Espreitador

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Lily's pov

Estávamos esperando do lado de fora do quarto, enquanto o Kaiser permanecia lá dentro, fingindo dormir para atrair o Espreitador, a causa daqueles olhos amarelos nas frestas.

_Joui, a gente tem que entrar assim que percebermos algo acontecendo com o Kaiser_ falei, enquanto girava uma das minhas adagas entre os meus dedos.

O Joui foi mostrando o conto do Espreitador para a Ivete, que reconheceu o gotejar e todos os outros acontecimentos estranhos.

Não comentei com os outros sobre o que vi na minha mente, já tinha o suficiente para nos preocupar. Mas era inevitável esquecer disso.

Como que eu podia ver a figura de Daniel Hartman claramente, quando eu nem era viva na época?!

Aquele silêncio era agoniante, todos estávamos tensos. Mas, felizmente, não durou muito tempo.

Ouvimos o som da porta do armário batendo, acompanhado da voz alta do Kaiser.

O Joui rapidamente chutou a porta e eu entrei com ele, com a lança em mãos.

Uma criatura, enrugada e cheia de olhos amarelos, tremia com a pequena gatinha na sua mão.

Esperei um tempo, enquanto tentava perceber como atacar.

A criatura começou a se mover por cima da cama, largando a Jennifer e indo em direção ao armário aberto. Num movimento ágil, atirei a lança na direção do armário, que atravessou a porta do mesmo e impediu que a criatura entrasse.

Os olhos enormes dela tremeram e me encararam, com as mãos perdidas perto do peito. No mesmo instante, o Joui correu e deu uma espadada na criatura, fazendo um sangue meio podre jorrar do seu corpo.

Nesse momento, algo começou a acontecer. O Kaiser caiu de joelhos, com as mãos no rosto, enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto. As lágrimas que caíam no chão começaram a formar um corpo, cinza e enrugado. Uma cópia exata dele mesmo.

Arregalei os olhos em choque, enquanto tentava entender o que estava acontecendo. A cópia tentou atirar no Kaiser, mas errou. Mais dois tiros soaram vindos do lado de fora, e pude ver uma parte de uma Ivete toda enrugada.

Num movimento rápido, puxei as minhas adagas e peguei impulso na beirada da cama, cravando as adagas nos ombros da cópia do Kaiser.

O mesmo me encarou e acertou um tiro de raspão no meu ombro, o suficiente para jorrar um pouco de sangue do local.

Ainda em cima dele, dei um impulso para trás, me afastando alguns passos da cópia. Mas por um segundo, a minha mente não reconheceu que a cópia do Kaiser não era a única criatura no quarto.

Bati com as costas no Espreitador, que agarrou o meu tornozelo e me ergue de ponta-cabeça. Os seus olhos tremiam de medo e o seu cheiro era nojento. Com o meu ritual básico, consegui atrair as adagas para as minhas mãos novamente.

Nesse processo, senti os olhos da criatura me encararem fixamente. De repente, senti o meu corpo exausto e os meus olhos ficarem pesados. O mesmo que senti ao ver os olhos amarelos na fresta do armário de bonecas.

Balancei o meu corpo para cima, até as minhas mãos conseguirem alcançar as suas mãos. Consegui fazer um corte nos dedos longos da criatura, que me derrubou e se arrastou ainda mais para o canto do quarto.

Enquanto o Kaiser lidava com a sua cópia, firmei os pés no chão e olhei para a entrada do quarto, onde o Joui quase levava um tiro da falsa Ivete.

Puxei o meu arco e mirei na cópia da mais velha, atirando. Mas a velocidade da minha flecha não era nada comparada à velocidade da falsa Ivete.

Ordem Paranormal Desconjuração//Universo AlternativoOnde histórias criam vida. Descubra agora