25. Barbecue

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⸻ 𓆉 ⸻

As provas finalmente chegaram ao fim. Ao menos as provas daquele primeiro semestre. Os dois próximos dias, após a ida dos Sully na casa de Rotxo são dias chuvosos, como os nativos haviam alarmado, Dezembro realmente era o mês da chuva no Hawaii. Os dias se tornavam cada vez menos abafados e mais úmidos, mais nublados, porém a temperatura na ilha continuava a ser agradável, em torno dos seus 23°C.

Porém quando o final de semana finalmente chega, como se a Mãe Natureza estivesse sorrindo para a família Sully, as nuvens escuras deram uma pequena trégua. O céu estava claro, quase como um céu de primavera e sob o Sol morno, Jake e Neytiri já organizavam tudo para recepcionar os amigos para aquele churrasco idealizado pelo patriarca.

— Me ajuda, por favorzinho, Lo'ak! — Tuk suplica pela décima nona vez, com as mãozinhas juntas e um beicinho pidão formado nos lábios finos. O mais velho revira os olhos e encara a garota enquanto termina de guardar as roupas que Neytiri havia pedido que organizasse.

— O que você quer, Tuk?

— Quero que me ajude com a boia — ela diz ainda com as mãos juntas e os dedos entrelaçados, exageradamente suplicante — Tá sem ar e eu não consigo encher sozinha.

— Por quê não pede ajuda pro Neteyam? — ele arrisca. Estava ocupado - não porque queria estar ocupado, mas porque sua mãe o havia enfiado aquela tarefa goela a baixo.

— Ele foi ao mercado com a Kiri.

Num bufo acanhado, Lo'ak sabia que não teria outra opção senão ajudar a mais nova, já que os dois mais velhos não estavam e seus pais estavam organizando o lado de fora da casa, igualmente ocupados. Colocou as roupas já dobradas sobre sua cama e acompanhou Tuk para fora do quarto, indo com ela até o quarto da menor.

Uma forma fácil de descrever o quarto de Tuk era: caótico. Havia brinquedo por todo lado, roupa por todo canto e objetos que Lo'ak não sabia dizer se um dia foi algum brinquedo ou se poderia ser algum tipo de ferramenta. Queria muito saber o por quê Neytiri gritava consigo quando deixava o quarto minimamente desorganizado e não brigava com Tuk por deixar aquele lugar uma zona de guerra.

A vida era injusta quando se tinha alguém como Tuk como irmã, com seus olhos grandes e pidões.

— Aqui, toma — ela diz estendendo algo que um dia pode ter sido uma boia. Murcha e sem ar algum dentro, o objeto molenga estendido na direção de Lo'ak era cor-de-rosa e branco, com um bico de passarinho. Aquela coisa tem formato de flamingo, pensou rapidamente, com o rosto contorcido de desânimo.

Sentando-se na cama da mais nova, começou a soprar para encher a boia, fuzilando Tuk com os olhos. A filha mais nova de Jake parecia simplesmente ignorar o olhar assassino que o mais velho lhe enviava, pulando no próprio eixo feliz que agora poderia usar a boia na piscina e nadar um pouco durante o dia enquanto todos estavam por perto no churrasco.

Demorou para que a boia ficasse cheia o suficiente, o suficiente para que Jake começasse a brigar com Lo'ak por ver as roupas ainda sobre a cama do garoto, porém ao vê-lo ajudando Tuk, a bronca foi engolida garganta a baixo.

— Deixa que eu termino de encher, filho — Jake diz, pegando a boia da mão do mais novo, que já estava com as bochechas vermelhas de tanto soprar naquele maldito flamingo. Aceitando de bom grado o acordo de trocar de atividade, o garoto entrega a boia e se levanta da cama, indo até o próprio quarto terminar de organizar as roupas que Neytiri havia lavado naquela manhã.

Pouco tempo depois, Neteyam e Kiri voltam com as mãos cheias de sacolas do mercado. Ansiosos para a chegada de Tsu'tey e da família Awa'atlu, todos foram para a área externa da casa, próximo à piscina, onde Tuktirey já estava nadando como um pequeno peixinho.

𝐀 𝐍𝐄𝐖 𝐇𝐎𝐌𝐄 | avatarOnde histórias criam vida. Descubra agora