17. Melancholy

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Neteyam estava desacordado, Neytiri estava devastada e Jake estava preocupado com toda a sua família. O quarto estava em uma penumbra silenciosa, mesmo sendo quase manhã, as cortinas estavam fechadas. A enfermeira havia acabado de sair do cômodo ao trocar a bolsa de soro quando Jake se levantou decidido.

— Não temos nada além deles — o homem começa, as linhas de expressão em seu rosto pareciam ainda mais evidentes graças ao cansaço. Neytiri levanta o olhar para o marido, soltando os fios de cabelo do filho e se colocando de pé, para ouvir melhor o que o seu amado tinha para dizer — Por isso eu vou proteger essa família. Isso eu posso fazer.

Jake não olhava nos olhos da esposa, como se estivesse envergonhado de si mesmo por ter deixado seu primogênito se enfiar em uma situação daquela.

— Eu sei de uma coisa — ele continua, finalmente olhando para o rosto da mulher amada, que segurava o choro — Essa família é a nossa fortaleza.

Jake ficou por mais um tempo junto de Neytiri e Neteyam no quarto, abraçado da esposa apenas observando o garoto dormir. Quando foi por volta das cinco horas da manhã, ele deixou o quarto do hospital e desceu em direção a recepção, encontrando os filhos e Aonung dormindo sentados tortos na cadeira desconfortável do local. Questionando se os adolescentes gostariam de ir para casa, o patriarca pegou a filha mais nova no colo e alisou os cabelos de Tuk com devoção, preocupado com cada um ali.

Tuk não parecia entender muito bem o que estava acontecendo, a história que Lo'ak inventou sobre um exame médico realmente havia caído direitinho nos ouvidos infantis da pequena e enquanto Aonung declinava o convite de Jake, dizendo que iria manter-se no hospital, Jake pensou que Neteyam havia encontrado um ótimo amigo em Awa'atlu.

No final das contas, os três adolescentes ficaram no Hospital Municipal de O'ahu, aguardando uma notícia do estado de Neteyam.

Jake, por sua vez, levou a mais nova para casa, vendo a pequena ressonar por todo o trajeto no banco de trás do carro, dormindo esgotada. Em questão de minutos já estavam estacionados na frente da residência Sully e carregando Tuktirey até o quarto de paredes cor-de-rosa, o pai de quatro se viu determinado a pesquisar sobre a vida daqueles ao seu redor e ao redor de seus filhos.

Tuk foi colocada na sua cama, abraçando Seze, um ursinho de pelúcia que era de sua mãe e lhe foi dado quando nasceu. Tuk não dormia direito sem abraçar aquele ursine esfarrapado e velho.

Dando uma última olhada na filha, Jake vai até o próprio quarto e senta-se à frente do computador. A carreira militar havia lhe dado algumas regalias durante a vida e poder literalmente investigar a vida de adolescentes até então desconhecidos era uma delas. Jake concordava plenamente com Neytiri e sabia que alguém havia sabotado a bebida do filho mais velho, agora só lhe restava saber quem.

Invadindo o sistema da escola Awa'atlu, foi fácil para o Sully mais velho descobrir a vida alguns dos colegas de Neteyam. Infelizmente nem todos os convidados daquela festa eram da escola, o que dificultaria o trabalho de Jake, porém ele não pararia por isso. Investigou o histórico escolar de cada um, inclusive dos amigos de clube que pareciam ser tão queridos por Neteyam.

— Tsu'tey? — Jake fala baixo contra o celular, havia se tornado muito amigo do soldado e sabia que poderia contar com a ajuda dele para aquela pequena coisinha — Preciso da sua ajuda...

Seus dedos eram ágeis ao digitar no computador. Porém, quando o som do chão estalando e da porta rangendo lhe chamam atenção antes mesmo da voz manhosa de sua filha lhe chamar atenção, Jake desliga o computador e a chamada de celular - sem problema conseguir explicar direito o motivo da ligação para Tsu'tey. Não queria que ninguém da família soubesse da sua investigaçãozinha, nem mesmo Tuk.

𝐀 𝐍𝐄𝐖 𝐇𝐎𝐌𝐄 | avatarOnde histórias criam vida. Descubra agora