klaroline_lobo

capitulo 54

Durante séculos, as pessoas vieram para Nova Orleans em busca de um novo começo, na esperança de encontrar fortuna, aventura e até amor. Antigamente, as mulheres jovens da sociedade eram importadas da França com a promessa de se casar com um cavalheiro adequado.

Foi assim que começou a lenda das moças do caixão. As mulheres trazidas em carruagens, esperando encontrar o amor de suas vidas, viram-se cercadas por selvagens. Os homens em Nova Orleans, ao que parece, estavam longe de ser apropriados e nada gentis.

As pobres três garotas que começaram a história teriam encontrado seus destinos em uma estrada de terra antes mesmo de chegar à cidade - se alguém não tivesse vindo em seu socorro. Uma mulher, recentemente despertada de um sono profundo, levantando-se de seu caixão para libertar as mulheres estrangeiras.

Essa é a história que Rebekah contou a Caroline, de qualquer forma, quando ela perguntou sobre todo o barulho lá fora. "Não é Mardi Gras, é?"

"Oh, querida. É algo muito melhor."

A história criou raízes, tornou-se parte do folclore da cidade e vive até hoje, agora celebrada na moda típica de Nova Orleans, em trajes elegantes e um toque sobrenatural. É um lembrete anual de como as mulheres podem ser oprimidas por homens egoístas e como elas podem triunfar quando são corajosas o suficiente para lutar por si mesmas.

É uma boa ideia, mas o cético em Caroline acha que todos aqueles bêbados andando pelas ruas mal se lembram do que estão realmente festejando. Ela se pergunta como eles se sentiriam se soubessem que a garota do caixão original ainda anda entre eles.

Rebekah anda vasculhando a casa inteira atrás de um vestido para usar na festa, vasculhando seus baús cheios de roupas que provavelmente são tão antigas quanto a própria lenda. Sem nada melhor para fazer, Caroline se ofereceu para ajudar. Só de ver toda a comoção do lado de fora da varanda o dia todo estava meio que apagando o pouco bom humor que ela ainda tinha depois da decisão magnânima de Klaus de convidar seus irmãos para morar com eles. O que ela não daria para tomar uma margarita com uma daquelas moças do caixão dançando embaixo da janela dela agora...

Ela deveria levar os vestidos para Rebekah, mas ela não resistiu em experimentar um deles. Como é possível uma pessoa ter tantos vestidos, todos tão parecidos? Caroline costumava pensar que ela era uma prostituta da moda, mas Rebekah bate nela facilmente.

Ela deveria ter percebido que não caberia, no entanto. Grávida de cinco meses e meio e ela finalmente está naquele estágio em que não pode simplesmente respirar fundo e agir como se tivesse comido um pouco demais no almoço. É uma questão de semanas até que ela não possa mais atrasar uma ida ao shopping mais próximo.

"Posso oferecer-lhe alguma ajuda?"
Caroline se vira, encontrando Elijah parado na porta, com um sorriso divertido no rosto.

Ela hesita, sem saber o que dizer, mas ele toma seu silêncio como afirmação e se aproxima, posicionando-se logo atrás dela. Caroline troca um olhar com ele pelo espelho, sorrindo sem jeito. "Você pode precisar usar toda a sua força de vampiro para me fechar."

Elijah sorri, colocando uma mão em seu ombro enquanto a outra paira acima de suas costas, onde o zíper está preso. "Permita-me."

Caroline engole enquanto ele puxa o zíper para cima, com bastante facilidade, na verdade. Seu corpo fica todo rígido quando ela sente as mãos dele deslizando sobre sua pele.

Os poucos meses que ela passou em Nova Orleans até agora pareceram uma vida inteira, e foram nada menos que dificuldades. Ela enfrentou tudo - ataques, traição, experiências de quase morte, alianças inesperadas... E Elijah estava lá na maior parte, uma presença forte e implacável que ela apoiou em mais de algumas ocasiões. Suas suspeitas iniciais sobre o personagem do Original mais antigo como um todo foram completamente dissipadas à medida que se aproximavam. A avaliação de Elena sobre ele não estava errada; Elijah realmente é o mais nobre do grupo Mikaelson.