Capítulo Vinte E Um

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Dedico esse capítulo à @GabrielSilva321.
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__Isso não é verdade.
Estou sentada em uma mesa na calçada, bebericando um café com creme, que pra constar é bom, acho que até melhor do que o do Phill.
__Ora Luana, porque não seria?
Eu e o Gustavo estávamos falando do jeito que os homens pensam, eu sei, a discussão com o Teo continuava na minha cabeça oca. Bolas, era difícil de esquecer.
Não me diga.
__Se você conhece uma mulher e se agrada dela o que você faz?
__Vou falar com ela, e convidar ela para um café, igual fiz com você.
Estreito os olhos.
__Engraçadinho.
__O.k.
__Viu, porque os homens tem que ser os que escolhem, isso é machismo.
__É a natureza.
__Natureza que nada.
__Vamos parar com isso, terminou seu café?
__Sim, está um delicia.
Ele se levantou e pagou a conta,em seguida puxou a minha mão me fazendo levantar.
__Ei.
__Vamos.
Andamos, a rua infestada de pessoas que aproveitavam o fim de semana para relaxar, algumas para aproveitar as liquidações.
__Aonde vamos Gustavo?
__Que tal irmos andar naquele parque no centro?
__Parece ótimo.
Me desvio de um cachorro com pelo castanho avermelhado, que passou rebolando.
__Quantos anos você tem?
__21 e você?
__26 de pura gostosura.
Levanto as sobrancelhas.
__Meu Deus, como você é convencido.
__Eu sou só sincero.
__Que sinceridade humilde.
Ele solta uma gargalhada.
__Você é bem engraçada.
Dou um empurrão nele, e ele tromba com alguém que o xinga de um nome muito feio mesmo, até ofeguei aqui.
__Me desculpe.__peço quando vejo o olhar feroz dele, cruz credo, será que todos os homens tem essa faceta monstruosa? Porque eles realmente viravam monstros.
__Tudo bem.
__Tem certeza?
__Sim, droga, porque me empurrou?
__Porque seria engraçado.
__Bem, não foi.
__Eu já vi isso.
Ele olha nos meus olhos.
__Vamos logo, senão vou te dar uns tabefes.
__Duvido.
__Dúvida?
__Sim.
Ele gira a mão e ela acerta o meu braço, não doeu, sinceramente ele batia como uma mulherzinha.
__Agora vamos?
Ponho a mão no braço teatral.
__Nossa! Que tapa forte, acho que vai ficar roxo, meu Deus Gustavo de onde você tirou essa força? Ai.
__Deus!
Ele sabia que eu estava zombando dele.
__Ai, ai, aiiiii.
__Agora entendo o Otávio.
__Aiiii.
__Pelo amor de Deus, pare com isso, eu nem bati forte.
__Não bateu mesmo, o que aconteceu? Quebrou a munheca?
Ele se vira pra mim tão rápido que quase caio no chão.
__Você está me chamando de viado?
__Eeuu? Claro que não.
__Porque se estivesse...
__O que você faria?
Ele sorri, um sorriso safado.
__Eu te mostraria que não sou viado, oh eu te provaria isso.
Engulo em seco.
__Bem concordo com você vamos aquela pracinha.
Andamos, rimos e não deixamos de fazer piadas idiotas.
__E então Luana, você já foi casada?
__Claro que não, porque pergunta?
__Só estou tentando te conhecer.
__Por acaso está procurando um ponto fraco pra me cegar? Bem, isso é perda de tempo.
__Que pena, eu planejava sequestra-la e prende - la no meu porão.
Coloco a não no coração.
__O que eu fiz?
__É bonita demais, sei qual é seu plano.
__Que plano?
__Você planeja seduzir todos os homens, e dominar o mundo, que vai ser de mulheres. Assim vai mandar em tudo.
Solto uma gargalhada que pareceu mais alta do que realmente era.
__Obrigado por me dar um plano idiota.
Ele corre atrás de mim, fingindo ofensa.
__Vou te pegar espertinha!
Quando chego ao parque me sento num banco de cimento e ele para ao meu lado ofegante.
__Cansado Gustavo?
__Nossa, como você corre.
__Nem corro tanto, você que é frágil.
Seu olhar me perfura assustador, mas em vez de ficar com medo eu dou uma boa gargalhada bem na sua cara.
__Você é louca.
__Talvez eu seja.
Um carrinho de sorvete passa sendo empurrado por uma idoso, baixinho. Como eu queria um sorvete, o calor está de matar, é são 30°C hoje, e um sorvete cairia bem, não, apaga isso, um sorvete cairia ótimo, ou talvez um mergulho na piscina. Mas como não tenho piscina...
__Ei, Luana? Que tal um sorvete?
Dou um sorriso enorme.
__Você leu meus pensamentos.
Corremos até lá. Eu pedi um de baunilha e o Gustavo de morango, nada contra mais sorvete de morango são meios chatos, eu e Gustavo discordamos disso, e claro, isso virou um debate.
__Os de baunilha é ótimo.
__O de morango é bom, o gosto no ponto, como não gostar?
__Eu não gosto, prefiro de baunilha, é doce e perfeitamente saboroso.
Uma menina de mais ou menos 15 anos para na nossa frente e grita:
__Parem de ficar discutindo por causa do sorvete e se beijam logo seus imbecis!
Nossa...
Por Deus, eu fiquei boquiaberta, meu queixo caiu no chão, e lá ficou, qualquer um podia pisar.
Exagero..
O Gustavo estava da mesma forma, mas logo ele se recuperou.
__Quem diabos é você menina?
Ela sorri, que ódio daquele sorriso.
__Sou Carol, e essa discussão de bebê está me irritando.
__Olha aqui garota..
__Garota? Por favor eu ja teria agarrado você a muito tempo, essa songamonga é burra demais.
Me levanto mais que ofendida, furiosa para ensinar essa menina uma lição.
__Olha aqui menina, você está achando que eu sou o que? Sou uma mulher de respeito!
Ela se encolhe ante meu grito indignado.
__Não saio agarrando qualquer um por ai, sabe porque? Eu tenho dignidade. Você sabe o que é isso?
__Sim__sussurra.
__Então garota, não fique se vangloriando por beijar todos o garotos da sua idade, porque isso não é uma vantagem, é uma vergonha.
__Mas...
__Mas nada, agora tira essa cara chata da minha frente e vai pensar quem tem razão, eu ou você.
Ela se afasta batendo o pé, quem é bebê agora?
__Luana?
__Agora não Gustavo, me deixa extravasar.
__Tudo bem.
Chuto um monte de folhas secas, e meus dedos se enchem de terra, saco.
__Meu Deus, nunca me senti tão furiosa.
__Veja pelo lado bom, você deu uma bela lição naquela menina atrevida.
__Você acha mesmo?
Ele sorri largamente.
__Pode ter certeza disso chaleira.
__Chaleira?
__Seu mais novo apelido, toda vez que você apitar vou sumir.
Faço cara de brava.
__Você não pode me dar um apelido desses.
__Eu já dei.
Rosno e ele sorri.
__Você. Não. Vai. Me. Dar. Esse. Apelido.
__Tudo bem, não vou te dar esse apelido.
Meus lábios desenham um sorriso feliz.
__Obrigado senhor.
__Disponha senhora.
Dou um tapinha no seu ombro.
__Epa, senhora não.
__Senhorita?
__Mas é claro.
Ele envolve o braço no meu e me puxa.
__Então senhorita, pronta pra andar?
__Claro senhor, o que tem pra me mostrar?
Ele levanta a sobrancelha e pisca.
__Isso é segredo meu bem.
Balanço a cabeça e começamos a andar, tentei em vão ignorar o alarme que apitava na minha cabeça, e me divertir pela resto da tarde.
Se eu não tivesse o Teo, o Gustavo seria um bom melhor amigo, mas o Teo era insubstituível. E isso não era discutível, então o Gustavo podia ser uma companhia dos sábados.
Só aos sábados.










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