25- Não é a única

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S/n

Se passaram quase um mês que eu fiquei com a Jo e algumas coisas mudaram entre a gente.

Ficamos mais umas três vezes quando estávamos bêbadas e não tocamos mais no assunto. Porém, apesar disso, a gente continua juntas e amigas, apesar do clima as vezes ficar constrangedor.

Ficar constrangedor que eu digo, é em meio a uma conversa nós duas ficarmos quietas do nada e se encarando. Mas sempre cortamos com um assunto diferente e por aí vai.

E também desde aquela conversa que tive com ela no quarto do hospital, que ela evita de falar comigo sobre o que aconteceu. Não tiro a razão dela, eu realmente não fui bem legal sobre esse assunto.

Hoje, eu tinha convidado Jo e Jackson para virem para cá, pedirmos uma pizza e bebermos um vinho. Jackson disse que não poderia vir hoje, a filha tava meio mal e ele iria ver ela na casa da mãe.

Então só viria a dona dos meus pensamentos nos últimos dias, não vou mentir que tô nervosa em estar sozinha com ela no meu apartamento.

Ainda estava no hospital trabalhando, hoje tava tendo uma abertura da clínica da Doutora Bailey, que inclusive não sei se comentei mas ela não é mais a chefe do hospital.

Ela por conta própria decidiu sair do cargo e voltar a fazer mais cirurgias, então quem tá no cargo agora é a Teddy.

Enfim, a clínica dela está sendo muito importante para ajudar as mulheres grávidas que querem abortar, para lhe darem mais apoio e elas se sentirem mais confortáveis. Achei essa atitude bem incrível e dispus a ajudar o pessoal aqui.

Quem estava aqui além da Bailey, era Carina, minha Mãe e Jo. Ou seja, praticamente essas mulheres estavam com as melhores médicas da obstetrícia com elas.

A situação estava bem complicada, já que as pessoas que era pró a vida vieram se manifestar aqui na frente e elas estavam bem nervosas. Ou seja, na clínica ninguém entrava e ninguém saia, esse era o maior dos problemas.

Meu pai falou que o trauma também tinha sido fechado, por conta dos manifestantes estarem por lá também. Algo que eu não entendi, se eles são pró vida, porque eles não estavam deixando os médicos salvarem outras vidas?

Enfim, estava atendendo algumas pacientes e percebi mamãe bem nervosa com isso tudo. Fui até ela para conversar e ela entrou em uma crise de choro, me abraçou e chorou tudo que tinha para chorar.

- Ei, vai ficar tudo bem mãe. - falo lhe abraçando mais forte

Ela se desmorona mais em meu ombro. Eu afasto ela um pouco e a encaro.

- Mamãe, a senhora é muito foda, uma mulher incrível é muito gostosa. Você não deveria estar ligando para o que esse povo pensa, eles são pessoas sem um mínimo de compaixão possível. Eles só nos criticam porque não são eles que estão em nossas peles. - digo lhe encarando ainda - Agora, chore o que tem que chorar, limpe as lágrimas e vamos ajudar essas mulheres a se sentirem bem com elas mesmos, ok? - falo e a abraço

Mamãe assente e me encara chorando mais um pouco, ela estava muito sensível com toda essa situação. Eu entendia seu lado, as pessoas mandam mensagens todo dia só xingando mamãe por ajudar as mulheres com o aborto, e eu sinto muito por isso.

Depois de se recompor, nós fomos até uma paciente que tinha acabado de entrar em trabalho de parto, Carina estava lá no comando.

Mamãe foi até elas ajudar e conseguiu fazer o parto do bebê. Ele era lindo, bem parecido com a mãe.

Os seguranças tinham dito para a gente que a situação lá fora estava calma, então todas nós estamos saindo da clinica.

Um deles foram acompanhar a gente até o hospital para não correr nenhum perigo de acontecer algo.

interrogação (?xyou)Onde histórias criam vida. Descubra agora