𝐀 𝐍𝐄𝐖 𝐇𝐎𝐌𝐄 | avatar

04. Family's Dinner

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O cheiro de pizza invadia as narinas das crianças assim que elas pisaram em casa e empurrando os joelhos de Kiri e Lo'ak para os lados, Tuk correu em direção a sala de jantar para encontrar os pais. Kiri reclamou de forma audível, sendo apenas ignorada pela criança que seguiu de forma alegre até onde tinha certeza que Neytiri e Jake estavam.

O casal mais velho estava colocando a mesa em silêncio quando a mais nova irrompe pela porta com sorrisos e berros de alegria, contando como havia sido seu dia, que havia adorado os novos amigos que fez e que estava animada para estudar na escola Tau'ni. A língua rápida da garotinha estalava, explodia e borbulhava pelo espaço amplo da sala de jantar e com a atenção total de seu pai sobre si, Tuktirey nem percebeu que sua mãe não parecia estar de bom humor.

— Chame seus irmãos, Tuk — Neytiri diz em um tom baixo, terminando de colocar todos os pratos sobre a mesa, começando sua caminhada para a cozinha.

Neytiri era - de acordo com a opinião tendenciosa de Jake - a mulher mais bonita de toda Detroit. Alta e esguia, com os membros longos e delicados como uma bailarina. De pele negra e cabelos lisos, tinha descendência africana e nativo-americana, uma mistura de tirar o fôlego e como o próprio Sully gostava de contar para os filhos, sua beleza flechou o coração do militar antes mesmo que ele tivesse coragem de chamá-la para sair.

Tuk acompanha as costas da mãe saírem da sala de jantar, percebendo pela primeira vez que algo estava errado e franzindo o cenho, encarou o pai.

— Não se preocupe. Só vá chamar seus irmãos, como sua mãe pediu, meu amor — Jake pede com um sorriso gentil e beija a testa da filha, terminando finalmente de arrumar a mesa com copos e talheres.

Tuk ficou por mais alguns segundos olhando para o arco de passagem para cozinha, como se esperasse que sua mãe fosse voltar feliz de lá e ela não precisasse mais se preocupar, porém preferiu obedecer ambos pais e saltitou até o corredor dos quartos, encontrando apenas o quarto de Neteyam com a porta aberta.

O mestiço estava com os cabelos compridos em uma trança sobre o ombro graças ao calor. Dobrando suas roupas e guardando-as dentro do novo armário, Neteyam não se surpreendeu quando Tuktirey apareceu na soleira da sua porta com o sorriso brincalhão de sempre e anunciou que o eles deviam ir jantar.

— A mamãe está brava — ela confidencia.

— É sério?

A cabeça balança junto dos cabelos curtos e Neteyam se aproxima da pequena. Talvez a conversa adulta que houve mais cedo não havia sido tão amigável assim. A curiosidade coçou sua nuca, porém como sempre o garoto preferiu ignora-lá. Bagunçando os cabelos curtos da irmã mais nova, passou pelo corpo miúdo da baixinha e andou em direção da sala de jantar, pensativo. Tuk então marchou até o quarto de Kiri, que estava logo ao lado do seu irmão mais velho.

Batendo contra a porta de madeira com os nós dos dedos precisou encostar a orelha contra a superfície gelada para conseguir ouvir a resposta de sua irmã mais velha.

— O que cê quer? — Kiri resmunga sem saber quem está do outro lado da porta e pensando que aquilo era uma permissão para abrir a porta, Tuktirey simplesmente gira a maçaneta e abre um sorriso tão largo quanto o anterior.

— Mamãe pediu para chamar vocês. Vamos comer.

Kiri tem os cabelos castanhos acaju, cortados de uma forma despojada e curta no nível do queixo com poucos fios descendo em direção ao ombro. Era uma garota bonita e como toda adolescente, estava passando pela sua fase rebelde.

Tinha em suas orelhas os headfones pretos enormes que impediam-na de ouvir qualquer som externo e bufando com a invasão da irmãzinha. Levando o fone para o lado e deixando a orelha escapar, Kiri revirou os olhos.