Capítulo Sete

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              E então preparadas (os) para mais uma loucura da Luana? Eeeee! Espero que sim, boa leitura para vocês!

Minha cabeça doia, meus pés também, e minha orelha aonde estava o celular ardia, parecendo que o celular tinha alguma coisa tóxica, ou inflamável.
Não me olhe assim, as coisas que aconteceram não deviam me incomodar mas incomodou. Trabalhei até mais tarde no escritório, sim, junto com o senhor Ross, e não me pergunte como consegui, porque nem eu mesma sei.
__Não Emile__sussurrei, quantas vezes eu já repeti essa bendita frase desde daquele incidente? 15?10? Não me importa muito, eu estava cansada pra burro, e a Emile ainda me enchia o saco por causa do que ela achou que viu. Jesus amado.
__Sim, pode me contar Lu. Vocês se beijaram não é?
Parei de andar, e fiquei ali olhando o céu que escurecia, as estrelas que se mostravam, tentando acalmar minha dor de cabeça. Mais não adiantou.
__Eu te falei que não Emile.
Ela suspira.
__Então porque estavam daquele jeito, tipo rosto no rosto, quase se beijando?
Passo a mão no rosto, se ela parasse de me lembrar disso seria ótimo.
__A gente não estava nos beijando, ele estava me intimidando. Eu já falei.
__Porque?
A verdade iria afastar ela.
__Ele queria que eu falasse algo que eu não devia.
Ela parece desistir, obrigado Deus.
__Tudo bem, me desculpe se fui insistente.
__Não, tudo bem.
Mentira!
__Olha eu tenho que ir, mas se você quiser falar...
__Não tenho nada pra falar.
__Certo. Tchau Lu.
__Tchau.
A linha cai, finalmente paz. Mesmo aqui, parada, sozinha nessa rua a paz é boa, reconfortante.
Começo a andar de novo, Teo já deve estar dormindo, ai que chato, a gente nem trocou uma palavra hoje, e eu queria um conselho sobre minha situação. Era bem complicada, e o senhor Ross estava disposto a tornar mais complicada ainda.
Como pude ser tão burra.
Você sempre foi Luana.
Não enche, quero só me deitar, talvez comer algo antes, estou com fome durante todo o dia, nem pensei nisso.
A parte da frente do meu prédio está silenciosa, todos estão dormindo, todos sonhando com algo bom. Sortudos.

