Preço da liberdade

Cap 1

Anne narrando.

Aqui estou mais um dia, oito meses atrás dessas grades, oito meses vendo o sol sem poder sentir ele, oito meses que perdi minha liberdade por achar que uma pessoa merecia todo meu esforço e amor.

Minha história de vida é bem complicada, apesar da minha idade, vinte aninhos já passei por muita coisa nessa vida. Moro no complexo do chapadão bom morava porque agora moro no complexo de Gericinó Bangu 8, seria até engraçado né mas..

Sou cria do chapa nasci e cresci ali e lá foi onde conheci o motivo da minha felicidade e logo após da minha decepção. Conheci Hugo com dezesseis anos fomos ficando e com dezessete já era mulher dele perante a favela toda.

Passei poucas e boas com ele, operação na favela já pulei vários muros, pinotes em vários canas por causa dele,sempre estive com ele em todos os momentos até mesmo quando ele foi preso, fechei dez a dez, ele não ficou muito tempo logo saiu, nisso nosso amor ou aquilo que eu achava que era amor ficou mais forte e eramos inabaláveis.

Todos sabiam que eu era mulher dele, todos até mesmo os policias, bom foi por isso que to aqui, dia 24 de maio de 2016 estávamos eu e ele em casa escolhendo o nome do nosso filho pois é eu estava grávida.

Do nada ouvimos muitos fogos estranhamos porque a favela estava suave mas segunda sempre tem operação. Ficamos de boa porque nossa casa era nova e quase ninguém estava ligado nela. Bom eu achava que não estava. Começaram a chamar ele pelo radinho lembro como se fosse hoje.

Flash Back.

Estávamos deitado na nossa cama e o bendito radio começou a apitar.

Hg: esses caras tao de marola papo reto
Anne: responde amor deve ser importante

Ele pegou o radio aumentou um pouco e respondeu

Hg: passa visão passa visão
xXx: qual foi hg brota na visão mano os cana tao subindo
Hg: qual foi to entretado mano manda bala nesses fdps
xXx: jae chefe qualquer coisa aciono.

Ficamos namorando e conversando parecia que era nossa despedida sei lá, estava me sentindo estranha, deve ser por causa da gravidez,estava de 1 mês e meio. O tiro tava comendo firme e como Hg já não gosta de trocar tiro ele pegou seu fuzil e saiu disse que já voltava, já estava acostumada com isso então não fiquei muito preocupada ele sempre voltava.

Orei pedi a Deus misericórdia que se fosse acontecer alguma coisa que Deus botasse ele atrás das grades pois não suportaria ver ele morto. Assim fiz,orei clamei a Deus. Acabei e fui na cozinha comer alguma coisa, escutei muitos bicos no portão muito mesmo, ninguém merece.