21. Pearl Harbor Ball - Part II

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Neteyam não demorou para encontrar seus pais. Conversando animadamente em uma roda de pessoas com Trudy, Tsu'tey e outros homens que nunca havia visto junto de suas esposas, o garoto informou Neytiri sobre a vontade de Tuk de ir ao banheiro.

Mesmo que aos sete anos Tuk já soubesse ir ao banheiro sozinha, ela nunca sentiu-se confortável de entrar em um banheiro desconhecido sozinha. Em Shopping Centers, em festas e até mesmo em banheiros residenciais de pessoas que Tuk não conhecia, Neytiri tinha de ficar com ela do outro lado da porta, até ela terminar tudo.

— Obrigada, meu amor — Neytiri agradece o mais velho, segurando a mão da filha ao se afastar do grupo.

Neteyam então pensa em se afastar, vendo Aonung não muito longe ainda aguardando-o. Um sorriso pequeno nasce nos seus lábios e um formigamento cresce em todo seu corpo com a ansiedade de se aproximar, porém Jake chama seu nome, fazendo o mais novo levantar os olhos âmbar em direção ao pai com certa urgência.

— Neteyam, meu filho, vem cá, deixa eu te apresentar — o mais velho diz de forma orgulhosa e estufando o peito, o mais novo se aproxima, mordiscando o interior da bochecha. Uma última olhada em direção a Aonung envia um pedido de desculpa por demorar tanto e então se aproxima do pai, sentindo os olhos curiosos dos militares sobre ele — Esse é meu menino mais velho, um gênio se me permitirem dizer.

— Pai, não exagera — seu tom é baixo e desconfortável. Ele sabia que Jake só estava tentando encher sua bola, mas ainda sim era tão desnecessário.

Gênio, huh? — um dos homens fala, ele tinha uma cicatriz feia e grande próximo do queixo que Neteyam teve vontade de perguntar se aquilo havia sido causado por alguma briga interna ou externa no exército — Então ele fácil-fácil vai entrar em uma boa faculdade, certo?

— Neteyam é um bom garoto — Trudy tenta ajudar o menino, que nitidamente não estava confortável. Jake, por sua vez, apoia uma das mãos no ombro do filho, alisando o tecido grosso do paletó marrom. Jake tinha orgulho de todos seus filhos, tanto orgulho que mal cabia em seu peito sempre que falava sobre — Lembro de quando ele era só um molequinho incherido na base, questionando todos os papéis pregados na parede.

— Interessado em táticas e estratégicas então, garoto? — outro militar pergunta — Temos um futuro soldado?

A postura de Jake se endurece ao lado do filho. Nunca discutiram a possibilidade do garoto querer ou não entrar para aquela carreira, porém Jake nunca pensou que o filho gostaria de ser militar.

— Nunca pensei nisso, senhor — Neteyam diz sincero, vendo um sorriso gentil de Trudy se abrir ainda mais.

— Um garoto inteligente assim tem que ir pra Harvard pra salvar vidas e não ir para as linhas da frente pra tirar elas, Wainfleet — Tsu'tey diz com certa carranca. Tsu'tey havia se tornado um bom amigo de seu pai, começando a frequentar sua casa de vez em quando e até mesmo pegando carona com o Sully mais velho as vezes. Neteyam e os mais novos estavam começando a gostar da presença do militar, ele era divertido.

— Não tiramos vidas de ninguém, Tsu'tey. Nós protegemos o país.

Um clima estranho se preenche no grupo e Neteyam prende a respiração, olhando de soslaio para seu pai, que aperta o ombro do mais novo em demonstração de que isso era apenas resultado de alguns copos de whiskey.

— Claro, claro — Tsu'tey entorta os lábios e vira o rosto, sussurrando — Se é esse pensamento que te faz dormir de noite.

Uma nova conversa começa graças a um terceiro militar desconhecido, esse tão gorducho que os botões da sua camisa estavam quase pedindo socorro. Jake bate contra o ombro do seu filho como se dissesse que ele está livre e em um balançar de cabeça, cumprimentando a todos os outros, Neteyam se afasta, finalmente voltando para onde Aonung estava.

𝐀 𝐍𝐄𝐖 𝐇𝐎𝐌𝐄 | avatarOnde histórias criam vida. Descubra agora