Bid my blood to run.

203 37 20
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


PDV HÓRUS.

Parado, ao lado da cama onde Bastet estava, eu me perguntava como havia chegado aqui.

A noite fria e chuvosa havia se tornado um pouco mais alegre na companhia de Bastet. Seu sorriso e seu humor ácido, iluminados pelo fogo dentro daquele barril de metal, foram o suficiente para amenizar um pouco a apreensão e a impaciência de saber que Apófis está solto por aí matando pessoas. Entretanto, no segundo seguinte aquele que pensei ser um pequeno momento de paz, dentro de um turbilhão, o próprio deus cobra mostrou que não, não havia mais paz.

Eu nunca havia lutado cara a cara com o Apófis. Essa sempre foi a função de Khnum e depois de Bastet, mas sempre ouvi histórias de como ele era forte, difícil de derrotar e de como transformava o caos em força física, mas naquele beco eu sabia que tinha algo de errado quando vi os olhos de Bastet brilharem de medo.

Apófis nos nocauteou em minutos – para não falar segundos – que se passaram tão rápidos que eu, o próprio deus da guerra, fui rebaixado a um mísero aprendiz que não sabia segurar uma espada.

Bastet havia sido jogada contra as grades que marcavam o fim do beco e eu, cortando o ar com a minha espada como um imbecil, só percebi que algo estava errado quando senti a lâmina da espada de Apófis dentro da minha barriga. Eu havia ficado tão atordoado com aquilo que a última coisa que me lembro antes de Anúbis nos achar era de Apófis debruçado sobre Bastet, rindo da deusa com zombaria, antes de morder a perna dela, despejando um líquido amarelado sobre a ferida que queimou, trazendo até mim o pior cheiro que eu poderia sentir.

— Bastet, vamos! Acorda! – Ordenou Anúbis pela milionésima vez.

Ele não havia saído, nem por um segundo, de perto dela.

Anúbis estava com um dos joelhos na cama, segurando o pulso de Bastet perto de si. Seus olhos rondavam o rosto da morena, que não esboçava nenhuma reação.

Buquê chorava copiosamente nos ombros de Renan, que estava tão pálido que eu mal reconhecia meu conselheiro.

— Você está bem… vai ficar bem… - Suspirou uma voz feminina.

Abaixei os olhos vendo minha mãe, Ísis, terminando de fazer um curativo na ferida da minha barriga.

Seus olhos molhados encontraram com os meus. Ela segurava uma caixa grande de madeira, cheia de frascos e ervas.

— Mãe.

Sua mão tocou meu rosto.

— Vamos fazer o possível, Hórus.

Voltei meus olhos novamente a Bastet que continuava com a mão presa ao aperto de Anúbis.

Dei um passo à frente e meus pés se arrastaram, como se minhas pernas fossem feitas de tijolos. Eu estava 100% mais grogue agora do que quando Anúbis nos achou. Talvez era a baixa de adrenalina, ou talvez fosse só a impotência diante da situação. A única coisa que podia fazer é estar lá para apoiá-la, apesar que naquele momento Anúbis era o que mais parecia se importar.

Bastet, o que você fez comigo?!Onde histórias criam vida. Descubra agora