Ordem Paranormal Desconjuração//Universo Alternativo

Sacrifício

Dante's pov

_Dante_ o Joui chamou num tom baixo e sério. _Preciso que você me prometa algo_

Percebi de cara que o assunto era bem importante, podia senti-lo. Assenti.

_Me prometa que vai proteger a minha irmã. Prometa que vai proteger a... a Lucille com a sua vida_ ele fez uma pausa, antes de prosseguir. _Eu consigo ver o quanto ela te ama. Mesmo com tudo o que está acontecendo. E consigo perceber o quanto você a ama, o quanto se preocupa com ela_ senti os seus olhos em mim, e uma onda elétrica me percorreu. _Ela é tudo o que eu tenho. Ela, o Arthur, o Kaiser... Todos vocês. Mas ela... eu preciso de me certificar que ela vive. Preciso que você me prometa que vai protegê-la_

O seu tom era calmo, mas as suas palavras tinham um grande peso. Por quê que ele precisa de me ouvir dizê-lo em voz alta? É claro que a vou proteger com a minha vida! Não vou perder mais ninguém. Respirei fundo.

_Joui, o que eu sinto pela Lucille... esteve aqui. Desde que a conheci no orfanato, eu..._ baixei a cabeça com timidez. _Eu amo a Lucille. Quando era mais novo, era um sentimento confuso, novo e leve. Agora... eu sinto ela em cada canto do meu coração, e em cada célula do meu corpo_ dei o meu melhor para tentar encarar o Joui. _Eu darei a minha vida por ela. Sempre, sem hesitar_

Houve um longo momento de silêncio, durante o qual não consegui perceber o que o Joui estava pensando. Por fim, ele suspirou e pousou a mão no meu ombro.

_Eu confio em você, Dante_ ele murmurou, numa boa tentativa de tentar esconder o quanto as minhas palavras o afetaram.

[...]

Lily's pov
Flashback on

_E-Eu matei os meus pais. Eu matei os meus pais. Foi ela q-q-que mandou. Antes... A-Antes de queimar na luz_ o Frederico falou com a voz trêmula, enquanto encarava o chão como um louco.

Flashback off

Era a única parte do discurso que, por algum motivo, parecia querer ficar na minha cabeça. Parecia estar colada no fundo da minha mente, assim como a pergunta: Quem é "ela"?

Por algum motivo, o Joui queria ir para o cemitério, e foi para onde nos dirigimos logo depois de falar com Frederico Mare.

A expressão no rosto do Joui causava um arrepio pelo meu corpo. Um pressentimento ruim. O que quer que ele fosse fazer, não parecia ser algo bom.

Finalmente chegamos ao cemitério e saímos da van. Na distância, pude avistar de imediato as tumba dos meus pais. Senti um aperto no peito, mas respirei fundo e mantive a calma. O foco agora era o Joui. O mesmo se ajoelhou no chão e começou a chorar, nos deixando a todos bem confusos e preocupados.

_... Joui?_ murmurei ao me aproximar.

_Eu sinto muito..._ ele se desculpou num tom fraco, entregando a sua mochila para o Kaiser em seguida.

Observei enquanto o Kaiser analisava o conteúdo da mochila.

_Amigo... eu juro que eu tentei_ o ginasta falou para o Kaiser, que vasculhava a mochila sem entender.

Percebi que ele ainda segurava algo, que tirou da mochila antes de entregá-la. Uma máscara. Ergui o olhar de encontro ao seu rosto, que, ao invés de permanecer estóico, estava agora coberto pela dor.

_Kaiser, eu fiz tudo certo! Eu prendi e matei mais ocultistas do que eu pude imaginar. Mas eu cometi um erro! Só. um. erro. E eu não tinha como saber. Eu não tinha como saber_ ele me encarava agora. _E eu não tive escolha_