Capítulo Oito

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E ai pessoal! Tudo bem? 

O sol ultrapassa a cortina e queima meu rosto, ai que sono, que preguiça de ir trabalhar. Me espreguiço e não fico nada surpresa quando meu braço bate em um tórax.Teo teimoso.
Levanto a cabeça e vejo que ele dorme profundamente, que bom, assim ele não veria o quanto a gente estava colado, minha perna esquerda em cima de sua coxa, e seu braço em minha cintura. Ainda bem que não tem ninguém aqui, senão provavelmente iria achar que eu e ele éramos namorados. Solto uma risada, e saio de seu abraço.
Me levanto e ele acorda.
__Bom dia Lu.
Faço cara de brava.
__Eu disse não Teo.
Ele se levanta, e se espreguiça.
__Eu sei mais aquele sofá é bem desconfortável.
Desconfortável uma ova, era macio.
__Se continuar assim vou ter que pedir que vá embora.
Seu bom humor some e ele me olha sombrio, ai Deus, não agora, uma briga pela manhã não é bem animador.
__Você teria coragem?
__Claro, mas foi brincadeira Teo, pode ficar.
Melhor manter um clima agradável por agora, se não, as coisas ficarão pretas.
__Achei que você diria isso.
Estou tentada a faltar do trabalho hoje, não estou a fim de ver a cara ranzinza do Ross, e trabalhar até tarde na sua presença. E devo estar com a cara horrível de sono, hálito de onça, e cabelo como um ninho de passarinho.
__Vou escovar os dentes, e pentear o cabelo.
__É melhor mesmo Lu__provoca rindo.
Vou pro banheiro e lavo o rosto. Caramba que preguiça.
__Então Teo aonde vai?
Ele sai do quarto e vai pra sala, mas posso ouvir ele falando.
__Nós vamos ao meu personal tranier.
Me viro curiosa, por Deus, do que ele está falando?
__Nós?
__Depois do teste de ontem vi que quer emagrecer, mais precisa fazer exercícios.
Credo, qualquer coisa, menos exercícios.
Não me olhe assim.
Pensa que eu não tentei? Mas a única coisa que você ganha é dor no corpo e nada de abdômen definido. Não, eu não iria em uma academia. Imagina, aquele monte de gente sarado e definido, e eu lá gorda como sou, não pense que odeio quem é magro, muito pelo contrário, eu os admiro. Mas é difícil você ser diferente, em um lugar diferente.
__Eu não vou.
Visto minhas roupas comuns, que vocês já sabem.
__Lu por favor não, você tem que cooperar.
Ando para a sala pronta pra briga, e pelo jeito ele também. So faltava a armadura e a espada para o Teo parecer um guerreiro, e eu? Logo desistir de brigar, porque eu perderia essa, só ver a cara de determinação dele abalou a minha determinação, preferi deixar para a próxima.
__Tudo bem, eu vou Teo, se isso te deixa feliz.
Ele me abraça e beija minha bochecha.
__Sim, me deixa muito feliz Lua.
Dou de ombros. O que eu ia perder? Nada de interessante, e se eu passar vergonha o Teo vai pagar, e caro.
__Quando vamos?
Ele me olha com um sorriso maroto, e como se fosse simples diz:
__Agora.
Eu sei que eu estou morrendo de preguiça, e não quero ir trabalhar , mas eu não quero minha cabeça cortada e jogada pro leões, não ainda.
__Eu tenho que ir trabalhar.
Ele se escora na parede e boceja.
__Liga para o seu chefe e diz que está doente.
Deus meu, ele achava que era tão fácil assim? Não era, falar uma mentira era difícil, e provar que essa mentira é uma verdade é pior ainda. Eu não faria isso.
__Não tenho o número dele.
__Até quando vai ficar criando desculpas?
__Não estou criando nada.
__Olha, não precisa ficar com medo.
Eu não estava com medo, pelo meu Jesus Cristo, eu só estou um pouco assustada e nada mais. Mas Teo era igual a um burro, quando empatava não saia do lugar, e eu não tinha nenhuma cenoura.
__Tudo bem, mas como vamos avisar meu chefe?
Parecendo pensar ele anda pelo cômodo. Depois para e levanta o dedo, como se eu estivesse distraída e não olhando sem piscar para ele. Parecia até que tinha uma lâmpada acessa em cima da cabeça dele, como nos desenhos animados.
__Ele está hospedado aqui, nós vamos no quarto dele.
Sem chance, eu não iria sete horas da manhã no quarto do meu chefe, na-na-ni-na-não, pode esquecer essa idéia Teo.
__Nada disso.
__Você está com medo?
__Medo? Eu? De que?
__Do seu chefe.
__Não estou com medo.
__Aé? Então prove.
Ele estava mexendo com o orgulho errado, golpe sujo, eu nunca usaria um golpe sujo assim. Ai que raiva de você Teo.
__Certo, eu vou ao maldito quarto, mais você vem comigo.
__Tudo bem.
Solto meu cabelo para ajudar com a mentira e faço cara de doente.
__Pareço doente?
Teo me analisa e depois gargalha. Pelo amor de Deus, o que era tão engraçado?
__Não, parece que você precisa urgentemente de ir ao banheiro.
Há isso, que mente infantil, quer dizer, eu não posso falar nada, não é o Teo que anda falando com a própria mão.
__E agora?
__Parece que alguém te deu um tapa na bunda.
Essa foi ruim, mas não pude evitar de rir. Tento outra expressão, talvez a última.
__E essa?
Dessa vez ele solta um suspiro dramático.
__Essa é perfeita, a mais obra prima da cara de um doente. Adorei amiga.
__Para, estou falando sério.
Ele balança a mão como um gay e rebola.
__E estou amiga.
Balanço a cabeça tentado não rir.
__Está bom, conseguiu, estou rindo ok?
Ele abre a porta e faz uma reverência estranha.
__Modemosseile.
Agora deu para falar francês? Na verdade ele estava tentando, porque não creio que se diga assim.
__Grazi Mousier.
E saímos para o corredor. Olhei pro elevador e depois para o Teo.
__Vamos primeiro a portaria? Ou você sabe onde ele está Teo?
Com pose de comandante ele toma a frente e entra no elevador, e eu sem saber o que fazer o sigo.
__Ele está no quarto acima.
As portas se fecham e começamos a subir, meu estômago parece ficar no chão, e meu coração acelera. Essa sensação é porque eu vou ver ele?
Não Luana, não seja idiota é claro que não, é só o medo de ser expulsa.

