dor causada pela rejeição de um companheiro de ligação.

Dependendo do tipo de ligação e do tempo de vinculação, a rejeição de um pode matar os dois. O mesmo pode acontecer com os lobos acasalados que perdem os seus parceiros em quaisquer outras circunstâncias.

- Se tudo isso não for indicativo suficiente, como você explica essa marca? - Dustin ergue o seu antebraço direito e faz o mesmo com o meu antebraço esquerdo, exibindo a estranha marca em formato de meia lua que ambos possuímos ali. - Vai me dizer que ela não queima cada vez que chego perto de você e te toco?

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