Quando abro a porta do meu apartamento e vejo a penumbra, eu nem me preocupo em ascender as lâmpadas, mesmo não tendo aquele barulho de ronco que o Teo fazia. Pelo jeito ele saiu. Ando até o meu quarto e me jogo na cama, e fico chocada quando minha bochecha bate em algo sólido e duro.
Que merda é essa? Apalpo para ver se consigo descobrir o que é, quando a coisa dá um gemido.
__Ai meu Deus! Um corpo! Socorro!__grito, um corpo, será que estava morto? Não,e se o assassino ainda estiver aqui? Então uma idéia louca que acaba com meu coração bate na minha cabeça, e se esse é o Teo? Não, não, não. Para de pensar nisso Luana e ascende a luz.
__Oi?
Silêncio, vou até o corpo e apalpo de novo, sem me importar em onde.
__Lu deixa eu dormi.
E tudo passa, era o Teo, estava vivo e pelo jeito, acordado.
__Seu canalha!__grito e pego um travesseiro e dou onde eu acho que é sua cabeça.
__Ai.
__Você quase me matou agora, eu achei que era um corpo, um corpo morto.
__Ai Lu, para de me bater.__fala e me puxa para a cama, eu me debato e bato sem ver,com raiva. Ele não tinha esse direito, eu só queria dormir e ele me faz isso. E choro, e bato, e grito, e assim vai, até que eu me canso. E desmorono na cama.
__Se acalmou?
Não respondo, estou sem fôlego.
__Lu fala comigo.
Filho da mãe.
__Lu?
__O que é?
Ele me vira de frente para ele, e tento enxergar seus olhos na escuridão.
__Porque está com raiva? Não foi minha culpa.
__Você me deu um baita susto, ainda estou sob o efeito, então não enche.
Ele fica em silêncio esperando eu me acalmar. Que cavalheiro, não?
__Me desculpe Lu, eu achei que você não viria mais.
__Trabalhei até tarde hoje.
Ele me abraça pela cintura. E me puxa.
__Seu chefe idiota está na cola?
Me afasto um pouco para trás, minha cabeça apitava um sinal vermelho escrito:
Zona Proibida.
E eu sempre me afastava quando esse alarme apitava, mas por incrível que pareça Teo não notava isso.
__Sim, hoje ele foi mais idiota que nunca.
Me viro rápido para ascender o abajur, ficar assim sem luz era de certa forma, estranho. E Teo era um cara de luz, e não de trevas.
__Imagino, quer falar sobre isso?
Se quero falar sobre isso? Sinceramente não, mas eu preciso de um conselho, conselho de homem e não de mulher.
__Sim.
Suspiro para ganhar coragem, e me preparar para sua rajada de gargalhadas.
__Bem...eu li um e-mail comprometedor do meu chefe, e não consegui controlar minha gargalhada na presença dele. Então ele veio me intimidar sabe? Tipo, aquele olhar olho no olho?
Ele se remexeu.
__Sim.
__Então, ficamos assim por uns... talvez dois minutos. Mas ai a Emile entrou e viu nós assim, imaginou que eu e ele estivéssemos nos beijando. Mais isso não é verdade. Entende?
__Entendo.
Me deito em seu peito e coloco a mão no seu braço, não quero que ele veja meu rosto quando eu terminar.
__Mas quando a Emile fez perguntas insinuantes, ele deu a entender que fizemos o que não fizemos.
__Porque ele faria isso?
__Por vingança? Por rancor? Eu não sei.
Ele fica em silêncio, o que é estranho.
__Você sabe que isso pode ser mentira não é Lu? O que ele ganharia com isso?
__Satisfação? Ele é bem capaz de ser tão ruim.
Ele tira a minha cabeça de seu tórax e coloca no travesseiro, isso é ruim, nenhuma risada, nehuma chacota, nada.
__O que foi?
Vi suas costas nuas tensas.
__E se ele gosta de você?
Acho que se eu não estivesse sentada naquela cama, teria caído desmaiada no chão. Oh não Teo, até você?
__Isso não é possível, posso provar isso Teo. Vê se relaxa ok?
Ele se levanta, e pela primeira vez noto que ele só está de cueca, meu rosto esquenta, para falar a verdade pega fogo.
__Teo!!
Ele se vira rápido, e juro, juro por Deus que fiz de tudo para não olhar para "aquela" parte. E consegui,não estou mentindo. Consegui com muito esforço.
__Oh, me desculpe Lu, eu não sabia que você não tinha reparado.
Agora ele ri, esse cara deve estar querendo morrer, à mais eu vou fazer esse trabalho.
__Saia do meu quarto.
E para piorar ele me olha com grandes olhos cinzentos.
__Deixa eu dormir aqui? Por favor?
Deus meu, ele me olhava com grandes olhos de um cachorrinho que caiu do caminhão de mudança, isso era golpe baixo, e ele sabia disso. Mas eu não iria ceder.
__Não Teo, seu sofá o aguarda.
Ele sai murmurando baixo e indignado.
O que?
Eu não sou ruim, de forma alguma, mas tem coisas que eu faço durante o sono que não quero que ele veja, como talvez roncar. E não roncar como o Teo, não, era aqueles de rachar uma caverna, mas eu não tinha certeza se roncava, e espero que não.
Tomo um banho e vou para a cozinha, o cheiro de comida ainda era presente no ar, o Teo cozinhava, eu sei que é raro, mas eu tratei de corrigir isso.
Isso mesmo, desde de criança eu ensinei a Teo como cozinhar, claro que o feitiço não se virou contra o feiticeiro mais ele era bom. Não mais que eu, óbvio.
Eu o encontrei encolhido no sofá, e ele me olhou com lágrimas teatrais nos olhos, mas mesmo assim estava acabando comigo. Abro a geladeira tentando não olhar para ele. Tinha comida ali, mas preferi a maçã verde que brilhava no canto mais afastado.
__Você ainda está neste regime?
Me viro e o encaro, as lágrimas teatrais já haviam sumido.
__É claro, porque não estaria?
__Então você quer mesmo emagrecer?
Mordo a maçã deliciosamente molhada, e saborosa.
__Sim.
Ele se levanta e anda até a mala preta dele, tira uma caixa embrulhada no papel presente, e me olha risonho.
Não, ele não iria fazer isso. Por favor Teo, eu não quero sofrer essa tentação.
__Vamos ver se você quer mesmo Luazinha meu amor.
Como hipnotizada ando, e sento do lado dele.
__O que você vai fazer?__sussurro.
__Testar você e sua determinação.
Ele rasga o embrulho e tira a tampa da caixa, o cheiro de chocolate invade a sala. Jesus, eu vou ceder. A maçã rola da minha mão e cai no chão, depois te pego amiga. Agora tá difícil.
__Esses chocolates são típicos de Londres Lu.
Minhas mãos começam a tremer, chocolates de outro país ainda. Ele queria me matar, só pode. Meu coração vai sair pela garganta, juro.
Ele pega uma trufa e morde, seus dentes brancos partindo a barreira saborosa, e seus lábios sugando o recheio gostoso.
Engulo em seco, minha testa sua em gotas salgadas, eu quero, meu cérebro quer, meu corpo quer. Então porque lutar, afinal qual é a graça de ser magra?
Você quer se assim Luana? Não.
Mas esse chocolate é de outro país.
Não importa.
Uma batalha conflituosa é travada, determinação VS tentação.
Quem vai ganhar?
Fecho os olhos e luto comigo mesma e no fim a determinação ganha.
__Eu não quero esse chocolate Teo.
Só dizer essas palavras foi libertador, e melhor ainda, o olhar chocado e feliz de Teo.
__Você está pronta minha querida.
Sorrio.
__Eu sei.
E nos abraçamos. Mas então Teo sussurra de um jeito doce e persuasivo:
__Então eu posso dormir com você?
Me afasto balançando a cabeça, tanto negando, como desacreditando de seu golpe baixo. E vou dormir.

Aliás boa noite

Luana.Onde histórias criam vida. Descubra agora