Quando as portas se abrem Teo vai na frente, e eu o sigo, ele parecia confiante, mas como ele sabia? Se ele soubesse, claro. Talvez fosse só uma suposição idiota. Ou uma mentira para me testar, é isso, o meu chefe não está naquele quarto, o Teo só está testando minha coragem. Péssimo plano Teo, vou provar que sou corajosa.

Paramos de frente a uma porta idêntica a minha, Teo levanta o punho para bater mais eu o paro.
__É o meu chefe,eu bato.__falo inclinando o queixo em desafio, ele só concorda e se afasta chocado. Isso aí, eu não sou covarde.
Bato de leve na porta esperando uma pessoa desconhecida, mas me engano.
Quem abre é o Ross, sonolento e só com a calça do pijama, por Cristo quem abria a porta naquele estado?
__Senhorita Silva?
__Oi senhor Ross.
Me afasto olhando Teo, ele ria, droga Luana,ele não estava mentindo.
Nem imaginei...
__O que devo a sua visita?
Sarcasmo, sério? Numa hora dessas? Seja bom pelo menos uma vez na vida cascavel.
__Eu vim avisar que não irei no trabalho hoje.
Ele se apoia na porta e me encara com a sobrancelha arqueada. Logo essa sobrancelha? Já disse que tinha efeito sobre mim.
__Avisar?
__Sim.
__Porque?
Sempre tinha esse questionário, relaxa Ross, não vou tentar te assassinar, não ainda.
__Estou doente.
Ele sorriu quase simpático, não vinha coisa boa por ai.
__Você não parece doente.
Merda, esqueci de fazer a cara de doente, Deus me ajuda nessa, sempre dava errado com Ross.
__É uma doença interna, sabe?
__Não, não sei.
Sem eu querer meu olhar viaja pelo seu tórax levemente musculoso, e para no seu abdômen, nossa, era bem definido.
Olha no que você está pensando.
Como uma pirâmide de quadrados brilhantes, uma parte da minha mente, uma parte bem pequena tenta me chamar de volta, de volta pra conversa, de volta pra desculpa do trabalho, mas eu não conseguia, meu corpo estava paralisado, meu coração batia a mil por hora, e meu rosto parecia quente demais.
__Senhorita Silva?
Desvio com esforço o olhar e encontro olhos azuis escuros brilhantes de humor e malícia.
__Apreciando a vista?
Assim eu reajo com o conhecido ódio.
__Que vista? Não vejo nada.
__Entendo.
Será que ele entendia alguma merda do que estava acontecendo aqui? E aonde estava o Teo, parecia longe demais agora.
__É serio casca... Senhor Ross.
Seu sorriso agora era como do Gato Cheshire de Alice no país das maravilhas.
__Certo, vou dar o dia de folga.
Obrigado Deus.
__Mas vai ter que me contar a verdade.
Nunca cante vitória antes do tempo.
__Eu vou na academia.__sussurrei, esperei um comentário de zombaria, mas ele me olhou solene, como se só agora tivesse percebido que eu era "diferente".
__Boa sorte, a academia é um lugar pesado para mulheres.
__Você deve conhecer bem.
O que eu disse? Por favor produção rebobine a fita, isso foi uma cantada minha? Escapuliu, sério.
__Conheço sim Luana.
Luana? Que intimidade é essa aqui?
__Claro, já vou indo.
__Boa sorte.
E fecha a porta, o que foi isso? Ai caramba. Procurei o Teo e ele me olhava sorrindo, quase gargalhando.
__Não fala nada__ameaço.
Ele estende a mão em frente ao corpo.
__Calma, calma.
__Vamos ou não?
__Claro.
E saímos daquele lugar, eu pelo menos quase corri.
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Ai, ai essa Luana maluca, espero que tenham gostado.
Não se esqueça de votar e das queridas

Luana.Onde histórias criam vida. Descubra agora