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Dormi quase toda a viagem de Madrid até Oxford. Graças a deus, por que amanhã eu tenho aula cedo e estava mortinha depois dos últimos dias cheios. Dei tchau pro Alfie, que foi com o jatinho pra Noruega depois de nos deixar na Inglaterra, ainda meio dormindo.

Temos a sorte de chegarmos bem tarde da noite na minha universidade. Esse horário todo mundo já está recolhido, então conseguimos passear tranquilamente pelo campus sem ninguém reconhecendo o Erling.

Durante essa viagem, me senti uma Kardashian com tanta atenção da mídia em cima de mim. É bom demais sentir a brisa da madrugada inglesa bater suavemente no meu rosto, caminhando de mãos dadas com o Erling.

"Eu amo essa tranquilidade que eu tenho com você." Erling solta as nossas mãos para abraçar minha cintura. "Mesmo nesse dia maluco, cheio de adrenalina, só queria tá quieto com você." Ele devaneia, brincando com o tecido da minha calça jeans.

"Enquanto isso eu tava brigando na arquibancada." Rio alto, lembrando do caos que rolou no jogo.

"Nem me lembra disso, amor." Ele ri, massageando a sua têmpora. "Como você e o meu pai conseguiram se meter nessa confusão?" Diz, ainda meio incrédulo.

"Foi tudo culpa daquele filho da puta." Volto a sentir o sangue ferver em minhas veias.

"Sabia que você fica um tesão brava desse jeito?" Erling cola os lábios cheios no meu ouvido, me provocando da maneira mais suja que já o vi fazer. Sua voz grave ressaltando o sotaque norueguês, faz a minha pele se arrepiar por inteira.

"Isso é golpe baixo." Sussurro contra sua boca, virando o rosto na sua direção.

"E desde quando você joga limpo com essa boca vermelha e seus os olhos enormes brilhantes me encarando como se eu fosse um príncipe encantado." Meu namorado joga as palavras afobado, correndo os olhos verdes por todo o meu rosto. "To ficando maluco, não sei como aguentei tanto tempo brincando de odiar você." Suspira, escorregando a mão enorme entre os meus fios escuros.

"Ainda bem que agora a gente pode brincar de ser amar." Selo nossos lábios por 2 segundo, só uma provinha doce do nosso amor perfeito.

"Eu te amo tanto, Mia." Ele diz sério, encarando a minha alma bem no fundo dos meus olhos.

"Eu não sei amar alguém que não seja você." Confesso, delicadamente roçando meu nariz no dele.

"Acho que você não tem ideia do que fez comigo." Sorrio boba, vendo ele quase angustiado por querer se expressar o mais claramente possível.

"Lindo." Chamo, tocando sua bochecha lisa. "Eu tenho noção, por que você fez o mesmo comigo." Lhe dou um selinho demorado, fechando meus braços no seu pescoço com força.

Erling aperta minha cintura, colando nossos corpos o máximo que é humanamente possível.

Olhamos fundo um nos olhos do outro, dizendo um milhão de coisas ao mesmo tempo, que não somos capaz de expressar em palavras. Isso é doido, por que tudo está completamente claro dentro daquela troca de olharem.

Ele me ama.

De alguma coisa eu basto pra ele.

Eu amo ele, e ele é o meu mundo de uma maneira que nunca achei que fosse possível. Fui criada pra ser independente de qualquer pessoa que não fosse eu mesma, mas ainda sim sinto que tudo isso não teria sentido sem ele. E o melhor de tudo é que ele sente o mesmo por mim.

É nítido nos seus olhos verdes, no seu sorriso de lado e no seu toque firme na minha cintura, que eu sou a única mulher que existe no mundo dele, e saber disso é a melhor sensação da Terra.

Entramos pé por pé no meu dormitório, silêncio absoluto pra não acordar a Amanda. Quando saí daqui pra viajar, deixei ela enterrada em livros. A coitada pegou mais matéria do que consegue dar conta. Tenho certeza que ela ficou estudando até tarde hoje, as embalagens de poke entregam que ela nem se deu o trabalho de sair pra jantar com a galera. Amanhã vou dar um jeito de tirar essa menina desse quarto. 

Eu e Erling colocamos pijamas quentinhos, nos comunicando por mímicas engraçadas, segurando que nem doidos pra não rir. Quando deitamos espremidos na minha cama de solteiro, relaxo completamente, sentindo o cansaço me atingir pra valer, mesmo tendo dormido no voo. 

Respiro fundo contra o pescoço do meu namorado, inebriada pelo perfume de flor de laranjeira que me toma e a sensação de suas mãos enormes presionando o meu corpo pequeno no seu, extremamente firme. Inconcientemente sou dele, e o meu corpo tem plena conciência disso. 

Me desmancho entre seus braços de um jeito que me faz duvidar de tudo que eu já quis na vida. Nada pode me trazer tanta satisfação do que simplesmente dormir ao lado do Erling Haaland. 

Meu namorado. O homem que conquistou cada pedacinho do meu coração, sem eu ao menos ter pedido tal coisa. 

H - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora