Marilia

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Oi gente 😃

Desejo encontrar todos bem.

Boa leitura 🫶🏽
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- 499, 500. Obrigada meu Deus. Finalmente eu consegui!! — Exclamei feliz,  rodopiei no meu próprio eixo algumas vezes e dei mais uns pulinhos de alegria , depois de contar minhas economias e perceber que já tinha a quantia que estava juntando com muita dificuldade.
Finalmente eu teria minha chamada de vídeo para minha mãe.

- Eu consegui mãe, eu consegui! Pode arrumar as malas, que vocês vão vir o quanto antes, morar aqui comigo. - Disse tudo rápido e pude ver as lágrimas rolando pelos olhos da minha mãe.

- Graças a Deus minha filha, eu vou começar a arrumar nossas coisas, você acha que até o final da semana podemos ir? - Minha mãe perguntou esperançosa.

- Hoje mesmo eu vou comprar as passagens, vou tentar pegar a data mais próxima, é melhor vocês saírem daí no domingo, porque aí na segunda eu tô de folga e posso ajudar em tudo.- Fizemos todo o planejamento por ligação e assim que encerrei a chamada, já entrei no site e comprei as passagens para minha mãe e Léo.
Não via a hora de tê-los comigo.

Para vocês entenderem eu vou explicar do começo.

Na minha casa sempre fomos Minha mãe, Marcela minha irmã mais nova e eu.
Nossa pai faleceu quando eu tinha 10 anos e depois disso sempre fomos só nós.
Morávamos no interior de Goiás, a quatro horas de viagem da capital. Minha mãe sempre nos criou com muita dificuldade, trabalhando como doméstica nas casas das pessoas melhores de vida que nós.
Me lembro que algumas vezes nossa mãe levava a gente para o trabalho e eu por ser mais velha sempre presenciava as humilhações que ela passava, já vi ela ficar sem comer para que Marcela e eu não dormissemos com fome.

Me lembro como se fosse hoje, no meu aniversário de treze anos o único pedido que eu fiz foi para conseguir um emprego, eu não aguentava mais ver minha mãe sofrer e a gente passava muita necessidade.

Deus ouviu as minhas preces e uma semana depois a dona da padaria local iria ganhar bebê, e precisava de alguém para ficar no lugar dela até o bebê ficar maior.
O dinheiro que eles pagavam não era muito, mas eu conseguia ajudar minha mãe pelo menos na compra da comida e assim nos fomos nos reerguendo aos poucos.
Nessa época minha irmã já estava com 9 anos, já entendia algumas coisas então ela precisava ficar sozinha por algumas horas na parte da tarde, até a minha mãe chegar do trabalho.
Era difícil mais aos pouco estávamos conseguindo sobreviver.

Mesmo depois que a Dona Luísa voltou para a padaria, eu continuei trabalhando lá, eu era um tipo de faz tudo. Ficava no caixa e atendendo os clientes, ajudava na limpeza e até em alguns preparos de pães e massas.
Hoje agradeço a eles, pois aprendi muitas coisas lá.
De repente já tinha se passado 5 anos e agora estava com dezoito, minha irmã tinha 14, nesse tempo as coisas ficaram mais complicadas, todo o trabalho que eu não dei pra minha mãe, Marcela estava dando e em dobro.
Se envolvia com pessoas erradas, algumas vezes chegava em casa bêbada e isso causava muitas brigas entre nós.
Minha mãe e eu não sabíamos mas o que fazer.
Quando Marcela completou 15 anos, começou a namorar um rapaz que tinha se mudado a pouco tempo para nossa cidade, ele aparentemente era um rapaz de família e por um tempo a minha irmã pareceu mudar, ela ficou mais caseira, só saia se fosse com ele, uma pessoa diferente da menina rebelde de meses atrás. Eu e minha mãe ficamos felizes com essa mudança e por um tempo achamos que tudo estava bem.
Até que um dia eu cheguei mais cedo do serviço e presenciei a cena mais horrível da minha vida, o namorado da minha irmã estava agredindo ela, enforcando a mesma que já estava desfalecida e só largou porque eu fui pra cima dele.
Coloquei ele pra correr e fui em defesa da minha irmã. Ela estava com o pescoço todo marcado por suas mãos.

Quero um amor maior - MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora