Prólogo

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Amanda:

2 anos antes

Porque ela tem que ir?

Será que ela vai voltar?

Hoje a Bruna vai embora, ela vai para outro país, a trabalho. Eu sei que isso vai ser muito bom para ela, mas...

Eu vou sentir tanta saudade.

Saio dos meus pensamentos com a voz da minha mãe, Camila, me chamando para a gente ir.

Minha mãe é uma mulher linda, atenciosa e educada. Às vezes ela é meio louca das ideias, mas eu a amo. 

Ela conheceu a bruna no trabalho. Minha mãe é a secretária da bruna, e vamos dizer que a bruna é a chefe da empresa onde elas trabalham.

Elas começaram ficar muito próximas e viraram grandes amigas, então a minha mãe resolveu apresentar-me para a Bruna.

Eu e ela viramos também bem amigas, ela me ajudava em tudo, nas lições de casas, aprender andar de bicicleta, arrumar o meu quarto e, principalmente, nas minhas inseguranças.

Eu tenho essas inseguranças por conta de amizades e relacionamentos tóxicos.

Eu conheci o meu primeiro namorado com 14 anos e ele tinha 16. Todos viam ele como o menino mais incrível da escola, mas de incrível não tem nada.

Ele era muito popular na escola. Kevin era o seu nome, que tem o significado de “o que nasceu bonito” ou “belo de nascimento”, o que não está errado.

Passou um tempo, ele começou se aproximar de mim e eu toda bobinha, cai na jogada dele.

Começamos namorar, e por conta disso fiz várias amizades.

Depois de 3 meses namorando, ele começou a ter comportamento estranho: parou de me responder quando mandava mensagens, não falava direito comigo e quando estávamos juntos sempre dava atenção para o celular.

Eu vendo que isso não ia dar certo, resolvi que eu queria terminar e quando eu falei isso para ele, NOSSA SENHORA, fui horrível, ele me batia muito e falava que eu seria só dele.

Depois disso, foi de mal para pior. Os meus "amigos" começaram falar mal de mim para todo mundo, e contava os meus segredos que eu só tinha contado para eles

Isso tudo acabou quando eu contei para a mamãe e para bruna. Elas resolveram que iam me mudar de escola e iam faz uma denúncia contra o Kevin e sua família.

Quando eu mudei de escola, comecei a ter crises de ansiedade no meio das aulas, todo aquele acontecimento passava na minha cabeça o dia e noite.

Bruna vendo que eu estava muito mal, começou me ajudar, ela sempre tentava me animar e muitas vezes conseguia. Eu comecei a fazer terapia ou ir no psicólogo, não sei qual era

Voltando ao assunto — comecei sentir uma dor muito forte no meu peito, eu queria muito chorar mas eu não podia, senão minha mãe vai me perguntar e eu não sei qual desculpa eu vou falar.

- Eu sei que você vai sentir saudade dela, meu amor, mas não tem o que fazer - Diz ela concentrada na estrada.

Eu não tinha coragem de responder, então só concordei com a cabeça. Ela viu que eu não estava bem, tirou um das suas mãos do volante e colocou em cima da minha perna e começou fazer carinho.

Estamos indo no aeroporto para podermos nos despedir dela.

Depois de 30 minutos, chegamos no aeroporto. Fomos na direção do lugar para nos despedir da bruna. Quando a vi ela estava com uma mala pequena em sua mão direita e uma mochila nas costas, quando ela nos viu, levantou o seu braço direito e começou a cena para a gente.

Minha mãe foi em sua direção correndo e deu um abraço nela.

- Nossa, eu vou sentir tanta saudade de você - fala ela desfazendo do abraço.

- Eu também - Após dizer isso, ela tira os olhos da minha mãe e olha para mim - eu também vou sentir saudade de você, Amanda - fala isso vindo em minha direção com os braços abertos, prontos para me dar um abraço

Quando ela me abraçou, eu comecei a chorar e não foi pouco não. A gente só se solto quando ouvimos que o avião que Bruna estava prestes a decolar.

Bruna colocou as suas duas mãos na minha bochecha, fazendo com que eu olhasse em seu olhos e disse:

- Se cuida viu?...e lembra que eu vou voltar...não sei quando, mas eu vou voltar.

Após dizer isso, ela me deu um beijo da minha testa fazendo eu sentir um arrepio.

Ela se despede da minha mãe e vai na direção de uma moça que estava lá, provavelmente, ela estava perguntando onde ficava lugar para ela pegar o avião.

Eu estava vendo isso grudada na minha mãe que fazia um carinho na minha cabeça.

Eu espero ver de novo a Bruna. Eu sei que não vai ser tão cedo, mas fazer o que.

Vejo a Bruna indo na direção da porta que dava para entrar nos aviões. Mas antes dela entrar, se vira e dá tchau com a mão e vai embora.

Meio Proibido (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora