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Faz 20 minutos que estou em chamada de vídeo com a minha mãe, mostrando para ela o meu dormitório em Oxford.

Quem sabe quem é meu pai, vai achar o lugar simples demais para a filha de um cara como ele, mesmo a faculdade sendo a mais elitizada da Inglaterra e conhecida pelo luxo de suas instalações. Mas eu não fui criada pelo meu pai, então seus modos de viver não tem nada a ver com os meus.

Cresci em Houston, com a minha mãe, que é uma mulher extremamente elegante, e ser elegante inclui ser humilde. Não se engane, o dinheiro do meu pai sempre esteve presente em abundância, afinal de contas, o que diriam se soubessem que a única herdeira do multimilionário inglês, George Harrison, não tem uma vida de princesa, porém fui criada sabendo do valor das coisas.

Não posso dizer que não sou uma espécie de patricinha, é difícil evitar ter certos luxos quando se vive desde sempre com a quantidade de dinheiro que eu recebia, mas não sou uma vaca. Longe disso. Gostar um pouco demais de óculos escuros e bolsas da Prada não te fazem ser arrogante se você sabe onde pisa.

Mas enfim, antes de explicar o que estou fazendo em Oxford, acho que tenho que contar como eu cheguei até aqui.

Anitta Monet, minha mãe, é filha de um renomado engenheiro aeroespacial que atualmente está aposentado, mas fez sua carreira dentro da NASA. Meu avô esteve envolvido no projeto Apolo 11 como estagiário e fez seu nome durante anos e anos de serviços brilhantes. Acreditem em mim, um engenheiro aeroespacial, na década de 70, em plena Guerra Fria, ganhava muito dinheiro.

Aos 25 anos, formada em medicina veterinária por causa de sua paixão pelos cavalos que tinha na fazenda texana do pai, ela resolveu fazer uma viagem com as amigas para a majestosa Nova York, onde conheceu o charmoso homem de 41 anos, com forte sotaque britânico, lobo de Wall Street, que tinha um papo mais interessante do que qualquer jovem que ela poderia encontrar nas ruas movimentadas de Houston.

Depois de uma noite casual descuidada, um presente do destino caiu no colo deles, e eu vim ao mundo. Óbvio que o ganancioso solteirão de meia idade não ia querer um filho com uma ninfeta que ele mal conhecia, e pediu para ela não ter o bebê, mas minha mãe era obstinada. Ela tinha uma vida estável, morava sozinha em um apartamento espaçoso perto da sua clínica que ia muito bem em uma zona nobre de Houston. Uma gravidez não era o fim do mundo na sua situação. Meus avós, sendo as pessoas iluminadas que são, deram total apoio para minha mãe me ter, e foi assim que ela decidiu que iria até o fim do mundo para criar a menina dela. George Harrison teve que aceitar.

Na escola eu sempre fui popular. Não popular no sentido de todo mundo querer sentar comigo no almoço, popular por que eu vivia sendo observada. Por que eu me vestia bem e era legal? Eu me vestia bem, sempre tive olho pra moda, mas isso não era diferencial dentro daquela escola que só tinha gente tão rica quanto eu. A galera achava legal eu ter cavalos? Sim, mas eu cresci no Texas, um avô com uma fazenda é bem mais comum do que se pode imaginar. As pessoas prestavam atenção em mim por que meu pai estava na capa de todas as revistas de fofoca jantando com a Kate Moss, ou saindo de algum hotel 6 estrelas em Los Angeles com Gisele Bündchen na metade dos anos 2000, quando topmodels eram o auge da sociedade americana. A primeira página da Forbes ele tinha conseguido bem antes de eu nascer, mas as manchetes do InTouch viraram hábito nos primeiros anos da minha infância.

Mas poderia ser pior. Nunca existiu um paparazzi em Houston que tivesse interesse no que a menina de 12 anos tava fazendo, como acontecia com a Lily Rose, filha do Johnny Depp. A vida era complicada dentro da minha bolha, mas nem tão complicada assim. Com o tempo perdeu a graça as fofocas ao meu respeito e eu tinha mais o que fazer. Ficava eu e a minha melhor amiga, Daisy Bennet, no nosso mundinho, ou estudando que nem malucas, já que éramos bem nerds, ou de  buchicho sobre algum menino mais velho que nos encantava. Quando cheguei no ensino médio, meu pai já tava com quase 60 anos e tinha dado uma sossegada. Ele voltou para a Inglaterra e administra sua fortuna da sua mansão em Manchester. Eu ainda era a Blair Waldorf, bonita, inteligente e dedicada, com um estilo impecável e alguns rapazes gatos na palma da mão, mas conseguia ser só mais uma.

Ano retrasado, me formei no ensino médio com 17 anos, e decidi tirar um ano sabático na Austrália. Sair da asa da mãe solteira super protetora e viver um pouco antes de ir para a faculdade.  Me inscrevi num curso de um ano sobre moda sustentável em Melbourne, no sul do continente e fui as custas do senhor Harrison.

Foi um ano maravilhoso. Eu vivi coisas lindas que eu nunca esperava viver da forma que aconteceu, mas isso é papo para outra hora.

Prazer, eu sou a Emily Monet Harrison, prefiro que me chamem de Mia Monet, acabei de fazer 19 anos e vou começar a faculdade de Direito em Oxford, na Inglaterra, semana que vem.

@miamonet

@miamonet

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Oi gente!!!
Sejam muito bem vindos a essa fic que vou fazer com muito carinho.
Comentem MUITO, que assim eu escrevo mais hahahaha
Boa leitura, espero que gostem da Mia 🫶🏻

H - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora