klaroline_lobo

capitulo 91

Levará séculos para apagar todas as marcas da batalha de Nova Orleans de sua casa.

Marcel mandou recolher todos os corpos e levá-los para outro lugar, disse que queria dar um adeus honroso a seus camaradas caídos, e a maior parte da bagunça foi limpa, mas em todos os lugares que Elijah olha, ele vê algo diferente que havia escapado de sua atenção. Vitrais, grades quebradas, lâmpadas esmagadas... A lista continua.

Acima de tudo, porém, está o cheiro. Nem todo alvejante do mundo poderia apagar o cheiro de sangue. Elijah suspeita que é por isso que Caroline não chega nem perto do pátio. Ela permaneceu firmemente dentro de casa e, na única vez em que saiu na passarela, parecia que estava prestes a vomitar e imediatamente voltou para dentro, fechando a porta atrás de si.

Ela ainda não se alimentou. A essa altura, a fome deveria ser tão avassaladora que ela não conseguiria pensar em mais nada. Todos os seus instintos de sobrevivência deveriam ter agido, transformando-a em uma predadora - e todos os outros em presas. Mas ela parece completamente inalterada e até avessa ao sangue. Não é uma reação incomum, especialmente com bruxas transformadas em vampiros. Sua nova condição é mais como uma aflição para seus corpos, e a resposta nem sempre é imediata. Ao mesmo tempo em que anseiam pelo sangue, seu próprio organismo rejeita seu novo estado. É contra a natureza deles. Considerando o quão traumática foi a transformação de Caroline, ele esperava que ela passasse por momentos difíceis. Mas ele está impressionado, ele tem que dizer. Ela está em transição há horas e ainda não mostra sinais de fraqueza, perfeitamente no controle de si mesma.

Quando Klaus saiu para colocar o plano em ação, Elijah ofereceu a ela uma bolsa de sangue, mas ela educadamente pediu que ele a levasse embora, com uma expressão dura no rosto. A reação dela o preocupou, mas ainda há tempo, e ele não acha que ela vai mamar enquanto o bebê ainda estiver aqui. Ela provavelmente está aproveitando seus últimos momentos restantes com sua filha se sentindo um pouco como antigamente.

Elijah ainda não está totalmente certo de que eles estão fazendo a coisa certa, no entanto. Ele entende que Nova Orleans é uma zona de guerra agora, e assim permanecerá enquanto os lobos Guerrera estiverem de posse das pedras encantadas. Mas onde mais no mundo essa criança estará tão segura quanto com seu pai híbrido? Ou sua recém-transformada mãe vampira? Ou seu tio original? Seu irmão é provavelmente a única criatura mais forte a andar nesta terra, e Elijah é virtualmente indestrutível. Caroline vai precisar de um minuto, mas uma vez que ela se acomode em sua nova natureza, ela se tornará uma fera defendendo sua filha. Onde eles vão encontrar uma defesa mais forte ou mais motivada? Tirá-la deles é torná-los completamente inúteis para protegê-la. A ideia de Niklaus de fingir sua morte é interessante, mas quem pode dizer isso? vai funcionar? Ou que as bruxas não serão capazes de sentir que ela vive, assim como sentiram que ela existia a quilômetros de distância, enquanto Caroline ainda estava em Mystic Falls, inconsciente de seu próprio estado de gravidez?

É muito arriscado. Não existe uma opção perfeita, no entanto. Niklaus estava certo sobre isso pelo menos; onde quer que eles vão, os inimigos certamente os seguirão. Tem sido assim desde o início dos tempos. Mas ainda seria a escolha de Elijah. Eles poderiam encontrar algum lugar distante, isolado, conseguir uma bruxa de confiança para encobri-los e ficar lá pelo tempo que precisassem, até que encontrassem uma maneira de neutralizar as pedras e devolver Niklaus à sua força total.

Mas não depende de Elias. Os pais daquela garotinha tomaram uma decisão por sua filha e não há nada que ele possa fazer a não ser oferecer seu apoio. Ninguém vai sofrer mais do que os dois, e se é isso que eles querem... Que assim seja. Elias fará o que for exigido dele e esperará o melhor.

Enquanto Caroline e Niklaus se juntavam para anunciar sua decisão, Elijah deu um passo para trás e olhou, realmente olhou para o que estava vendo. Além da dor óbvia, do desgosto e da severidade que manchavam as expressões de ambos, ele percebeu que, em meio a todo aquele fogo e sangue, eles se tornaram a família que Elijah sempre esperou que fossem. Uma unidade. Niklaus, Caroline e seu bebê. Foi um tipo de compreensão hipnotizante, mas também comovente. É trágico que tenha sido necessário esse tipo de horror para que o vínculo deles se tornasse tão sólido. E é ainda mais triste que seu filho esteja prestes a ser tirado deles.